**Capítulo 69**

25.4K 2.9K 2K
                                    

+ 300 votos.
+ 170 comentários.

Fiquei ali trocando maior ideia com o Magrão, até dar o horário da consulta com a outra lá. Os caras vieram me buscar, e já foram me algemando para me levarem pra salinha dela.

Magrão: Pô, vou sentir saudades de tu em, putão. - ele deu risada, e eu revirei os olhos, mostrando o dedo do meio pra ele mesmo algemado.

Um dos guardas me empurrou com tudo me fazendo começar a andar. Passava pelas celas dos outros manos e as vezes falava com alguns dos presos, apenas perguntando se estavam de boa e pá.

Fomos indo na direção da sala da Jade, e assim que paramos na frente da porta, os caras abriram a mesma, me dando um empurrão pra entrar ali.

A loira dos infernos já estava ali dentro, como sempre com a cara naquele caderno.

Bufei indo me sentar na cadeira, e como das outras vezes ela nem se quer olhou na minha cara.

Sinistro: E aí, pô. Tá de boa? Porque eu tô benzão hoje mesmo. - falei, me encostando na cadeira.

Jade: Tô bem. - respondeu toda seca, e eu revirei os olhos. - Trouxe o diário?

Sinistro: Ih, esqueci pô. - fiz careta, e ela me olhou.

Jade: Caralho Sinistro, de novo, mano? - bufou, cruzando os braços. - Tô pedindo pra você trazer faz duas semanas e você fica enrolando.

Sinistro: Enrolando...nada haver pô! Eu esqueci mesmo, euem garota. - neguei com a cabeça. - Agora tira minhas algemas aqui.

Jade: Vou tirar nada! Esqueci as chaves também...- me olhou sorrindo toda cínica.

Sinistro: Abre essa porra aqui logo, mermã, ouvi o barulho das chaves já, pô. - ela negou com a cabeça. - Qual foi, Jade? Tá apertadona essa porra aqui, cara.

Jade: Não confio em você sem algemas...nem quando está né, mas enfim.

Sinistro: Não confia em mim porque, pô?

Jade: Porque não! Pelo o pouco que te conheço já sei que não presta pra ter a confiança de ninguém!

Sinistro: Então vai tomar no teu cu, parceira. - bufei. - Ó, nem sei porque tu tá assim comigo, pô. Se foi porque fui grosso contigo, ala, me desculpa! É do nada eu ser assim com as pessoas, cara.

Jade: Tá, Sinistro, agora cala a boca.

Sinistro: Vai se foder Jade, tá parecendo criança já, caralho. Tá mantendo nem a porra do seu profissionalismo na frente de tudo como tu mesma disse que iria manter. Já encheu o saco já, pô. Quer ser grossa comigo, foda se, só faz a merda do teu trabalho direito. - falei tudo de uma vez, com a minha paciência esgotada já, e ela deu risada.

Jade: Tá vendo? - me olhou, se apoiando na mesa. - É bom ser tratado na grosseria, ou ser ignorado, né? Era desse jeito que você está agora que eu me sentia quando você me tratava mal desse jeito. Aprendeu?

Sinistro: Aprendi, pô. Já pedi desculpa, não vou mais te tratar nessa maneira não, e se caso eu tratar, não é de propósito. - fiz careta, e ela sorriu se levantando.

Jade: Se me tratar mal de novo, eu largo você de mão, e te passo para outro psicólogo.

Sinistro: Até parece que tu ia conseguir ficar longe de mim, ala.

Jade: Você que não iria conseguir suportar minha falta, tendo que aguentar outro psicólogo te atendendo.

Ela tirou as chaves do bolso, e tirou minhas algemas. Já levantei como? Doidinho pra ficar com esse mulher outra vez, mas a filha da puta se afastou de mim, negando com a cabeça.

Ala.

Sinistro: Pensei que nós já estava de boa, pô...

Jade: Tu acha que sou tão trouxa assim? - fiquei quieto. - Como eu já disse para você...agora entre nós é apenas uma relação profissional, entre psicológa e paciente, apenas!

Eu me aproximei mais dela, andando devagar em sua direção, e a garota foi dando passos para trás, até bater contra a parede. Jade iria sair dali, mas eu segurei ela, com a mão em seu maxilar, a fazendo olhar para mim.

Sinistro: Ô Jade...qual foi, pô? Bora voltar a ser como era antes dessa merda toda acontecer, eu...eu gosto de ficar contigo, cara.

Jade: Rafael...você gosta de me usar.

Sinistro: Que isso, cara. Parada nada haver! Quando que eu te usei? Pô morena.

Jade suspirou alto, fechando os olhos e mordeu o lábio inferior, coçando a testa.

Sinistro: Jade, eu...eu te...- engoli em seco, fazendo uma careta, e ela abriu os olhos, cravando seu olhar no meu.

Jade: Você o que? - perguntou baixo.

Sinistro: Eu gosto de tu, pô. Você é foda, e tô ciente que não merece um cara como eu, todo fodido e pá, mas tu aqui dentro é minha salvação, e eu nem tô de caô pro teu lado, cara. Tu já me ajudou em tanta parada, e... só de ficar perto de ti, fico benzão, tá ligada?

Soltei ela, me afastando um pouco, e cocei a cabeça, já nervoso pra caralho. Jade ficou me olhando por um tempo, com um cara estranha, e eu ali sem saber o que fazer depois de ter falado aquilo tudo.

Jade: Que ódio da tua cara, Rafael. Que ódio!

Olhei pra ela sem entender, e foi quando ela praticamente pulou em cima de mim, segurando meu rosto e beijando minha boca.

Diário de um DetentoOù les histoires vivent. Découvrez maintenant