**Capítulo 58**

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Maratona 01/03

Dias depois...

Assim que entrei naquele presídio, respirei fundo, e fui caminhando em direção a sala do diretor.

Hoje não era um bom dia pra mim, e sinceramente não estava com a mínima vontade de ir conversar com o Juliano.

Minha cabeça estava explodindo e nem sei porque vim pra cá hoje. Tinha consulta com o Sinistro, e eu até poderia faltar inventando alguma desculpa, mas acabei vindo.

Bati na porta daquele velho e só ouvi um entra. Quando entrei, vi ele já olhando na minha direção, enquanto batia os dedos na mesa.

Jade: Bom dia!

Juliano: Bom dia, doutora. - sorriu de um jeito estranho, e eu me segurei pra não fazer uma careta. - Como está?

Jade: Estou bem! - respondi, sem a mínima vontade de saber se ele estava bem também. Hoje eu realmente não estou com paciência, pra nada!

Juliano: Estou ótimo também! Mas enfim, alguma novidade sobre o Wanderson Oliveira? - olhei para ele confusa. - O detento com o vulgo Sinistro, o nome dele é esse!

Na hora minha cara foi no chão, e eu tentei o máximo me fazer de atriz ali, de sonsa mesmo. Mal sabe ele que o nome do Sinistro nem é esse aí que ele pensa.

Jade: Ah sim, o Wanderson...bom, ele está se comportando melhor, mais ainda não disse sobre nada, e como eu já disse ao senhor: mesmo se ele falar alguma coisa, não importa o que seja, eu não posso dizer a você, isso vai contra a minha ética.

Juliano ficou me olhando um tempo calado, com um olhar super estranho, que já me deixou meia assim.

Esse cara é estranho, as vezes até demais. Várias vezes vim falar com ele, e esse homem ficou me olhando desse mesmo jeito que está me olhando agora, super estranho!

Juliano: Ok, entendo! - deu um sorriso falso. - Mas e você e o Leandro? Vão casar quando?

Jade: Não estamos mais juntos!

Juliano: Ah, jura? Que pena, iria pedir o convite do casamento. - falou, e eu quis revirar os olhos na hora, mas me segurei.

Antes que ele pudesse dizer mais algo ali, eu me levantei falando que tinha que ir logo atender o Sinistro, e ele me liberou.

Já estava com o macacão, então fui indo para a sala de consultas. Já tinha passado um pouco do horário do começo da consulta, então quando eu cheguei lá, o Sinistro já estava sentado em sua cadeira, batendo os dedos em cima da mesa.

A mesma que a gente passou minutos transando...

Sinistro: Pensei que não iria vir.

Jade: Tive que parar na sala do Juliano, cara queria saber sobre sua situação. - fiz careta, pegando as chaves do bolso do macacão.

Sinistro me olhou, e ficou um tempo me olhando também, super estranho.

Sinistro: Tu não tá passando pra ele tudo o que eu tô falando pra ti aqui não, né Jade?

Jade: Lógico que não, Rafael. Se liga, cara. Primeiro que eu nem posso fazer isso, e outra que não sou tão idiota. - revirei os olhos, negando com a cabeça

Sinistro: Se eu souber que tu tá de vacilão contra mim, te amasso serin, pô, sem caô mesmo.

Jade: Você teria coragem de me bater? - perguntei baixo, me aproximando mais dele.

Sinistro: E tu teria coragem de me trair? - ele me olhou sério. - Hm?

Jade: Nunca! Não gosto de traição...- na mesma hora em que eu falei, eu me calei logo em seguida, pensando no que eu tinha acabado de dizer.

Sinistro: E eu não gosto de bater em mulher. Mas se liga, pô, quando eu fico puto mesmo, fico cego.

Eu abaixei a cabeça na hora, mexendo nas chaves, e respirei bem fundo, indo tirar as algemas dele.

Guardei as chaves e já fui dando as costas pra ele.

Sinistro: Qual foi, Jade? Me dá um beijo aqui, pô.

Olhei pra trás e ele tava me olhando com aquela cara de sonso dele. Sorri de lado, e me aproximei mais do Rafael, colando nossas bocas.

Ele segurou em meus cabelos, aprofundando mais o beijo, e eu apoiei minha mão em seu peito.

Quando a gente se separou, eu sorri outra vez, e fui sentar em minha cadeira para finalmente começar a consulta.

Diário de um DetentoOnde histórias criam vida. Descubra agora