**Capítulo 94**

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São Paulo, dia 3 de outubro, de 2016.
13 hrs da tarde.

Estava de boa ali sentado no chão ao lado do Magrão. Olhava os caras do pavilhão 1 jogando bola, e os caras era brabo mesmo.

Já tinha começado o campeonato, e os caras que estavam jogando agora era os advogados presos por assassinato, estupro e os caras tudo, contra alguns manos do patente alta daqui do pavilhão 2.

Tava maior competição, já tinha rolado duas discussões entre os manos, e o meu receio ali era rolar treta de verdade e acabar entrando o batalhão de choque pra conter essas paradas.

E sabia que se eles entrassem, era muito mano que sairia daqui morto. Ih pô, Deus que me livre mesmo!

Magrão: Aí, vai ter mais um jogo depois desse, aí sim é o nosso. - esfregou as mãos uma na outra. - Tô nervosão, ala.

Sinistro: Eu tô de boa, só esperando pra amassar esses caras no futebol.

Magrão: Ih, falou o Pelé de Tremembé. - deu risada, e eu ri também, negando com a cabeça. - Mas na moral, esses caras perto de mim e de tu, não é nada mesmo. Nós amassa tudinho.

Sinistro: Esses caras joga bem até, pô, mas nós é melhor, dá não.

Tava nem mentindo nessa parada. Os caras jogam bem e pá, mas a real é que eu e o Magrão amassa qualquer um no futebol.

Nos treino que a gente teve nos banhos de sol, nós amassou geral mermo. Ala.

Sinistro: Jade disse que iria dar um jeito de vir me ver jogar, mas sei não em, até agora a mulher não apareceu. - fiz careta, e o Magrão deu risada outra vez.

Magrão: Acho que daqui a pouco ela tá aqui, pô. Relaxa, putão!

Tava só esperando a Jade pra poder trocar uma ideia com ela antes da partida, mas até agora a mulher nem brotou, pô.

Semana passada na nossa última consulta ela disse que daria um jeito de vir ver eu jogando e pá. Botei fé e disse até que iria tentar fazer um gol maneirinho pra ela, pô. Que isso...!

Fiquei mais uma cota ali olhando tudo ao redor pra ver se ela aparecia, mas nada da garota aparecer.

O outro jogo já tinha começado, e o primeiro tempo já estava acabando. Daqui a pouco seria o time que eu estava já, e queria ela aqui.

Quando desisti de procurar, o Magrão veio me cutucando falando que a Jade tinha aparecido. Apontou pra onde ela estava e eu fui caminhando em sua direção.

Ela estava atrás das grades que davam para os corredor das celas, que estavam fechadas.

Jade: Oi...- deu um sorriso fraco.

Sinistro: E aí...qual foi? Pensei que tu nem ia vir. - cruzei os braços.

Jade: Estava conversando com o José. - suspirou, e eu já fiz uma careta. - Mas enfim, vai jogar quando?

Sinistro: Daqui a pouco já, pô. - me encostei na grade, ficando mais próximo dela. - Dá um beijo aqui.

Jade: Acho melhor não, Rafael. Alguém pode ver, cara. - suspirou, fazendo uma careta.

Sinistro: Ih Jade, qual foi, pô? Um selinho só.

Ela se aproximou mais da grade, e conseguimos dar um selinho rápido. Dei um sorriso de lado, e ela mordeu o lábio inferior.

Sinistro: Aí, na moral...maior saudades do teu boquetão, mulher. - falei baixo, e ela caiu na gargalhada. - Ala, tá rindo por que? Serinho pô.

Jade: Olha o que você fala, meu Deus! - colocou as mãos no rosto, tampando o mesmo.

Sinistro: Até parece que é tímida. - neguei com a cabeça. - Sinto falta de transar contigo, puxar teu cabelo e pá, apertar teu pescoço te xingando de altas paradas no teu ouvido...bem gostosinho memo.

Jade: Rafael...paro em! - abaixou o olhar, passando a mão nos cabelos.

Sinistro: Ah, qual foi, Jade? Vem falar que também não sente falta? Ih...

Jade: Sinto Rafael, até demais...- engoliu em seco, e eu sorri mordendo o lábio inferior.

Sinistro: Assim que eu conseguir uma saidinha, nós vai pra um motel foda pra caralho, transar a noite toda, no amor e na sacanagem também. Ala, maior vontade memo!

Jade: Olha só, tá me deixando na vontade, Sinistro. - fez bico, e eu dei risada. - Euem garoto! Vai logo fazer o gol que tu prometeu pra mim, vai!

Pisquei pra ela e sai dali, voltando para onde o Magrão estava. O cara já ia se aquecendo junto com os outros manos, então já fui me aquecendo também.

O jogo dos caras já estavam acabando, e daqui a pouco seria nós. Tava começando a ficar nervoso já. Ih.

Esperamos mais uma cota, e o jogo deles finalmente tinham acabado. Depois de alguns minutos fomos pra quadra, começar o nosso jogo de uma vez.

Iríamos jogar contra um dos times principais do pavilhão 1. Ouvi dizer que os maluco é brabo, mas na real? Eu sou mais, pô! Que isso...!

A partida começou já fervendo. Os caras vinham na agressividade mesmo, querendo quebrar nós tudo, e aquilo já estava me deixando puto, serinho pô. Ala.

Tava quase perdendo a paciência, mas tinha na mente que o bagulho era focar nessa porra e marcar pelo menos um gol, pra consquistar a vitória, para ir pra próxima fase desse campeonato aqui.

E não demorou muito pra isso rolar não... Magrão veio passando por todos os caras com a bola no pé, e assim que viu que estava sem marcação perto do gol, deu um cruzamento pra mim, e eu acabei marcando um golaço no goleiro frango deles ali.

Ai na moral, paizão aqui amassa. Que isso, caralho!

Comemorei com os caras tudo, e ao longo do jogo fomos tendo mais oportunidades pra marcar mais gol e pá, mas o segundo não veio.

Assim que acabou o primeiro tempo, peguei uma garrafinha de água, e fui correndo na direção da Jade.

Ela estava com um sorriso enorme no rosto, e eu já fui felizão, querendo agarrar aquela mulher ali mesmo.

Jade: Não é nem nada...mas você amassa demais, cara! - bateu palmas, e eu fiquei me achando mesmo. - Lindo o gol que tu marcou pra mim, em...

Sinistro: Ala, tu viu? Falei que ia marcar, pô. - segurei nas grades, aproximando mais. - Mas aí...tu tá gostosona hoje em...que isso pô, assim eu não aguento!

Jade: Olha, você é o único que consegue me deixar na onda maxima da vergonha, cara! - deu um sorriso fraco, abaixando a cabeça.

Sinistro: Ih pô. - dei risada. - Aí, na moral Jade...queria te falar uma parada sériona mesmo. Eu...

Quando fui criar coragem pra falar o que eu sentia pra ela, comecei a ouvir uns gritos, e assim que me virei, vendo os manos na maior discussão, já percebi que já ia dar merda.

Fiquei só de longe ali olhando, quando o JK deu um soco na cara de um outro mano.

Ai irmão, só foi merda diante dali!

Diário de um DetentoOnde histórias criam vida. Descubra agora