Capítulo XCVII

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KIM JIEUN

Assim que a enfermeira veio avisar no dia seguinte, de manhã cedinho que tanto eu como a bebê estávamos liberadas para sair de casa, não conseguir esconder minha felicidade e alívio. Sentia tanta falta do meu San que nenhuma ligação do mundo supria minha vontade de abraça-lo e cuidar como sempre cuidei e continuarei cuidando para o resto da minha vida. Quando jk revelou que meu filho perguntou de mim e estava ansioso para me ver, foi exatamente o que precisava para simplesmente me aprontar para retornar para ele.

Antes de qualquer coisa, Jiyun foi examinada pelo médico uma última vez naquele dia para dá certeza que estava tudo bem com ela e também comigo. Mesmo ouvindo que precisava respirar e me acalmar eu não conseguia, eram muitos sentimentos bons para lidar de uma única vez.

Na ida para o carro tudo foi mais tranquilo do que eu imaginava. Conversava com JK em intervalos longos quando o trânsito se agitava, podendo assim notar a cidade ao meu redor com mais atenção antes de tudo sumir e da lugar a um ambiente mais limpo, até mesmo o ar que entrava em meus pulmões era mais aprazível.
O carro foi manobrado com perfeição, não sou de comentar em voz alta mas até dirigindo Jungkook tinha um charme peculiar e atrante, sua concentração no que fazia e como fazia se tornava hipnótica e olhos pequenos e angulados adentravam os meus pelo reflexo do espelho antes de desviar e recomeçar tudo novamente.

— Mamãe — a voz angelical e distante ficava ainda mais alta conforme o automóvel finalmente parava e o maior se retirava para dá a volta. Em frente a casa e ao lado da minha sogra, meu san acenava animado, com um sorriso tão brilhante que nem mesmo os raios do sol sobre ele conseguia ofuscar.

Fora, caminhei um pouco, ouvindo a voz de JK que me incentivava a ir até o jeongsan no tempo que ele fechava as coisas e seguia na minha direção. 

— Cheguei querido — suas mãos envolviam minha cintura. Mesmo que ainda fosse criança, já tinha cuidado ao me ver com a irmã nos braços, chegando com mais atenção e delicadeza, apertando suavemente meu quadril. 

Quando finalmente entramos em casa uma sensação de déjà vu me tomou por completo, como se tudo aquilo fosse uma reprise de uma cena que eu lembraria muitas vezes e sempre teria prazer de reviver várias outras vezes. A mãe de Jungkook se acomodou ao meu lado e San do outro com a concentração toda no pequeno pacote bem embalado.

— Ela parece o mochi que a mamãe sempre faz — disse o irmão mais velho, levando o indicador até uma das mãos, deixando que Jiyun segurasse seu dedo. — Ela também é muito forte — sorrimos.

— Uma graça minha neta — concordei. — Sua mãe me mostrou algumas fotos suas quando era bebê Jieun, e ela tá certo quando disse que a jiyun parece muito bom você.

— Eu disse mãe, bonita e perfeita que nem a Jieun — ele surgiu das escadas e se acomodou na poltrona.

Infelizmente, por conta dos meus irmãos e de outros problemas minha mãe não ficaria comigo essa noite e independentemente que eu dissesse que conseguiria me resolver sozinha, ela insistia repetindo que trataria de recompensar isso fazendo uma visita depois que tudo se acalmasse. Por vez, a mãe do Jeon se ofereceu para ajudar na minha noite ficando com o neto que realmente era agitado e não resistia dormir com alguém da família abraçadinho.

  Fui recepcionada com uma rápida comemoração antes de nos reunirmos todos para jantar. Passamos boa parte dos minutos citando a bebê em quase tudo que falávamos, o Jeon aproveitava para contar para o filho como era legal ser irmão mais velho e tudo que ele poderia passar para a irmã e aprender com ela. 

••• 

Me banhei horas depois, deixando Jungkook cuidando da bebê. Jeongsan ficou um pouco com eles mas logo ouvir sua avó o chamando para se juntar a ela. Contou brevemente que iria contar uma história para a mais velha assim como eu fazia para ele. Lembrando disso já conseguia me imaginar contando diversos enredos para meus dois filhos até que eles pegassem no sono.

Me peguei pensando em como gostava de criar história e principalmente conta-las. Muitas delas eu mesma criava com base em contos de fadas que escutei quando menor. Um desejo soprou em meu peito: e se eu escrevesse um livro para conta-los para meus filhos quando fossem mais velhos? Guardar em palavras sentimentos verdadeiros e uma esperança que até mesmo em contos felizes existe uma versão triste, que exerce grande efeito sobre os personagens.

Quando retornei para o meu quarto, vi Jungkook deitado em sua cama, barriga para cima, com a pequena sobre seu peito sendo aninhada por ele. Me juntei aos lençóis e após cuidar de Jiyun, o maior a levou para o berço temporário ao nosso lado, voltando para cama.

Encostei as costas na cabeceira, deslizando os dedos sobre meus cabelos, prendendo-os para que desse o mínimo de trabalho. Enquanto isso, sentia os olhos sobre mim e o silêncio que alimentava a sensação de ser o centro das atenções dele.

— O que foi? — minha pergunta o fez sorrir, trazendo um dos travesseiros para apoiar o rosto.

— Muitas coisas.

— Coisas do tipo? — me virei para ele. 

— Você e tudo o que aconteceu com a gente — curvou o canto dos lábios. — principalmente você.

— Muitas coisas aconteceram com a gente, mas no fim conseguimos superar juntos.

— Sim meu amor, sim…— balançou a cabeça e se indiretou. Diminuiu a distância entre nós, segurando minhas mãos, entrelaçando nossos dedos e por fim deitando sua cabeça em um dos meus braços sem que o peso caísse sobre mim. Brincou com meus dedos até que eles estivessem unidos aos seus novamente.

Levei minhas mãos até seus cabelos, sentindo seus fios macios entre meu indicador e dedo médio.

— As vezes me pego pensando que viveria tudo novamente para que no fim, fosse aqui com você que eu terminasse.

— Sabe que as vezes me pego pensando nisso também? — ergueu a cabeça, visando uma única direção. Sorrimos um para o outro e quando vi já estávamos nos beijando, acariciando e protegendo um ao outro. Adormecemos abraços, com minha face coladinha no tronco do maior, podendo não só sentir seu cheirinho natural, seu calor, como também suas mãos afagando meus cabelos.

Os primeiros dias com minha nova realidade foi mais difícil do que imaginava. Depois que a mãe de Jungkook se despediu de nós, nos unimos para tentar manter tudo o mais pleno possível. San, do seu jeito, insistia para ajudar, indagando se ele tinha passado por tudo aquilo quando era bebê. O maior também se empenhou em me ajudar com tudo o que fossemos, nos divertimos limpando a bagunça que tanto as crianças como a gente fazia.

— Ji— se afastou, assustado com o acontecido repentino. Jeongsan começou a rir assim que percebeu que a irmãzinha havia sujado a camiseta do pai. — Querida, não pode fazer xixi no papai.

— Vá se limpar amor, deixe-me cuidar disso — forcei para segurar o riso. O que não saía da minha mente era a cena dele se espantando e a serenidade de jiyun que não sabia de nada. 

Os próximos dias passaram como os anteriores: o mundo parecia ter parado só para que eu pudesse viver com minha família, meus amores. Posteriormente, decidimos fazer uma pequena confraternização com alguns dos nossos amigos para que eles conhecessem nossa filha. A semana que decorreu foi ótima para que eu me sentisse mais ativa.

A babá dos meus sonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora