**Capítulo 34**

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Dias depois...

Ih pô, eu nem tava acreditando não, tá ligado?! Assim que sai daquela cadeia, sentindo o sol forte batendo em meu rosto, eu suspirei alto, fechando os olhos, sem acreditar mesmo.

Depois de mais de 15 anos preso nessa porra, finalmente tinha saído. Sei que era temporário, mas isso era um bagulho foda pra caralho, pô, porque eu já estava me sentindo mais livre.

Jade: Tá feliz pra caralho, né? - parou ao meu lado.

Sinistro: Lógico, pô. Finalmente sai daquela cela sem as algemas me prendendo. - suspirei, olhando pra ela.

Jade: Imagino que deve ser uma sensação de liberdade da porra, em. - sorriu de lado e eu só concordei com a cabeça.

Ela saiu andando dali, e eu fui indo atrás. Jade entrou em um carro, e abaixou o vidro fazendo sinal para eu entrar também.

Entrei no carro ao lado do motorista, e ela acelerou saindo dali. Só vi pelo retrovisor um carro blindado atrás da gente, e eu já saquei que era os policiais que iam tomar conta de mim, para eu não fugir.

Jade: O que tu vai fazer quando chegar na favela? - me olhou de relance, logo prestando a atenção na estrada outra vez.

Sinistro: Isso não interessa pra tu, mas eu vou falar por que hoje eu tô na paz...- me ajeitei ali no banco, encostando minha cabeça no bagulho ali. - Vou ver minha mãe né, uns parceiros meus que fortalecem, e comer alguma mina.

Ela começou a dar risada negando com a cabeça, e eu só olhei pra ela sério, nem achando graça.

Sinistro: Qual foi que tu tá rindo aí igual maluca?

Jade: Nada ué, só achei engraçado o jeito que você falou que vai comer uma mina. - suspirou, parando de rir. - Faz quanto tempo que você não transa?

Sinistro: Ah, parceira...desde quando eu fui preso naquele inferno do Carandiru.

Jade: Caralho, tu não faz sexo a 15 anos, Rafael? - me olhou de olhos arregalados, e eu só concordei. - Porra, e eu achando que quem estava na seca era eu...

Sinistro: E tu? Não transa a quanto tempo?

Jade: A uns meses já...- fez careta. - Mas eu sei trabalhar sozinha.

Eu nem disse nada, só fiquei olhando para as coisas lá fora pela janela. Demorou uma cota até pra chegar na capital, e na quebrada aonde eu nasci, na Brasilândia, expecificamente na Favela da Paz.

Não dava pra acreditar que depois de anos eu estava ali novamente. E papo reto, bagulho tava igualzin a como era a 15 anos atrás.

Sai do carro da Jade assim que ela parou ali na frente de um barzinho. Olhei tudo ao redor, tentando colocar na minha cabeça que tudo ali era real, que não era mais um sonho.

Jade: Olha Sinistro, eu vou ir na minha casa rapidinho tomar um banho e pegar algumas coisas. Mais tarde eu volto, ok?

Sinistro: Vai lá, que eu vou pra casa da minha mãe.

Jade: Eu avisei o Neguinho, então daqui a pouco ele tá aqui. - se aproximou de mim. - Os policiais não podem subir né, então eles vão ficar por aqui pra caso alguma coisa.

Sinistro: Relaxa que eu não vou fugir, ou fazer merda.

Ela apenas balançou a cabeça, e saiu dali. Andei mais um pouco até ver o Neguinho surgindo ali. O cara na mesma hora que me viu, começou a correr na minha direção. Neguinho dava risada, e assim que parou perto de mim, ele me abraçou.

E eu que não sou muito de abraço, acabou que abracei ele de volta.

Neguinho: Caralho mermão, sei que a gente se viu a alguma dias atrás, mas porra, tu não imagina o tanto que eu tô feliz por você estar por aqui, irmão. - falou se afastando, com um sorriso enorme no rosto.

Sinistro: Tu não tem noção do tanto que tô felizão mesmo por estar aqui, e até por ver você fora daquela presídio.

Ele sorriu, e começou a andar na direção da favela. Eu só fui indo atrás, porque por mas que eu tivesse nascido aqui, eu não lembrava de quase nada depois de passar 15 anos trancado.

Neguinho: Tu não tem noção do quanto que tua mãe vai surtar de felicidade quando te ver...

Diário de um DetentoWhere stories live. Discover now