**Capítulo 26**

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Aquilo que o Neguinho tinha dito tinha me deixado puto o resto da visita.

Não tava botando fé que o cara iria vir pra cá não. O mano tentou me matar já não sei quantas vezes, e eu nunca fiz nada assim pra ele não, tá ligado?

Acho que é inveja, por que seria o único motivo dele me matar sem eu ter feito algo.

Tô a tempos já querendo bater com esse maluco, pra trocar uma ideia maneirinha e acabar com esse filho da puta de uma vez.

Tentou me matar diversas vezes e não conseguiu, mas eu vou fazer um favor a Deus que é tirando esse mano daqui desse mundo.

Neguinho: Vai cobrar o cara quando ele vir, né?

Sinistro: E tu acha que não, pô? - cruzei os braços. - Vou amassar o cara sem dó.

Neguinho: Você da dois daquele arrombado, amassa facin...- sorriu de lado. - Vou pedir pra alguém gravar essa porra, quero ver!

Neguei com a cabeça, e só fiquei ali trocando uma idéia com ele até as visitas acabarem. Fiz um toque com o Neguinho e fui indo em direção ao portão.

A Jade ainda me encarava séria, e já tava ficando estressado com o olhar dessa mulher em cima de mim.

Ia passar reto por ela, mas parei em sua frente, encarando ela serinho também.

Sinistro: Qual foi?

Jade: O que? - se fez, e eu bufei.

Sinistro: Gosto quando tu me olha desse jeito não, ala.

Jade: Tô te olhando do mesmo jeito que você me olha, Sinistro. - falou baixo, sorrindo de lado, e veio se aproximando de mim, mas eu me afastei, dando as costas pra ela. - Te espero amanhã na consulta.

Mandei o dedo do meio pra ela, sem nem olhar pra trás, e só ouvi sua risada. Fui pra cela todo puto e bolado mesmo, tá ligado? Tava bom hoje não.

Me deitei na minha cama, e já fui acendendo meu cigarro. Precisava relaxar pelo menos um pouco e era o cigarro que me acalmava.

Quando o Magrão entrou na cela, ele passou direto por mim, e eu percebi que ele não tava bem, só por não chegar já falando as putarias dele.

Sinistro: Ih, Magrão, qual foi?

Ele negou com a cabeça e veio vindo em direção a minha cama. Sentou ao meu lado e ficou olhando pro chão.

Sinistro: Abre a boca, porra!

Magrão: A Ana tá doente...

Sinistro: Quem é Ana, carai? - soltei a fumaça do cigarro e traguei mais uma vez.

Magrão: Minha mulher...ela tá com câncer! Esqueci aonde, mas eu tô com um medo do caralho de perder aquela mina. Ela é tudo pra mim! - falou baixo, suspirando.

Cocei a cabeça, e eu nem sabia o que falar pra ele. Não era bom com conselhos não, fi.

Sinistro: Relaxa, pô, Deus tá com ela e a mina vai ficar bem! - dei dois tapinhas nas costas dele, e ele apenas concordou com a cabeça.

Magrão foi pra cama dele, e ficou por lá o resto do dia, sem falar nada, e muito menos brincar com os caras. Mano tava mal mesmo!

Eu também fiquei ali na minha por horas, só pensando e tentando bolar alguma coisa pra eu acabar de vez com o vacilão do GG quando ele chegar.

Tinha que fazer tudo certo pra eu não ir para aquela salinha outra vez! Aquele lugar de novo não!

Diário de um DetentoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora