**Capítulo 43**

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Sinistro •

🎶 Porra, vagabundo óh,

Vou te falar, tô chapando,
Eita mundo bom de acabar
O que fazer quando a fortaleza tremeu
E quase tudo ao seu redor,
Melhor, se corrompeu 🎶

A música tocava maneirinha ali em casa, enquanto minha mãe mexia em algumas panelas lá no fogão.

Rafaelly estava deitada no sofá mexendo no celular, enquanto eu estava sentado no outro brisando legalzin naquelas músicas.

Rafaelly: A Jade vai vir hoje?

Sinistro: Não sei, pô. - respondi normal, e ela me olhou fazendo careta.

Rafaelly: Foi ela que deixou esses arranhões nas suas costas? - perguntou, ainda sem me olhar, e eu olhei pra ela serinho. - É, não precisa responder.

Sinistro: Tá doidona, Rafaelly? Se liga pô, e toma conta da tua vida aí, na moralzinha memo. - neguei com a cabeça e ela ficou quieta.

Minhas costas tava tudo arranhada por conta daquela filha da puta. Quando vi essa porra, fiquei puto, menor, na boa. Bagulho sem noção ficar arranhando, depois arde tudo e quem se fode é eu.

Neguinho entrou ali em casa mexendo no celular também, e veio sentar do meu lado.

Neguinho: Jade disse que hoje não vai vir pra cá porque tem umas paradas pra resolver por aí. - falou do nada, e eu só balancei a cabeça concordando.

Também não queria ver ela agora não, pô. Depois da merda que nós dois fez ontem, me arrependi legal também quando ouvi ela falando que tinha se arrependido e tudo mais.

Não devia ter transado logo com aquela mulher, a que eu vejo vários dias da semana dentro daquela presídio. Só queria uma mina pra foder e nunca mais ver na vida, mas essa parada não foi possível ontem não.

Jade é gostosa, linda pra caralho, e não aguentei ontem não, pô. Transei mesmo, e por mais que me arrependo...faria de novo!

Neguinho: Rolou algum bagulho entre vocês ontem? - ele me olhou, e eu já fiz careta negando. - Sei lá pô, tu demorou pra subir quando foi levar ela lá pra baixo.

Sinistro: Tava andando pela favela, carai. Tira essa parada sem nexo da tua cabeça aí, na moral. Mó bagulho nada haver, ala.

Neguinho: Se tu fez alguma coisa, e eu ficar sabendo depois pela boca dos outros e não pela sua, vou entender legal não.

Sinistro: Não aconteceu nada, caralho, tira essa porra da mente, mó parada sem noção. - bufei, cruzando os braços

Neguinho: Tô confiando em tu, carai. - deu um tapa na minha nuca, e eu nem fiz, ou falei mais nada pra ele.

Não gostava de mentir ou esconder as paradas dele, mas falei pra Jade que não iria abrir a boca pra ninguém, e não vou abrir.

Rafaelly: Aí que sono. - resmungou baixo, e eu olhei pra ela.

Sinistro: Tava dormindo desde as seis da noite de ontem, até às meio dia de hoje e ainda tá com sono, pô?

Rafaelly: Sim, e o que você tem haver com isso? Euem. - fez careta, se sentando no sofá.

Sinistro: Tu não estuda não?

Rafaelly: Não, sou vagabunda igual você. - deu um sorriso falso, e eu fechei a cara maneiro pra ela. - Claro que eu estudo, idiota.

Neguinho: Vai pra escola uma vez no ano, mas estuda.

Rafaelly mandou o dedo do meio pra ele, que riu baixo, negando com a cabeça. Neguinho ficou olhando um tempo pra cara da menina, e eu já fiquei meio assim.

Quando ela saiu dali rindo, eu olhei pra cara do Neguinho, nem entendendo nada mesmo.

Sinistro: Tu tá pegando essa porra aí? - me referi a Rafaelly.

Neguinho: Quem, pô?

Sinistro: A Rafaelly...tu tá pegando ela, caralho?

Neguinho: O que? - praticamente gritou, me olhando assustado. - Tá maluco, Sinistro? Qual foi pô?

Sinistro: Da pra ver de longe que vocês são bem próximos né?!

Neguinho: Sai dessa, filhão, sai dessa. Tá doidão mesmo, ala. - deu uma risada de lado, negando com a cabeça outra vez. - Qual droga tu usou dessa vez, Rafael?

Eu nem respondi ele, só fiquei na minha ali com altas paradas na mente mesmo. Ala.

Diário de um DetentoWhere stories live. Discover now