**Capítulo 95**

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Dois ladrões considerados passaram a discutir, mas não imaginavam o que estaria por vir...

Os caras tudo começaram a brigar. Até mesmo aqueles que não estavam envolvidos em merda nenhuma. Começou a virar o próprio inferno ali.

Na grade eu estava, e na grade eu fiquei. Jade já começou a ficar desesperada, e eu só ficava olhando tudo aquilo, tentando entender que porra tava acontecendo.

Vários manos batiam um no outro, formando a maio gritaria, o maior porradão mermo.

E ali, vendo aquela porra toda acontecer, senti um bagulho ruizão no peito, um calafrio enorme passar por meu corpo. Não era vento, e não era frio, pois estava um sol do caralho, mas mermão...a parada tava ficando sinistra!

Jade: Rafael...pelo amor de Deus, o que tá acontecendo? - gritou, chamando minha atenção pra ela. - Você tem que sair daí...

Fiquei parado olhando pra cara dela, e tentando pensar em algum modo de sair daquela porra, antes que seja tarde demais.

Ela, não ficou parada, saiu correndo naquele corredor enorme, e eu fiquei sem entender porra nenhuma. Ala, tinha me deixado pra trás!

Olhei outra vez para aquela confusão toda, tentando procurar o Magrão naquela porra, até que tomei um susto do caralho quando ouvi uma explosão ali no pátio.

E assim que vi a tropa de choque da polícia militar entrando naquele pátio, já vi que a parada toda agora era séria de verdade.

Era a brecha que o sistema queria, avisa o IML, chegou o grande dia...

Quando já não estava mais tendo fé de alguma parada, só vi a Jade voltando para a grade, com algumas chaves na mão.

A garota tremia, que demorou uma cota para abrir aquele enorme portão de ferro.

E quando abriu, me puxou com tudo pra dentro.

Ela gritava pedindo pra eu correr, mas eu não sei que porra rolou, que eu fiquei parada vendo a merda toda acontecer naquela quadra.

Tava maior fumaceira, quase não dava pra enchergar a parada toda rolando, mas via vários manos caindo com uma bala na testa, outros apanhando, e caindo no chão assim que os cachorros pegavam as pernas dele.

Cachorros assassinos, gás lacrimogêneo, quem mata mais ladrão ganha medalha de prêmio...

Jade: Sinistro! - gritou, me chacoalhando. - Acorda caralho, a gente tem que sair daqui!

Ela puxou meu braço com força, e parecia que eu finalmente tinha saído do meu transe. Comecei a correr com ela por aquele corredor, sentindo meu coração acelerar de um jeito malucão mesmo.

Ouvia os caras gritando lá trás, e assim que olhei naquela direção, vi que tinha alguns manos entrando pelo portão, tentando fugir daquele inferno também, mas logo caíam com os tiros.

Cadeia? Guarda o que o sistema não quis...esconde o que a novela não diz!

Era sangue pra caralho que voava naquela porra. E mesmo longe, via aquele rio vermelho pelo chão todo.

Ratatatá, sangue jorra como água...do ouvido, da boca e nariz...

Prestei a atenção na Jade que corria por lá, tentando achar um caminho pra gente sair dali de uma vez, mas ainda sim ouvia o latido dos cachorros, e os gritos de socorro dos caras.

Sem padre, sem repórter, sem arma, sem socorro, vai pegar HIV, na boca do cachorro...

Na minha cabeça só vinha as imagens dos caras morrendo na minha frente, e me perguntava se o Magrão estava bem naquela porra, ou se ele já estava caído no chão, coberto de sangue.

E pensando nele, naquele momento me deu a maior loucura de querer voltar lá pra ajudar ele de alguma maneira, mas a Jade não deixou, gritando pra eu correr de uma vez.

Cadáveres no poço, no pátio interno, Adolf Hitler, sorri no inferno...

Comecei a correr como nunca, indo atrás da Jade, até que entramos em uma parada estranha. Era um corredor minúsculo, e nem tinha entendido o porquê da Jade ter entrado ali.

Estava na frente dela, olhando tudo ao redor pra ver se tinha alguma saída, mas não tinha porra nenhuma.

Sinistro: Tem caralho de saída nenhum aqui, Jade. Qual foi? - me virei pra trás, na direção dela, e assim que vi aquela parada, tomei maior susto.

Ela estava ali, chorando pra caralho com uma arma na mão, apontando aquela porra pra mim.

Sinistro: Ih Jadeane, que merda é essa? Abaixa essa porra aí, mermã. - tentei me aproximar dela, mas assim que ouvi ela destravando a arma, eu parei. - Jade...

Jade: Rafael...me desculpa...me desculpa! Me desculpa! - pediu, chorando cada vez mais. - Eu não queria, mas é a vida dele...

Sinistro: Tá falando do que porra? - gritei, começando a ficar desesperado já.

Jade: Não importa mais! Eu...eu só quero que um dia tu olhe para tudo o que a gente viveu, e tenha coração pra poder me perdoar...

Sinistro: Jade, para com essa merda, pô. Tô te entendendo não, qual foi mulher? Abaixa essa parada, por favor...- pedi, tentando manter a calma naquela situação ali.

Jade: Eu te amo tanto, Sinistro! Tanto, que eu juro que daria a minha vida por você...mas não posso trocar a dele, pela sua!

Sinistro: Eu também te amo, mulher. Demais!

Assim que eu disse aquela parada, ela começou a chorar mais, e até soluçando ela tava, mas largar aquela maldita arma, ela não largou.

Jade: Me perdoa, amor...por favor!

Antes que eu pudesse dizer mais alguma parada, ela apertou aquele gatilho, disparando na minha direção.

Diário de um DetentoTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang