**Capítulo 84**

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• Jade •

Fechei meus olhos assim que vi ele apertando o disparo, e fiquei esperando as balas me atingirem, mas só ouvi o barulho das correntes quebrando.

Abri meus olhos ainda assustada, e vi as correntes realmente quebradas do meu lado, finalmente me deixando solta.

Jade: Sinistro...

Ele me ignorou e saiu dali do quarto correndo. Fiquei com a minha cara de sonsa, não entendendo nada.

Sério que ele tinha ido embora me deixando sozinha aqui nesse estado? Olha só, sinceramente.

Mas depois de uns minutos, ele voltou com dois sacos pretos grandes, cheios de coisas dentro, o que mais parecia ser arma, e mais um monte de coisa.

Jade: Rafael, o que é isso?

Sinistro: Não importa, pô, só vamo embora daqui logo.

Ele colocou a arma na cintura, e veio me pegando no colo. Quase gritei de dor assim que tive que me ajeitar em seus braços, ainda mais quando ele colocou aqueles dois sacos em cima de mim, pedindo pra eu segurar.

Meu corpo todo estava dolorido, todo fodido por conta daquele filho da puta do Leandro, e ele ainda me pede pra levar essas porra. Ala.

Mas sobre o Leandro...queria matar esse cara da pior forma possível, só de lembrar as coisas horrives que ele fez comigo aqui dentro desse quarto.

Passei os piores três meses da minha vida aqui trancada com ele me ameaçando, me torturando e fazendo diversas coisas contra mim.

Fez isso tudo por que descobriu que trai ele com o Sinistro. Na verdade o Juliano abriu a boca pra ele falando de tudo, mostrando os áudios de nós dois transando e conversando sobre nosso rolo lá dentro, que foi tudo capturado pela escuta que tinha lá.

Eu realmente não sabia dessa escuta, achava de verdade que não tinha nada naquela sala, porque todo dia antes do Sinistro chegar, eu fazia uma vistoria naquela porra toda, mas nunca achei nada!

Ou ele escondia muito bem, ou ele meteu do louco nisso tudo. Mas acho que foi a primeira opção, já que ele sabe de tudo o que foi dito lá dentro com detalhes.

Sinistro foi saindo dali daquele apartamento comigo, e eu só rezava mentalmente para nós dois não acabar encontrando o arrombado do Leandro no caminho.

Aí seria o fim tanto pra mim, quanto para o Sinistro.

Jade: Desce as escadas, porque no elevador é mais fácil de encontrar alguém.

Ele balançou a cabeça concordando, e mesmo com dificuldade comigo no colo, conseguiu abrir a porta que dava para as escadas.

Foi descendo não tão rápido, mas também nem devagar aqueles degraus.

Pedia a Deus que a gente conseguisse ir embora deste lugar o mais rápido possível, pois não queria voltar para essa porra nunca mais. O que eu passei ali, infelizmente vai ficar marcado na minha vida, mas vou fazer de tudo pra esquecer dessa porra.

Quando chegamos na portaria, o porteiro veio na hora na nossa direção com uma cara de assustado.

Queria saber aonde estávamos indo, e porque eu estava toda machucada, mas o Sinistro apenas ignorou ele e foi saindo dali do prédio.

Na hora em que estávamos saindo, uma mulher estava entrando, então já aproveitamos o portão aberto para sair de uma vez.

Sinistro parou ao lado de um carro preto, e do mesmo saiu o Neguinho com uma cara de assustado. Abriu a porta de trás, e o Rafael me colocou deitada lá, junto com os dois sacos pretos.

Neguinho: Que porra tem nesses sacos? - perguntou para o Sinistro, enquanto os dois entravam no carro.

Sinistro: Armas e mais um monte de parada que tinha no apartamento do policial...- deu uma risada. - Tu acha mesmo que eu ia ver essas paradas tudo dando mole naquela porra e não trazer? Ala. Sou trouxa não!

Neguinho riu negando com a cabeça e me olhou de relance.

Neguinho: É bom te ver outra vez, Jadirene.

Dei um sorrisinho de lado, e suspirei alto, sentindo um alívio tão grande por agora já não estar mais naquele apartamento dos infernos.

Neguinho: Tu sabe que ele vai vir atrás de tu, né? Vai geral das polícias cair em cima de você. - começou a conversar com o Sinistro, e eu só engoli em seco ao imaginar Leandro machucando o Rafael.

Sinistro: Que venha, pô. Quero matar ele, serin mesmo. Olha o que ele fez com a Jadeane, pô. Que isso, na moral, isso não se faz não, pô.

Ouvir ele me chamando de Jadeane outra vez, fez meu coração praticamente pular de felicidade e alívio por saber que ele poderia não estava mais com tanta raiva de mim por pensar que abrir a boca de propósito.

O que não é verdade. Não lembro de ter falado aquelas paradas tudo que as gravações mostraram. Realmente não tô lembrada de nada!

Mas sei que aquela voz é minha, e tenho quase a certeza que me drogaram pra falar tudo aquilo, porque eu sóbria, mesmo sendo ameaçada, não iria abrir boca pra falar aquilo tudo, sabendo que apartir do momento que eu falasse tudo, o Sinistro iria se foder dentro da prisão.

E ver ele se fodendo por minha culpa, é tudo o que eu menos quero!

Diário de um DetentoWhere stories live. Discover now