Capítulo VIII

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KIM JIEUN

No caminho para o show, observei que Jungkook não parava quieto dentro do carro. Se ele não estava estalando todos seus dedos, ele estava cantarolando algo, me mantive apenas observando, não queria desconcentrar sua forma de controle. Já na metade do caminho, alimentei o pequeno Jeongsan que para a surpresa de todos, era o mais calmo dali, no decorrer da amamentação, com os olhos bem abertos e atentos ao mundo, ele olhava tudo e todos, encarava mais o pai que não deixava de dar atenção.

Chegamos e meu chefe foi o primeiro a sair, sendo escoltado por vários seguranças, a gritaria estava mais alta e bem próxima e por isso, tive que cobrir os ouvindos do bebê para abafar a pressão sonora. Entramos pelo lado mais calmo, a CEO ficou comigo e me guiou até uma sala, ela dizia que era o camarim pessoalmente do Jungkook, mas ao entrar eu achava que era uma parte interna do local, o lugar era maior que meu antigo apartamento.

— Providenciamos um berço para o san — apontou para um berço ao lado do sofá — e um sofá cama, caso você queira descansar. Se precisar esquentar a mamadeira é só chamar um dos seguranças, eles estaram de vigia na porta, qualquer coisinha, pode chama-los.

— Obrigada senhora — inclinei o corpo e pedir licença, indo até o sofá e me sentando. Tirei algumas coisas da bolsa e o que precisava botei por perto. — Então Jeongsan, vamos ver o que você fez? — o deitei no colchão e desabotoei seu macacão, retirando a calça no mesmo instante que olhava diretamente para seu rostinho e seu sorriso idêntico ao Jungkook. — Vou trocar a fralda, tudo bem? Quer um brinquedinho pra se distrair? — perguntei, sabendo que ele não respondia, contudo, sempre ajudando e incentivando a comunicação. — Aqui — Entrei um bonequinho redondo e macio, ele poderia morder a vontade. Até mesmo parecia comida, visto que era uma bolacha/biscoito, cookies para bebês.

Fiz a troca como ninja, ligeira e objetiva e o pequeno a todo momento se distraia tentando por o bonequinho inteiro na boca.  Me coloquei de pé juntamente com a criança, conhecendo mais o espaço, curiosa para olhar cada detalhe da sala. Mais a frente, numa espécie de penteadeira maior do que as que já vi, tinha inúmeros polaroids colados pelo canto, várias fotografias de situações que o Jungkook vivenciou. Em algumas delas ele não estava sozinho, uma tinha seis garotos junto a ele que pareciam ser bem íntimos, talvez amigos, em outras eu poderia conhecer algumas pessoas, como a empresária, o motorista e os seguranças. Em um lado, afastado das demais fotos, tinha mais fotos, desta vez algumas somente o Jungkook, outras ele e uma mulher e na maioria, apenas a mulher. Aquele rosto era conhecido, era a mesma pessoa que tinha visto nos quadros escondidos no guarda-roupa dele uma certa vez.

— Eu acho que é a sua mãe Jeongsan — me sentei na cadeira, deixando ele deitado sobre o meu braço — Ela era linda — peguei uma das fotos, trazendo para perto dele — Seus olhinhos parece com os dela — toquei em sua bochecha, encarando a imagem. Nesse mesmo instante, a porta se abriu e Jungkook entrou a sala. Me apressei e botei a foto sobre a bancada, virando para ele.

— Estarei de volta, vou trocar de roupa — avisou para alguém do lado de fora e se virou para mim. — Tudo bem? — fechou lentamente a porta atrás dele, vindo até mim.

— Tudo ótimo, não é Jeongsan? — olhei para ele o mesmo só conseguia prestar atenção no boneco em sua mão.

— Parece que tudo está bem por aqui — Assentir e ele passou por mim, indo para o banheiro. — Desculpa ter saído daquele jeito do carro, tive que conter as pessoas atraindo elas para mim, seria praticamente impossível você sair do jeito que estava e o San, se assustaria bastante.

— Não se preocupe Jungkook, você fez o melhor pelo san, isso que importa — sair dali e voltei a me sentar no sofá. Alguns minutos se passaram e Jungkook voltou arrumado, sentando na penteadeira para aprontar seus cabelos — se você quiser, pode me acompanhar. Peço para um dos seguranças por você e o san em um lugar confortável com menos impacto do som e podem me assistir, te dou a certeza que vai gostar.

— Bom… — hesitei mentalmente, mas aceitei. Séria uma oportunidade do san ver o pai no palco, mesmo que ele não entendesse muito o que acontece em volta, sinto que ele iria gostar. — Eu e o san estamos ansiosos para ver, acredito que vou gostar, vamos na verdade.

Ciente da minha escolha, terminou de se aprontar e saiu, logo atrás eu o seguia, vendo quando algumas pessoas se aproximavam para colocar o microfone fixo.

— Leve eles para um lugar que possam assistir e fiquem seguros também — pediu ao segurança que assentiu e veio até mim.

— Me siga senhorita — Fiz o que pediu, seguindo até determinado local. Me sentei em um banco, podendo ver perfeitamente o palco e a chegada de Jungkook. Ele cumprimentava o público, bem simpático e sorridente.

As luzes que iluminavam o ambiente se apagaram e o silêncio tomou todo o espaço. Alguns segundos se passaram e pude escutar a doce voz chegar como pingos de chuva inesperado. Oclusei os olhos, Jeongsan estava tão calminho em meu colo que nem precisei balançar muito e o mesmo já se sentia sonolento. Nunca tinha ouvindo a voz dele como agora, realmente compreendo o porquê de ser tão reconhecido e ter tantos fãs. Seu tom de voz ecoava como sinos que despertavam as minhas emoções, emoções boas.

— Licença senhora, sabe me dizer onde fica o banheiro? — voltei a mim ao ouvir uma voz, bem próxima, talvez alguns passos distantes, porém ainda sim próxima — ali? Ah, obrigado — deveria ser engano, mas eu reconhecia aquela voz.

— Luke? — olhei em direção ao rapaz que respondeu com o olhar ao ser chamado. Fazia meses que não via, e pretendia continuar como estava, até o momento.

A babá dos meus sonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora