Maratona 02/03
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+ 140 comentários.Quando foi o dia de visita, o Neguinho apareceu aqui outra vez. Esse menor fortalece demais, pô, que isso...
O cara já logo chegou com duas sacolas grandes cheinhas de comida, e eu já fiquei como? Todo animadinho mermo.
A comida daqui não era tão ruim, mas eu saiba que dentro daquelas sacolas era a comida da minha velha, e mermão não tem comida melhor do que a dela.
Neguinho: Qual foi, irmão? Tá suave, truta?
Sinistro: Tô bem, pô, na moralzinha mermo. - fiz um toque com ele, e me sentei no banco, já abrindo as sacolas.
Comi pra porra ali, os bagulhos que minha mãe fazia fortalecia maneiro pô, que isso...
E ainda tinha o bolo de fubá que ela sabe que eu me amarro, arregacei mesmo, comi quase metade do bolo sozinho, e tava nem aí com quem tava me achando um morto de fome nessa porra, só queria aproveitar mesmo.
Neguinho só dava risada da minha cara, negando com a cabeça.
Sinistro: E os manos como é que tá? - perguntei, guardando o resto do bolo pra levar pra cela e comer mais tarde.
Neguinho: Tão na paz lá na quebrada. Fortacelem demais tua mãe ainda, pô. Maior consideração por ti.
Sinistro: Tem que ter né, pô? Cada parada feiona que já fiz do lado deles, que pelo menos tinha que ter uma consideração, e a meta da minha velha.
Neguinho: Tulião disse que quer trocar uma ideia maneira contigo...
Sinistro: Ele ainda não se tocou que eu tô preso nessa porra? Vai trocar ideia como?
Ele se inclinou para a frente, e olhos para os lados, pra depois me olhar.
Neguinha: Se liga na porra do pão por que tem um celular aí dentro pra tu falar com ele.
Ele deu um tapinha na minha cabeça, e eu neguei, imaginando a merda que daria pro meu lado se descobrissem desse celular. Iria estar fodido legal aqui nessa porra!
Olhei pro lado, e meu olhar bateu direto naquela loira, que estava perto do portão grandão que dava acesso a celas lá de dentro.
Ela me olhava seria, de braços cruzados, e eu nem tava entendendo nada do por que ela estar ali me observando.
Fechei a cara maneiro e cruzei os braços também, encarando ela serinho.
Neguinho: Qual foi daquela loira te olhando?
Sinistro: É a psicólogo que me atende. - falei, sem tirar o olhar dela.
Neguinha: Ih, gostosa pra caralho mermão, que isso...- falou baixo, e eu fiz careta. - Se eu fosse tu dava logo um jeito de levar essa loira pra visita íntima.
Na hora eu tirei o olhar dela, e olhei pra ele estranhando.
Sinistro: Tá me tirando? Qual foi? Se eu faço uma parada dessas eu tô fodido com o diretor daqui. - neguei com a cabeça.
Neguinho: Na boa Sinistro, as vezes acho que tu é viado, mano.
Sinistro: Sai dessa, Neguinho, tá me tirando mermo.
Neguinho: Tu mais de 15 anos trancado e nunca pediu uma visita íntima, carai. Vai pô, joga a real aí, tá comendo algum mano da tua cela?
Dei um empurrão nele, e minha vontade foi de meter o louco pra cima desse maluco.
Sinistro: Vou nem dar ideia pá tu não, Wellington. - bufei, ficando puto mermo. - Eu não preciso de sexo pra viver não porra, qual foi?!
Ele ficou calado, e eu respirei fundo pra não surtar legal pro lado desse comédia.
Tava gastando com a minha cara mermo essa porra.
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Diário de um Detento
FanfictionLadrão sangue bom tem moral na quebrada, mas pro Estado é só um número, mais nada.