**Capítulo 91**

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Semanas depois...

• Sinistro •

Assim que entrei naquele presídio novamente, eu olhei para o céu negando com a cabeça.

Tava querendo acreditar que estava voltando outra vez pra esse inferno aqui não, na moral. Que ódio, pô!

E tudo por culpa daquele desgraçado do Leandro!

Voltar pra esse lugar outra vez, era o fim pra mim. Já era pô, saio dessa porra mais não!

Há não ser morto...

Assim que entramos na sala do diretor, estranhei legal por não ver o filho da puta do Juliano ali, e sim um outro cara, mais novo e pá.

Ele estava sério mexendo em algumas paradas ali, mas assim que me viu, deu um sorriso fraco, se levantando.

- Olá senhor Rafael, sou o novo diretor daqui de Tremembé, prazer, José!

Olhei pra ele meio estranho, tentando ver apenas pela primeira impressão o que ele transmitia.

Não senti a parada ruim que sentia com o Juliano não, pô. Ala.

Sinistro: Satisfação aí né. Mas pô, o que rolou com o outro? O Juliano.

José: Juliano está respondendo processo pelo artigo 146-A, por ter coloca uma escuta na sala da senhorita Jade, sem a autorização de um maior.

Dei uma risada na hora, negando com a cabeça. Se fodeu legal, pô. Bem feito,  merece coisa pior, mas isso não é eu que resolvo. Infelizmente!

Fiquei uma cota ali trocando maior ideia com ele, sobre como seria as paradas aqui dentro enquanto eu não fosse transferido.

Cara parecia de boa. Mas sei lá né, não posso confiar não. A qualquer momento até a pessoa que tu mais ama, pode te apunhalar pelas costas. Aí fode mesmo!

Tinha ficado puto mesmo quando eu soube que iria ser transferido para o Maranhão.

Caralho mermão, é longe pra porra! Não queria isso não, mas quem sou eu pra falar alguma parada aqui né?! Minha palavra não vale porra nenhuma dentro desses muros.

Sinistro: Mas aí, vou ficar em qual cela? - encarei ele serinho.

José: Como sua vaga na sua antiga cela ainda não foi pega por nenhum outro preso, tu volta para a sua mesma cela de antes.

Dei um sorriso de lado na hora, apenas por pensar que iria ver o puto do Magrão outra vez.

Ala, tava sentindo maior falta do menor, pô. Que isso...

Os caras me tiraram dali, e já foram me levando em direção a cela. No corredor das celas, falava com alguns caras que conhecia e pá.

E por mais que estava puto porque tinha voltado pra cá, estava um pouco alegre já que veria o Magrão, e por conta do Juliano não estar mais na diretoria dessa porra.

Ai na moral, só quero paz aqui dentro mesmo, pô.

Assim que os caras me jogaram dentro da cela, depois de tirarem minhas algemas, só ouvi os caras começar a falar, tudo surpreso por eu ter voltado.

Magrão: Ih, mentira...- ouvi o grito dele, e me virei, vendo o cara descer da cama e vir até mim correndo. - Ah não pô, qual foi?

Ele fez uma careta, mas me abraçou forte. Ainda meio assim, retribui o abraço dele, dando um suspiro alto.

Tava aliviado pra caralho por ver que ele estava bem nessa porra. Se tivesse acontecido alguma parada seria com ele, ia logo tocar o terror nesse inferno aqui. Serin mesmo!

Sinistro: Tu tá chorando caralho? Ala. - dei risada, assim que me afastei dele, vendo que o cara já estava chorando que nem um tonto.

Magrão: Tava com saudades, porra, que isso putão. - passou a mão no rosto, secando as lágrimas. - Mas aí, porque tu voltou carai?

Me sentei na minha antiga cama, e ele já veio sentando ao meu lado. Comecei a contar tudo as paradas que tinha rolado lá fora e pá, do tiro que eu tinha tomado e os caralhos tudo.

Na hora que mostrei a marca da cicatriz que ficou por conta do tiro, o menor já ficou todo desesperado.

Ainda estava com alguns pontos, mas os caras disseram que daqui uns dias, a enfermeira daqui do presídio mesmo, tira essas porras.

Magrão: Aí, maior parada que rolou contigo lá fora, em putão. Ainda bem que eu fiquei aqui, se não, tu ia cair, e não ia ter ninguém pra te fazer companhia aqui dentro. Ala, foi Deus mesmo, pô!

Dei uma risada baixa, negando com a cabeça e fiquei ali de boa com ele, trocando maior ideia mesmo.

Cara me contava tudo o que tinha rolado aqui dentro enquanto eu estava lá fora, e era cada parada que eu ficava desacreditado pra caralho, pô. Ala.

Diário de um DetentoWhere stories live. Discover now