**Capítulo 57**

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• Jade •

Respirei bem fundo, me sentando na minha cadeira, após me vestir. Sinistro também já estava vestido, apenas com a camiseta de botões aberta.

Estava soada pra caralho, depois de transar pra caralho com esse cara. Realmente, eu não sabia o que era gozar de verdade desde a última transa que tive com ele naquele carro.

E agora eu não estava sentindo nada, nem arrependimento, ou remorso pensando que trai o Leandro mais uma vez.

Não duvido nada que ele me traia também!

Quero terminar com ele, não porque sei que os dois traímos um ao outro, e sim porque já faz tempo que não está dando mais certo entre nós dois.

Mas sinceramente? Tô com medo da reação dele. Tem hora que o cara surta falando que se um dia eu largar ele, só vai ser morta. Eu fico cheia de receio, mas não dá pra continuar.

Jade: Falta uns 10 minutos pra consulta acabar. - falou olhando no relógio que estava preso ali na parede. - Então dá tempo de você cumprir o combinado lá.

Ele fez careta pra mim, se encostando na cadeira. Só fiquei olhando pra ele séria, esperando o cara abrir a boca de uma vez.

Sinistro: Uma vez aquele tal de GG, o cara que eu quero matar, tá ligada? - balancei a cabeça concordando. - Então, pô, ele já foi atrás de mim pra me matar, cheio de macho do lado, na covardia mermo, porque achava que eu tava comendo a mina dele. Eu não estava em casa quando ele foi, mas quando eu voltei, foi maior parada. A piranha da mina dele mentia na minha cara, e na cara do mano, falando que nós tinha ficado e várias outras paradas aí.

Jade: E você não ficou com ela? - cruzei os braços.

Sinistro: Claro que não, tá doidona? Pego mulher dos outros não, pô. Sai fora.

Aquilo ali pesou em mim, e na hora engoli em seco.

Já vi que se o Sinistro souber que sou noiva, ainda mais de um policial, tenho quase a certeza que ele não vai nem querer olhar na minha cara.

Jade: Tu levou isso para o desenrolo?

Sinistro: Lógico, foi pro bagulho alto. Dei minha versão, não sabendo de nada daquilo ali. A mina ficou careca, e o mano pediu desculpas, mas depois jurou que iria me matar, que aquilo não iria ficar barato. Me ameaçou mesmo, e até hoje tô esperando ele me matar de vez.

Neguei com a cabeça, e ele suspirou alto, fazendo careta outra vez. Eu fiquei quieta, nem disse mais nada, até os guardas virem pegarem ele.

Coloquei as algemas nele outra vez, e antes de sair dali, ele me olhou sorrindo de lado, e piscou pra mim.

Eu dei um sorrisinho toda boba, e neguei com a cabeça indo arrumar minhas coisas para ir pra casa.

Nem passei na sala do Juliano pra avisar que já estava indo, apenas peguei meu carro e fui.

Iria pra casa do Leandro na capital, e conversar tudo hoje, e se Deus quiser já terminar de vez com esse cara.

Assim que cheguei na casa dele, vi que o mesmo estava dormindo jogado no sofá. A casa dele estava um nojo, cheia de garrafas de cerveja e pacotes de salgadinhos, e o cheiro então? Dava até ânsia.

Acordei o Leandro, que resmungou, mas quando viu que era eu, se sentou no sofá coçando os olhos.

Jade: Preciso conversar com você, Leandro! Bagulho sério! - me sentei ao lado dele, e ele já veio querendo me beijar, mas me afastei.

Leandro: Ih, que foi? Lá vem. Fala logo!

Jade: Já faz um tempo que as coisas entre nós não tá dandi mais certo, e...eu não aguento mais isso tudo!

Leandro: Como assim? Quer terminar? - cruzou os braços, fechando a cara.

Jade: Sim, Leandro, sim! Sinceramente não sinto mais nada por ti, e isso que nós tem, não tá dando mais!

Ele balançou a cabeça concordando, e não disse mais nada. Eu fiquei um tempo ali esperando ele dizer algo, mas ficou um silêncio chato pra caralho.

Leandro: Tu me traiu? - olhou pra mim, e eu fiquei sem reação na hora.

Comecei a sentir um nervoso do caralho, que meu coração disparou de uma forma.

Jade: Não! Tá maluco, Leandro? - dei uma risada nervosa, passando as mãos nos cabelos. - Nada haver isso, cara. Não te trai! Nunca faria isso!

Leandro: Aí, vou acreditar em você, mas se eu souber de uma parada errada da sua parte, tu tá fodida, Jade. - olhou bem nos meus olhos, e eu quis sair correndo dali naquele momento.

Depois de mais um tempo em silêncio, ele pediu para eu ir embora, e eu fui, quase que correndo.

Meu coração batia forte pra caralho, e por um momento pensei que ele podesse saber do meu rolo com o Sinistro dentro da cadeia, e quis chorar de desespero, sabendo do que ele seria capaz se soubesse dessa merda toda.

Diário de um DetentoOnde histórias criam vida. Descubra agora