Capítulo XCI

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KIM JIEUN 

As coisas ao meu redor estavam bem calmas, eu estava calma, me sentindo bem como qualquer outro dia. A cólica irritante abaixo da barriga havia diminuído, e meu bebê se movimentava pouco, apenas com alguns estímulos quando eu ou jungkook conversava com ela. Minha sogra e minha mãe me ajudaram com tudo o que era necessário, já deixando pronto para a hora certa.

— querido, desse jeito eu e o bebê ficaremos enjoadas — falei em direção a silhueta que se movia de um lado para o outro, pensativo, distante em seus próprios pensamentos mas atento a qualquer movimentação minha. Arqueou as sobrancelhas ao me encarar, tentando revelar indiretamente que estava bem, só um pouco… agitado, mas bem.

— Desculpa meu amor — Parou a movimentação, sentando ao lado lado, segurando minha mão e beijando a palma e em seguida acariciando a barriga. — Eu deveria tá calmo e estou aqui te deixando mais nervosa, desculpa — deitou a cabeça em meu ombro e acomodei a minha sobre a sua, levando a minha mão em direção aos seus cabelos, fazendo um carinho.

— Tudo bem, eu te entendo — se afastou, olhando em meus olhos. Aquele olhar que dizia tudo, brilhante, marejados, que revelava tudo o que eu mais amava nele: seu verdadeiro lado, seus sentimentos, sua essência.

Meu amor, jeon jungkook, jungkook, o meu eterno amor. Pensei, deixando um sorriso escapar, sentindo uma dor no peito ao imaginar que o amava tanto, um amor que não conseguia medir, não conseguia descrever com palavras exatas, só sentir, só ser. 

Sem dizer nada levou o polegar até minha bochecha, acariciando, tendo tempo para se achegar e depositar um beijo em minha testa e descer o olhar até meus lábios, me fazendo ir até ele em um beijo tímido mas tão aconchegante e intenso que mal vimos quando nossas mães se aproximaram.

— Aqui, comam — desviei o olhar pra bandeja posta sobre a mesa de centro. — um lanchinho leve pra nenhum dos dois ficarem de barriga vazia — agrademos com um sorriso para ela, que veio até mim e beijou minha testa, se afastando e sentando no sofá a nossa frente. — Filho, você precisa ficar tranquilo, calmo, eu imagino o quão agitado esteja a sua mente, mas vai dá certo.

— Exatamente — minha mãe assentiu, me olhando gentilmente. — Jieun é forte e o bebê de vocês também, tem a força dos dois.

— concordo — as palavras fluiram da boca dele. — não dúvido da força da minha esposa e da minha filha — me encarou.

Mais algumas horas se passaram e o que estava fraco, passou a ficar mais forte. Constantemente estávamos em comunicação com a médica que já avisara que o quarto onde eu, o bebê e jungkook ficaria já estava pronto, só ao aguardo de todos nós. Adiante não conseguir permanecer parada, os minutos passavam e a ansiedade aumentava, mesmo que quisesse aparentar plenitude o meu coração não deixava de bater ainda mais rápido só em imaginar que finalmente eu iria segurar meu bebê, ver minha filha, tocá-la com o mais puro do amor que eu iria dar. Caminhei um pouco pela casa, pelo espaço florido no quintal, admirando as rosas que Jeongsan havia plantado a alguns meses e que florecia tão lindamente, permitindo o sol acalentar cada pétala e galho; me recordei do dia vi um casal de beija-flor vagando por ali, San totalmente impressionado com a beleza das aves e curioso para saber sobre. Aproveitei e contei sobre uma história que minha mãe me contava sobre beija-flor, sobre seu significado e a sorte que davam ao ser vistos.

[ ••• ]

S

ubir as escadas, em direção ao banheiro, numa tentativa rápida de me aliviar. Assim que pisei dentro do cômodo sentir algo escorrer por minhas pernas, me encharcando completamente do quadril para baixo. Antes mesmo que tivesse tempo de chamar alguém, minha mãe surgiu na porta para que avisar que o carro me aguardava, me vendo paralisada ali, vindo até mim, explicando qualquer tipo de coisa que estivesse sentindo. Um banho prolongado foi exatamente o que precisava para relembrar sobre os exercícios de respiração, totalmente seca e vestida, faltando apenas um calçado para que estivesse pronto, mas que por algum motivo não se encontrava perto de onde me sentei.

— A cinderela perdeu um sapato — levantei os olhos, notando que o outro par se encontrava na mão de jungkook, que não perdia a oportunidade de me olhar com um sorriso de lado a lado. — Deixa eu te ajudar — se aproximou, ficando de joelhos em minha frente, segurando um dos meus pés descalço. — Pronto.

Mais uma vez olhou para mim depois de encaixar a sapatilha e se por de pé.

— Achei minha princesa — piscou me fazendo rir. Com nossos dedos entrelaçado pudemos voltar para o andar debaixo onde todos esperavam por nós.

— Vamos ficar esperando notícias com o San — disse minha sogra, abraçando o neto que ouvia tudo atentamente. — assim que puder, nos avisem vocês e fiquem tranquilos também, principalmente você jungkook — serrou os olhos para ele, dando um tapinha carinhoso em seu peitoral.

— obrigado mamãe — o maior deixou seu agradecimento retribuindo com um enlace . — Filho… — abaixou o olhar. — você vai cuidar delas, não é?

— Vou sim — seus olhos encontraram os meus e só conseguir sentir o momento que ele veio até mim, abraçando meu corpo. — Leva o Tata — esticou as mãos, entregando o ursinho. 

— Mas não é seu ursinho favorito San? 

— humrum — assentiu com a cabeça. — mas quero que a mamãe leve pra dar forças pra ela e pra minha irmã, o Tata sempre foi meu amigo, nunca me sentir medo com ele, por isso eu quero que a mamãe leve.

— Irei cuidar dele filho — se o objetivo era não aparentar vontade de chorar, já tinha perdido quando abracei o ursinho com uma mão e alisei as madeixas dele com a outra. — vai ser como se estivesse lá com a gente — seus olhinhos sorriram e retornou para os braços da vó.

Nos despedimos e partimos para o carro, com tudo arrumado e pronto para o que iria acontecer adiante. Jungkook me olhou pelo espelho do retrovisor, enviando um beijo e em seguida dando partida no automóvel.

A babá dos meus sonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora