**Capítulo 73**

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Olhei pra ele sem entender legal aquela parada ali. Ala, qual foi? Como ele sabia meu nome verdadeiro nessa porra?

Iih...

Sinistro: Aí, sem quem é esse não, pô. - me fiz de maluco mesmo. Tinha que me fazer né?!

Juliano: Não adianta se fingir, Sinistro. Já sabemos de tudo!

Sinistro: Ala, de tudo o que? Tem nada pra saber não, pô. - continuei me fazendo de sonso, falando tudo tranquilinho mesmo.

Por fora transmitia tranquilidade nessa situação toda, mas por dentro...tava nervoso pra caralho.

Se ele soubesse os bagulhos que eu tô pensando se ele sabe, o bagulho vai ficar louco pro meu lado. Vou estar fodido mesmo, mas... não só eu!

Juliano: Vou ser bem direto com você, já que não gosto de enrolação...- coçou a garganta, e me olhou. - Sabemos de tudo do que você disse para Jade lá dentro daquela salinha, e principalmente do que rolou entre vocês dois...

Na mesma hora eu senti o nervoso me consumindo de vez, e já ficando puto, apertando meus punhos me segurando legal pra não começar a socar tudo em minha volta, inclusive a cara desse filho de uma puta que está em minha frente.

Juliano: Jade falou tudo, não deixou esconder nada!

Me sentei na cadeira que tinha ali, respirando fundo, tentando processar essa parada toda.

Não podia confiar nele, até ele realmente provar tudo o que está falando. Mas do jeito que esse verme tá falando, o bagulho tá sério.

Juliano: Eu não vou falar nada, apenas deixar você ouvir da boca dela mesma.

Fiquei sem entender, mas ele pegou um aparelho ali, e apertou um botão, deixando aquela parada em minha frente.

- Como você conheceu ele? - ouvi a voz de um cara que eu não sabia quem era, mas comecei a prestar a atenção.

- Conheci...conheci ele a uns 15 anos atrás, no Carandiru quando fui visitar meu pai. - a voz da Jade veio, e eu fechei meus olhos negando com a cabeça. - Ele já estava lá preso, era amigo do meu pai...

- Ok! E em que momento você se encontrou com ele?

- Quando fui trabalhar em Tremembé. Juliano disse que...que tinha um preso...- ela falou, mas parou dando risada. - Um preso que era suspeito de algumas paradas e que eu tinha que começar consultas com ele pra saber de tudo sobre...sobre a vida dele aqui fora...

- E você descobriu algo? - o homem perguntou outra vez.

- Sim...- riu outra vez. - Ele é membro patente alta da CDL, matou diversas pessoas, cometeu diversos crimes, mas só está cumprindo pena pelas em que foi pego em flagrante.

A Jade falava tudo enrolado ali naquela porra, mas eu já estava consumidão pelo ódio só por estar ouvindo aquelas paradas todas.

- Rafael...ah, o nome dele é Rafael, não é Wanderson...- deu risada de novo, e só de ouvir a voz dela e a risada já estava me irritando mais ainda. - Mas enfim...Rafael é forte lá fora, considerado demais, que mesmo preso, sua voz tem peso lá fora.

Diário de um DetentoWhere stories live. Discover now