Capítulo LIII

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KIM JIEUN

As coisas lá fora pareciam ter se acalmado, na presença da minha mãe tentei saber o que tinha ocorrido, contudo, ela não tinha muitas informações. Falamos a respeito do que aconteceria daqui para frente e nitidamente, dava para perceber que ela não aguentaria viver normalmente com meu pai depois de tudo e um pouco mais que aconteceu após minha saída. Mudamos de diálogo e me alegrei ao me enxergar mais uma vez no espelho, com véu que cobria toda minha face que terminava um pouco abaixo do busto.

— Agora só falta você ir para o altar — envolveu suas mãos quentes em meus ombros.

— Tão pouco, não vejo a hora de vê-lo mãe e dizer que o amo, que vou lutar por nós, que vou ser forte por ele e pela nossa família — minhas palavras saíram distensas, dando mais gás ao meu coração que batia fortemente.

— Olá? — escutamos alguém entrar no quarto. — Sou o seokjin — alterei meu corpo, cumprimentando com um aceno de cabeça. — peço desculpa por entrar assim e que queria pedir algo a noiva, se for possível é claro.

— A mim? — me espantei, curiosa em saber qual era o seu pedido.

— Sim — balançou a cabeça em afirmação, se aproximando mais. — Eu não sei se você já escolheu alguém, ou se vai preferir ir sozinha, mas eu venho pedir a permissão para levá-la até o jungkook.

— Oh, eu.. — fiquei tão aérea que havia deixado passar o detalhe que não tinha meu pai para me levar até o meu futuro marido e nos dá a benção. — não recordava desse detalhe — esbocei um riso sem graça.

— Se não for possível, tudo bem eu... — no que ia fazer a alusão de se retirar, tentei dizer algo para impedi-lo.

— Não Jin, eu ficaria muito feliz em ter você ao meu lado, me levando até o altar. Não imagina o quão importante é isso para mim.

— Eu acho uma ótima idéia isso filha, obrigada por fazer isso pela minha filha senhor Kim — se curvou.

— Não precisa se curvar senhora Kim, eu que agradeço por me permitir levá-la, é uma honra, de coração. Não tem ideia da minha felicidade em ver você e meu amigo juntos Jieun, isso aqueceu meu coração — seu sorriso foi de um lado a outro. — vamos — entendeu a palma da mão para mim, e na maior certeza que tinha transbordando por dentro, segurei sua mão.

Nos retiramos do quarto, do lado de fora, a nossa espera, as gêmeas e o filho do Kim nos aguardavam para entrarmos todos juntos. As pequeninas seguravam a calda do vestido, cumprimentando-me assim que notaram minha presença, impossível dizer que não eram filhas do Park, além de serem idênticas se pareciam muito com ele.

— Já sentiu como se seu coração fosse sair pela boca? — perguntei.

— Já sim, e foi em um dia igual a esse. Eu estava no altar, esperando a mulher que tornou o meu mundo o melhor, sentindo como se meu coração fosse sair pela boca — comentou. Olhei de baixo para cima, sorrindo e posteriormente observando o sorriso que dava durante sua fala. — mas toda aquela sensação teve um motivo, eu me tornei o homem mais contente naquele dia e... — riu, envergonhado. — não sei se você vai acreditar, mas ela me deixou ainda mais feliz depois que me deu aquele presentinho ali — com o olhar, apontou para o filho.

— É um sentimento que não cabe no peito — sussurrei. — tenho medo de cair ou tropeçar de tão nervosa que estou.

— Não se preocupe com isso, estou aqui para segurar você — piscou para mim. A nossa frente a senhora jeon dava o sinal e vagarosamente começamos a caminhar, alguns passos adiante o pequeno Kim se mostrava muito tímido, mas ainda sim corajoso para encarar as pessoas que olhavam em direção a nós, e em suas mãos ele carregava uma cesta com algumas pétalas brancas e atrás, as gêmeas park que eram guiadas por uma jovem mulher que aparentava ser mãe das duas.

