**Capítulo 13**

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Encarei ela serinho, e percebi que a mina já estava quase chorando. Fiquei sem saber o que fazer mermo, mas eu nem disse nada, continuei calado.

Jade: Mataram meu pai um dia antes dele sair...- falou baixo, suspirei.

Ergui a sombracelha na hora, e só veio uma pessoa na mente, e eu já fiquei meio assim.

Sinistro: Qual era o vulgo do teu pai?

Ela me olhou confusa, e ficou um tempo me encarando com uma cara estranha. Não entendi nada daquilo, e só fiquei esperando ela abrir a boca de uma vez.

Sinistro: Tô esperando porra.

Jade: Nome dele era Gean Hugo Mendes, vulgo GH.

Na mesma hora eu fiquei sem acreditar naquela parada, na moral mesmo. Tinha como isso não, pô. Não tinha como ser o mesmo que tô pensando não, uma parada impossível essa porra.

Junto com essa porra comecei a lembrar do dia da visita que ele levou a filha dele lá, a Jade...

Ih pô, parada estranha essa daqui, que isso. Fiquei cabreiro na mesma hora, mas eu não disse nada.

Jade: O advogado até tentou ir atrás disso, pra achar quem matou meu pai, mas não deu em nada...

Sinistro: Foda, pô. - foi a única coisa que eu tive que falar ali, por que ainda tava tentando raciocinar a parada toda.

Jade: Mas enfim, vamos voltar para a consulta...- deu um sorriso falso, passando a mão no olho. - Você tem pais?

Sinistro: Claro, pô, não nasci de chocadeira não, eu em. - fechei a cara de novo, e ela bufou.

Jade: Aqui na fixa não mostra o nome da tua mãe, qual o nome dela?

Sinistro: Pra que tu quer saber? Vão mandar alguém atrás dela? Rum...

Jade: Claro que não! - me olhou fazendo careta. - E saiba você que tudo o que tu diz aqui pra mim eu não posso dizer a mais ninguém, por que isso seria antiético.

Eu não disse nada, nem me importei com aquilo e voltei a ficar caladão na minha, ainda com a outra parada na mente.

******

Assim que me deixaram na cela, eu fui diretão na minha cama, e peguei meu travesseiro, enfiando a mão dentro pra achar aquela porra.

Mexi pra caramba ali até achar aquela carta...a carta que o GH pediu pra entregar pra filha dele!

Guardei essa porra por anos, por que prometi pra ele que entregaria pra filha dele, e essa promessa eu vou cumprir!

Não imaginava que encontraria aquela criança aqui, numa cadeia e ainda mais como a minha psicóloga.

Eu não disse nada pra ela lá naquela sala, por que ainda não tenho certeza dessa porra toda, se ela é a filha do GH que eu conheci mesmo. Mas tudo indica que é ela mermo!

E eu meio que lembrava do rosto daquela loira dos infernos. Senti que conhecia ela de algum lugar assim que entrei naquela sala e vi ela lá. Bagulho estranhão, carai, que isso...

É muita coincidência essa merda toda mesmo. Como pode uma parada dessas, véi?

Guardei aquela carta de volta no travesseiro, e me deitei ali na cama, todo pensativo nessa parada.

Diário de um DetentoМесто, где живут истории. Откройте их для себя