**Capítulo 17**

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Maratona 02/03

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Quando foi o dia de visita, o Neguinho apareceu aqui outra vez. Esse menor fortalece demais, pô, que isso...

O cara já logo chegou com duas sacolas grandes cheinhas de comida, e eu já fiquei como? Todo animadinho mermo.

A comida daqui não era tão ruim, mas eu saiba que dentro daquelas sacolas era a comida da minha velha, e mermão não tem comida melhor do que a dela.

Neguinho: Qual foi, irmão? Tá suave, truta?

Sinistro: Tô bem, pô, na moralzinha mermo. - fiz um toque com ele, e me sentei no banco, já abrindo as sacolas.

Comi pra porra ali, os bagulhos que minha mãe fazia fortalecia maneiro pô, que isso...

E ainda tinha o bolo de fubá que ela sabe que eu me amarro, arregacei mesmo, comi quase metade do bolo sozinho, e tava nem aí com quem tava me achando um morto de fome nessa porra, só queria aproveitar mesmo.

Neguinho só dava risada da minha cara, negando com a cabeça.

Sinistro: E os manos como é que tá? - perguntei, guardando o resto do bolo pra levar pra cela e comer mais tarde.

Neguinho: Tão na paz lá na quebrada. Fortacelem demais tua mãe ainda, pô. Maior consideração por ti.

Sinistro: Tem que ter né, pô? Cada parada feiona que já fiz do lado deles, que pelo menos tinha que ter uma consideração, e a meta da minha velha.

Neguinho: Tulião disse que quer trocar uma ideia maneira contigo...

Sinistro: Ele ainda não se tocou que eu tô preso nessa porra? Vai trocar ideia como?

Ele se inclinou para a frente, e olhos para os lados, pra depois me olhar.

Neguinha: Se liga na porra do pão por que tem um celular aí dentro pra tu falar com ele.

Ele deu um tapinha na minha cabeça, e eu neguei, imaginando a merda que daria pro meu lado se descobrissem desse celular. Iria estar fodido legal aqui nessa porra!

Olhei pro lado, e meu olhar bateu direto naquela loira, que estava perto do portão grandão que dava acesso a celas lá de dentro.

Ela me olhava seria, de braços cruzados, e eu nem tava entendendo nada do por que ela estar ali me observando.

Fechei a cara maneiro e cruzei os braços também, encarando ela serinho.

Neguinho: Qual foi daquela loira te olhando?

Sinistro: É a psicólogo que me atende. - falei, sem tirar o olhar dela.

Neguinha: Ih, gostosa pra caralho mermão, que isso...- falou baixo, e eu fiz careta. - Se eu fosse tu dava logo um jeito de levar essa loira pra visita íntima.

Na hora eu tirei o olhar dela, e olhei pra ele estranhando.

Sinistro: Tá me tirando? Qual foi? Se eu faço uma parada dessas eu tô fodido com o diretor daqui. - neguei com a cabeça.

Neguinho: Na boa Sinistro, as vezes acho que tu é viado, mano.

Sinistro: Sai dessa, Neguinho, tá me tirando mermo.

Neguinho: Tu mais de 15 anos trancado e nunca pediu uma visita íntima, carai. Vai pô, joga a real aí, tá comendo algum mano da tua cela?

Dei um empurrão nele, e minha vontade foi de meter o louco pra cima desse maluco.

Sinistro: Vou nem dar ideia pá tu não, Wellington. - bufei, ficando puto mermo. - Eu não preciso de sexo pra viver não porra, qual foi?!

Ele ficou calado, e eu respirei fundo pra não surtar legal pro lado desse comédia.

Tava gastando com a minha cara mermo essa porra.

Diário de um DetentoWhere stories live. Discover now