**Capítulo 24**

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Fiquei um cota encarando a Jade em silêncio. Ela me olhava seria também, com os braços apoiados na mesa.

Não me entendi não quando comecei a falar os bagulhos pra ela, de como eu estava me sentindo em relação ao que aconteceu, só que eu só senti que tinha que botar tudo pra fora de uma vez, ocultando alguns bagulhos, lógico.

Sinistro: Na boa em Jadeane, conta essas porra pra ninguém não em, se não quem vai ser cobrado vai ser eu.

Jade: Sinistro, relaxa, tudo o que você falou, ou falar aqui dentro pra mim, ninguém nunca vai saber! - suspirou, se inclinando mais pra frente. - Pode confiar em mim...

Sinistro: Se liga, confio nem em mim, quem dirá em tu. - neguei com a cabeça, virando o rosto.

Jade: Caralho Rafael, sinceramente eu tô tentando te ajudar, mas se você não ter um pouco se quer de confiança em mim, não tem como eu pelo menos tentar te ajudar.

Sinistro: Eu não preciso de ajuda!

Jade: Precisa sim! Não adianta falar que não, por que eu percebo de longe que você tá se segurando pra não explodir.

Olhei pra ela e neguei com a cabeça. Garota não sabe nem o que tá falando, ala.

Jade: Se você confiar em mim, Sinistro, eu realmente posso te ajudar, e prometo que tudo o que a gente conversar aqui dentro, não sai daqui! - olhou bem nos meus olhos, e eu senti sinceridade ali nela.

Sinistro: Sei não, pô, sei não.

Jade: Se você não tentar, sempre vai ficar com um pé atrás. Tu não precisa começar falando tudo o que você já fez no mundo do crime ou sei lá, começa pelas coisas básicas, não sei...

Sinistro: Tá, vou tentar, mas ó, prometo nada não em. - cruzei os braços. - Quero começar hoje não, por que já falei demais pra tu.

Ela revirou os olhos sorrindo de lado, e se encostou na cadeira. Nós ficou se encarando por um tempão até os caras virem me buscar.

Nem olhei pra cara da Jade, só sai mermo. Pensei que eles iriam me levar de volta para aquela salinha, mas me levaram pra minha cela. Quando entrei na mesma, eles tiraram as algemas de mim, e saíram dali.

Magrão já me viu, e veio vindo até mim.

Magrão: Caralho, Sinistro...

Me sentei na minha cama, e fiz careta sentindo a pontada na minha perna. Contei alguns bagulhos pro Magrão do que tinha acontecido lá dentro, e ele já ficou meio assim.

Magrão: Vou até parar de xingar os guardinhas, vai que me levam pra lá, pô. - fez careta. - Mas e aí, trocou uma ideia com a loira lá?

Sinistro: Falei algumas paradas só.

Magrão: Parceiro, segue o que eu vou te falar agora...- se ajeitou ali na cama. - Se aproxima da mina, pega a confiança dela, e tudo mais, que desse jeito você consegue no mínimo uma saidinha pra ver tua mãe.

Olhei pra cara dele na hora, e fiz careta ao ver que ele teve uma ideia boa pela primeira vez desde que nós começou a trocar ideia.

Sinistro: Sei não, a mina lá não é bobona fi.

Magrão: Segue pô, que desse jeito tu consegue várias paradas com ela do teu lado. - deu dois tapinhas no meu ombro. - É melhor ela do teu lado, do que do lado do diretor daqui...

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André Moreira, 23 anos.
Vulgo Magrão.

Vulgo Magrão

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Diário de um DetentoWhere stories live. Discover now