Com o braço envolta do pulso de seokjin e minhas mãos geladas, me empenhei pra controlar a emoção, trabalhando para que se fosse chorar, fizesse isso depois. Viramos e já estávamos a alguns metros de onde jungkook se encontrava, minha mãe já tinha se adiantado para ficar ao lado da mãe do jeon, uma apoiando a outra. As poucas pessoas que tinham marcado presença se ergueram, criando uma fenda por onde passaria; colocadas em lugares específicos, avistava as fotos que tirei emolduradas em quadros enormes que ocupavam e fazia parte da decoração.
    Ao nosso redor tinha algumas árvores e devido ao período do ano, as flores caiam sobre o chão, criando um enorme tapete de pétalas rosas, mas o que realmente me impressionava era a imensa árvore que ficava atrás do pequeno altar onde Jk e pai dele estavam, a maneira como flor por flor soltavam dos troncos, cedendo e se espalhando totalmente. Os detalhes dourado e branco que se destacavam em meio ao mar de sakuras ( flor de cerejeira ) e a brisa fresca, o som dos pássaros entonando cânticos sobre todos em volta transmitia uma paz que não conseguia explicar em palavras, apenas demostrar. Um sorriso surgiu em meus lábios, mesmo que o véu cobrisse minha face, tinha certeza que jungkook tinha visto, já que retribuiu o sorriso em minha direção, erguendo o que me parecia ser um microfone.

Captei uma melodia que aos poucos crescia. Ao lado esquerdo, próximo ao lugar onde o noivo estava, pude avistar um piano branco e sentado a frente dele, um dos amigos, Yoongi, deslizava seus dedos sobre cada nota emitindo para a grande maioria uma bela canção que subsequentemente foi acompanhada pela doce voz do meu amor. Sua voz surgia em meu coração como turbinas que constante aplica energia no meu ser; com jeongsan em seus braços, taehyung fazia parte, acrescentando ainda mais, pausando e dando espaço para que Jin continuasse. Desviei meu olhar da frente, visando para o lado, para seokjin que enquanto cantava se permitiu dá uma piscada em minha direção, fazendo com que eu risse e retornasse a focar a minha frente.

Enxuguei as lágrimas antes que fossem cair. A cada segundo vinha uma euforia dentro de mim; ter Jeon jungkook cantando em sua direção, olhando como se nada e nem ninguém em volta existisse, proferindo seus sentimentos em forma de canção, me dando uma visão do seu sorriso tão encantador, galanteador e ao mesmo tempo tímido arrancando suspiros, acelerava o peito e dando gatilhos. O que mais almejava era abraça-lo, me aconchegar em seus braços, podendo-o amar para sempre. Durante o percurso demorado que por um lado, eu queria agilizar, correr para os braços dele, do outro eu desejava chegar sem pressa, tendo tempo para que conseguisse admirar tudo e guardar tudo em minha memória. Em meus devaneios, conseguir chegar a uma conclusão de que se eu tivesse dez vidas, em dimensões distintas, sem dúvidas nessas dez vidas eu amaria jeongsan e jungkook, eu daria tudo de mim por eles, passando por cima das minhas limitações, enfrentando uma sociedade que julga sem ver o que tem por trás de cada ser e me fortalecer firme e confiante, mesmo que isso signifique sacrificar um amor paterno.

— E aqui estamos — balancei a cabeça, fechando os olhos e ao abri-los vislumbrando meu noivo com seu lindo e perfeito terno branco, em seus ombros tinha algumas pétalas das flores que caiam das árvores, nada que entregasse e sim apenas fosse um acréscimo. — Fiz questão de cuidar dela meu amigo, agora é sua vez — Jin indagou, me guiando até o jeon.

— Pode ter certeza, daqui pra frente eu vou cuidar dela com todo o meu amor — estendeu suas mãos. Levei minha palma até a sua, subindo alguns degraus até me por frente a frente a ele.

As vozes cessaram, ficando apenas a melodia, os olhares em nossa direção e jungkook e eu, encarando um ao outro sem conseguir conter o sorriso que substituia o: “ finalmente estamos juntos mais uma vez ”.

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A babá dos meus sonhosWhere stories live. Discover now