**Capítulo 30**

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São Paulo, 3 de março de 2016.
9 hrs da manhã.

• Sinistro •

Magrão estava sentado no chão, encostado na parede enquanto comia o café que os caras trouxeram agora pouco.

Mano tava melhorzinho depois de saber que a mina dele tá doente, e tá tentando lidar com essa parada toda que anda acontecendo na vida dele.

Mas ainda dava pra notar que o mano tava meio assim ainda, por que o cara nem voltou a fazer mais graça e falar as putarias dele.

Pra falar a verdade tava até sentindo uma falta, bem pequena mermo, dele zoando com tudo, porque, querendo ou não, era ele que alegrava essa porra toda aqui.

Quando todos ali terminamos de comer, ficamos trocando algumas ideias, e o Magrão ainda lá, quieto e na dele.

Depois de mais um tempão, os caras vieram pra levar a gente pro banho de sol e os futebol dos caras.

Assim que eu entrei no pátio principal, já me sentei na mesa que tinha uma sombrinha, e fiquei lá com o Magrão do lado.

Por mas que tenhamos saído pra tomar sol, gostava de calor não, e hoje tava um sol de matar, na moral. Preferia ficar ali na sombra, suave mesmo.

As vezes ficava olhando pro chão, ou vendo os caras jogando, e descutindo por tal coisa.

Tava de boa ali mesmo, até meu olhar parar em quem?

Sim, no filho de uma puta que tentou me matar diversas vezes, o GG!

Maluco tava uma bola, gordão mesmo, mas reconheci pelo rosto que não mudou nada desde a última vez que vi ele, a uns 15 anos atrás.

Meu corpo ficou tenso na hora, e eu só senti a raiva me consumindo, que eu tive que me segurar maneiro ali pra não fazer merda agora.

Magrão: Qual foi? - me olhou.

Sinistro: Tá vendo aquele gordão ali, encostado no muro do lado do WR da cela de baixo? - falei, ainda com o olhar preso no cara.

Magrão: Hm, o que tem?

Sinistro: Vagabundo tentou me matar várias vezes, mas não conseguiu né, até por que tô aqui nessa porra. Mas ele vai ser cobrado, pô, tô te falando mesmo.

Magrão: Tu vai matar o cara?

Dei de ombros e ele sorriu de lado negando com a cabeça.

Continuei com meu olhar firme em cima do GG, até que ele olhou pra mim. Na moral, o cara ficou branco na hora, e engoliu em seco.

Sustentei meu olhar nele maneiro, com a cara fechadona mermo, e ele só fez abaixar a cabeça.

Maluco tentou acabar comigo diversas vezes, de várias formas e agora tá metendo do louco, vai ser cobrado legal, e quem vai cobrar sou eu!

Vou fazer questão mesmo.

Só tenho que bolar uma parada maneira, pra eu não me foder depois naquela salinha.

E se eu for fazer essa porra, tenho que ver se vou conseguir minha saída, pra caso eu for sair, pra eu cobrar o cara depois quando eu voltar, pra não foder tudo e eu não poder mais ter a saidinha pra ver minha mãe.

Mas na boa, eu ainda acabo com esse vacilão!

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Diário de um DetentoWhere stories live. Discover now