**Capítulo 92**

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No dia de visita, por incrível que pareça, liberaram o Neguinho aparecer aqui.

Jurava que por conta de eu ter voltado pra cá depois de uma fuga, eles não deixariam mais eu ter visitas até eu ser transferido.

Mas Neguinho apareceu aí, fortalecendo como sempre, pô. Ai, maluco é brabo memo!

Trouxe as comidas, e pá, inclusive as bolachas do magrão. Menor ficou todo felizão. Ala.

Sinistro: Como que tá a peste lá?

Neguinho: Tá internada na UTI ainda, caso grave já que os dois tiros foram nas costas, pegaram em umas partes importantes do corpo lá. - fez careta.

Sinistro: Caralho, véi. - passei a mão no rosto, ficando bolado já. - Ela pelo menos tá em um hospital bom né? - ele concordou com a cabeça.

Magrão: Tua irmã que vocês estão falando? - me olhou, e eu balancei a cabeça concordando.

Neguinho continuou falando da Rafa, enquanto eu e o Magrão comia as paradas ali, prestando a atenção nele.

Cara disse que era os manos lá da facção que estavam pagando tudo no bagulho da Rafa e pá. Ajudando mermo!

Mas aí, tem que ajudar mesmo, já fiz cada parada feiona pra eles, pô, que tinha que ter essa moral toda que hoje eu tenho.

Sinistro: E a Jade? Cadê?

Neguinho: Continua morando lá casa aonde vocês estavam. Denunciou o Leandro, mas o cara tá foragido.

Sinistro: Avisa para os caras irem atrás desse mané, tô de saco cheio desse desgraçado já, pô, na moral mesmo. - bufei, negando com a cabeça.

Neguinho: Os manos já estão atrás, mas o cara sumiu, pô. Ala, tá armando alguma parada, tô sentindo.

Sinistro: Rum, tem que ficar esperto!

Com esse filho da puta por aí, era uma parada ruim tanto pra mim, quando pra Jade e a minha família.

O cara tá louco atrás dela, e pra isso sei que pode acabar usando minha família outra vez pra conseguir ela.

Cuzão mesmo, sabe resolver parada batendo de frente não, pô, tem sempre que está usando alguém pra conseguir a parada que quer.

Se pá que eu usei a Jade pra conseguir a parada que eu queria mesmo, mas nada perto desse inferno todo que ele está causando na vida de pessoas que não tem nada haver com essa porra toda, pô. Ala.

Neguinho: O ex diretor daqui tá num processo brabo mesmo. Jade que entrou na justiça contra ele, já que essa parada é crime, né?! Colocar escuta na sala sem a autorização de um maior, da mó caô.

Balancei a cabeça, dando um sorriso ao ter a certeza que a Jade tava metendo processo em cima daquele arrombado.

Tem que se foder mesmo, e se pá pode até cair aqui em Tremembé. Ai eu vou aloprar mesmo. Que isso...!

******

Quando já estava de noite, eu já na cela com os caras, uns guardas vieram me buscar, pra me levar em algum canto.

Me algemaram e foram me levando pra uns corredor pra lá, e foi quando percebi que estava indo pra enfermaria.

Sabia que tinha que trocar o curativo dos pontos e pá, mas nem tava lembrando dessa parada.

Entrei na salinha ainda algemado, e só vi aquela ruiva da outra vez. O nome eu esqueci, e nem é zoação.

- Oi. - deu um sorrisinho de lado, toda pá, e eu nem tchum.

Me sentei na maca, e os caras saíram apenas encostando a porta.

- Lembra de mim? - perguntou enquanto colocava as luvas de látex, e eu balancei a cabeça pra ela. - Você tá bem? Tinha ficado sabendo que você tinha fugido, mas nem sabia pra onde tinha ido pra ir encontrar você...

Sinistro: Me encontrar pra que? Ala. - fiz careta, e ela riu.

- Sei lá...pra gente se divertir sozinhos e tudo mais...- deslizou a mão por um dos meus braços.

Sinistro: Sou otário pra ficar se divertindo com mulher que nem lembro o nome agora? Ih pô, se liga em. Minha mulher saber disso, te deixa carequinha, aí tu vai ver o que é diversão de verdade. - falei e ela arregalou os olhos na hora.

- Des...desculpa! Não sabia que tinha mulher lá fora.

Sinistro: Pois eu tenho! Brabona ela, te pega no pau, tu sai esfolada. Rum, vai brincando.

Ela nem disse mais nada, apenas abaixou a cabeça, mas eu nem dei bola para aquela mulher.

Ala, tava entendendo essa maluca não, pô.

Do nada vem com uma dessas, ih, tá muito pra frente mesmo. Nem conheço e já vem toda, toda, pra cima de mim, euem.

Sai fora, rapá.

Diário de um DetentoOnde histórias criam vida. Descubra agora