**Capítulo 60**

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Maratona 03/03

No banho de sol, eu fiquei de boa lá com o Magrão, trocando mó ideia sobre as paradas que andam acontecendo aqui dentro da prisão.

Dois manos do pavilhão 1 se mataram madrugada passada. Um foi enforcado no lençol e o outro, pelo o que estão falando, se matou batendo a cabeça com força várias vezes na pia do banheirinho da cela que ele estava.

Aí, mó parada mesmo. E eu tava até pensando se os caras se mataram mesmo, ou isso foi mais algumas desculpas esfarrapadas pra cobrir os crimes de alguns caras daqui do presídio.

Mas sei lá, posso comprovar nada não, e nem acusar fulano. Não sei de nada, e mesmo se eu souber, posso abrir a boca não, se não sou cobrado legal e posso até ter o mesmo final que muitos tiveram.

Magrão: Aí Sinistro, nessa madrugada tu ouviu uns gritos vindo de longe? - me olhou, enquanto soprava a fumaça do cigarro.

Sinistro: Não ouvi nada, pô, capotei legal depois da janta.

Magrão: Eu e mais alguns caras lá da cela ouviu, maior parada, fiquei cheio de medo de ser as almas dos caras que já morreram aqui dentro. Aí, fiquei até arrepiado.

Ele levantou o braço mostrando os pelos todos arrepiados e eu ri, negando com a cabeça. Esse cara é malucão mesmo.

Magrão: Fica rindo, pô, bagulho sério e tu tá nessa. Eu acredito nessas paradas, então nem falo nada, só rezo igual louco de noite mermo. - apagou o cigarro, cruzando os braços.

Sinistro: Também acredito nessas paradas, mas ignoro.

Magrão nem disse mais nada, só ficou ali aproveitando o vento forte que batia, enquanto olhava para os outros presos.

Depois de um tempo encostado ali no muro, resolvi dar uma volta pelo pátio. Passei falando com alguns dos presos que me comprimentavam, e ficava trocando algumas ideias com eles por alguns minutos.

Até que passei ao lado de uma rodinha de presos, e no meio deles estava o arrombado do GG, e assim que ouvi o nome dela, eu parei de andar, prestando atenção no assunto.

- Gostosa mesmo?

GG: Sim, pô, tô falando. Maior morena gostosa mesmo, sentir tesão na hora que vi aquela delícia. - deu risada, e eu só respirei fundo, sentindo meu sangue esquentando.

- Sorte a tua que tem consulta com ela agora. Estourou mesmo.

GG: Aí, dou nem mais duas consultas para eu estar comendo aquela cachorra de jeito em cima daquela mesa lá...

Aí, na moral, quando ouvi ele falando isso, não pensei em mais nada, muito menos nas consequências que teria se fizesse o que eu estava indo fazer com aquele cara, só fui pra cima dele, pegando aquele cuzão pelo pescoço.

Apertei o pescoço do cara maneiro, no maior ódio, até o cara ficar roxo. Joguei ele no chão, dando uma bicuda na barriga dele, vendo o porra ficar sem ar.

Subi em cima dele, metendo vários socos no rosto do filho da puta.

Tava consumidão pelo ódio mesmo, só queria acabar com esse arrombado de uma vez. As coisas que ele tinha acabado de falar rodavam na minha cabeça, e aquilo só fazia meu ódio crescer e socar a cara dele com mais força.

O sangue já espirrava do rosto dele, e o cara nem tentava se defender, só ficava rindo que nem um maluco ali.

Quando o desgraçado finalmente perdeu a consciência, eu parei de socar ele, e só vi os guardas vindo com as armas tudo apontadas para mim.

O Magrão me tirou de cima do cara, gritando várias paradas que eu nem fiz questão de entender.

Minhas mãos estavam cheias de sangue, e minha roupa tinha vários respingos do sangue do vacilão também, meu rosto então, nem se fala, pô.

Os guardas vieram pra cima de mim, metendo os cacetetes na minha cabeça, mas eu nem reagi, só deixei eles me algemarem logo, e me levar dali.

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Maratona em comemoração as 200 mil leituras nesse livro. Obg gente, amo vcs
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Diário de um DetentoWhere stories live. Discover now