**Capítulo 45**

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Dias depois...

• Sinistro •

Os dias passaram rapidão, e quando eu percebi, já tinha que estar voltando para aquela cadeia do caralho.

Não queria ir embora daqui não, e já até tava pensando em meter fulga e ficar por aqui foragido mesmo, mas pensei na minha mãe, e ela não iria querer isso não, e também falta só alguns anos pra sair daquela porra de vez e poder ficar com ela de boa, e finalmente livre.

O resto dos dias que fiquei aqui, Jade não apareceu mais em nenhum, falando que tinha tal parada pra resolver por ai, e eu nem quis saber de mais, é bagulho dela mesmo!

Neguinho que ficou todo meio assim querendo saber o que estava acontecendo com aquela lá. Tava de paranóia ele já.

E eu nem queria saber o que ela estava fazendo, e na moral? Nem queria ver ela nesses dias mesmo. Olhar pra cara dela e lembrar da merda que nós fez no carro dela é um bagulho foda pô. Gosto de lembrar não, ala.

Neguinho: Aí, na boa mermo, vou chorar no banho depois que tu for embora. Maior saudade vou sentir, tá ligado? - fez careta, e eu olhei serinho pra ele.

Sinistro: Ih, semana que vem tu já tá indo lá na visita de novo, caralho. Sai dessa aí, euem. - neguei com a cabeça, e ele riu.

Ana: Vou sentir tanta a sua falta, Rafael...- me olhou com lágrimas nos olhos, e veio me abraçar.

Apertei ela no abraço, e por um momento senti meu nariz ardendo e a vontade de chorar vindo, mas me segurei. Gostava de chorar na frente dos outros não!

Mas a parada com a minha mãe é outra, pô. Maior saudade que vou sentir dela, na moral.

Sinistro: Daqui uns anos eu volto, pô.

Ana: Você promete?

Sinistro: Prometo, carai. - dei um sorrisinho de lado, e ela me apertou. - Amo tu, mãe. Nunca se esqueça disso, na boa mermo.

Ana: Eu também te amo demais, Rafael.

Me separei dela, e olhei pra cara da Rafaelly, que estava um pouco mais atrás da minha mãe, me olhando com uma cara estranha.

Rafaelly: É, por mais que você seja insuportável, chato pra caralho, e feio ainda, eu...eu vou sentir tua falta, mas só um pouquinho mesmo, tipo...quase nada. - deu uma risada baixa, e eu fiz careta pra ela.

Mesmo não tendo aquela parada de irmandade com ela, eu puxei ela pra um abraço meio sem jeito. Por mais de nós dois ter se implicado desde que cheguei, eu já tinha consideração por ela pra caralho mesmo.

Assim que me afastei daquela menina, já senti o Neguinho me puxando, me abraçando forte. O cara já tava quase chorando, e eu querendo rir desse maluco todo sentimental hoje. Nem quando eu fui preso, ele ficou assim, ala.

Sinistro: Aí, na boa mesmo Neguinho, cuida delas duas por mim, pô. Deixa ninguém fazer mal não. - falei baixo, só pra ele ouvir.

Neguinho: Eu vou cuidar, pô, eu vou cuidar.

Sinistro: Fica de olho na Rafaelly, e não deixa nenhum vagabundo chegar perto dela na maldade não. Ela ainda é uma criança! - ele balançou a cabeça concordando. - E você não é pra ficar de graça pra cima daquela peste não, tá me entendendo? Se não te amasso serin.

Neguinho: Se liga, Sinistro, nunca que vou ficar de graça logo com a tua irmã, ala. Tira essa parada da mente, na moral.

Olhei pra ele serinho, e depois fui indo na direção do carro da Jade que estava ali me esperando dentro do mesmo.

Ela mexia no celular, nem me olhando, e assim que entrei no carro, ela deu partida, saindo dali.

Vi pelo retrovisor os três lá acenando que nem uns tonto, e dei uma risada baixa, negando com a cabeça.

Iria sentir falta pra caralho da minha mãe e até da Rafaelly. Do Neguinho ia ficar de boa, já que ele vai lá me visitar toda semana, fortalecendo sempre.

Não via a hora de poder vir pra cá, finalmente livre e começar a viver de vez com a minha família.

Diário de um DetentoKde žijí příběhy. Začni objevovat