Capítulo XII

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KIM JIEUN

Após a última mensagem trocada com o Jungkook, fui para o sofá e deitei o San na manta que tinha colocado. Ainda existia resquícios de lembrança e principalmente da sensação térmica de outra boca unida a minha, foi bom e eu gostei. Mas após ouvir o que ele tinha dito, sabia que a una opção que tinha era esquecer e fingir que nada aconteceu. Sensato e correto, foi apenas um vacilo, o lado materno e paterno tinha gritado mais alto, estávamos vulneráveis aos sentimentos e ao que veio a acontecer.

Sentada ali, pensava no que aconteceria dali em diante comigo, com os sonhos que um dia eu tive, me peguei olhando para a varanda e lembrando mais uma vez o que ocorreu. Balancei a cabeça, negando para mim isso, se eu pensasse demais, séria pior para mim mesma. Dei atenção ao anjinho sem anjas que me olhava atentamente e acariciei seu rosto, não sabia como explicar, contudo, a cada segundo que passava com o Jeongsan, sentia que tinha voltado a ser mãe, de certa forma. Eu o amava e estava disposta a dá tudo de mim para cuidar e zelar por isso, com esse propósito em mente, com certeza esqueceria o resto e me colocaria em meu lugar.

Perdi a atenção quando sentir meu celular tocando contra minha coxa e peguei, olhando para o número privado. Preferir não atender, não queria ser surpreendida pela voz do Luke ou a voz dos meus pais, prentendia enfrenta-los, no entanto, não agora. Me levantei brevemente, não me afastando mais de um palmo de distância e peguei a mamadeira, pondo o bebê sentadinho em meu colo e dando-o. Após as dicas da pediatra e com os poucos avanços que via constantemente, tinha consciência que ele já estava se acostumando com novos movimentos, novos gostos. Era engraçado vê-lo não gostar de algo mas ainda sim tentar.

— O que acha San? — tirei a mamadeira de sua boca, observando sua expressão. Até o momento estava sereno, sem reclamar, sem choros. — gostou?

Nesse momento, me assustei com o celular vibrando novamente e olhei, vendo que era o número privado.

— Insistentes essas pessoas — desliguei novamente — As pessoas são Insistentes San, não entendo, viu que não atendir e continuou — neguei, relaxando e sorrindo. Não prolongou cinco minutos e o celular novamente vibrava, o mesmo número insistindo.

Desta vez tive que atender pra dizer para parar com tal insistência.

— Alô? — disse — Quem é? — descansei o celular no ombro, prendendo entre a curva do mesmo e o meu ouvido, segurando o bebê e oferecendo a mamadeira. — sinceramente, você insiste na ligação pra ficar calado? — falei pela última vez, planejando desligar em seguida, ouvindo a respiração do outro lado da linha.

— Se afaste dele — disse a voz feminina — ele não pertence a você — continuou. Uma interrogação invisível se formou em meu rosto — você não vai tomar ele de mim, não como 'ELA' tomou. Quem toma ele de mim, morre e você não vai ser diferente — ao escutar claramente a voz dizer, sentir todo o meu corpo se arrepiar.

— Não tomei ninguém, não sei o que você está dizendo, não ligue para mim — ao fazer menção de desligar, a voz gritou.

— O Jungkook! — proferiu — eu vi, eu vi na revista, eu te vi com ele no show, no aeroporto, eu sei onde você está, eu vi vocês se beijando — engoli a seco.

— Não é isso, aquilo foi um erro e eu… — não deu tempo de completar, meu corpo todo tremia. Estava com medo, aquilo não parecia ter sido uma brincadeira e também, se fosse eu jamais perdoaria. Envolvi meus braços em volta do San, abraçando.

[ ••• ]

Malmente conseguir ingerir algo, a ligação estava em minha mente. O que mais me assustava era saber que ela sabia de coisas a respeito do que aconteceu, que provavelmente, ela estava me observando. Blefando ou não, me mantive afastada da janela.

Quando o Jungkook e sua manager chegaram, ainda em choque contei o que tinha acontecido e os mesmos ficaram assustados. O Jeon tentou me acalmar, pegando o san e me oferecendo um copo com água. Sentamos no sofá da sala, liguei para o operadora e solicitei a gravação da ligação, não demorou muito e por e-mail me enviram. Com a gravação em mãos mostrei a eles.

— Isso não é possível, como uma pessoa pode fazer isso? — a CEO perguntava, sentando ao meu lado, ouvindo o áudio. Ao chegar na parte do beijo, ela me olhou e em seguida olhou para Jungkook, que estava concentrado no que ouvia. — Foi o que eu ouvir ou essa garota apenas imaginou coisas? — Questionou e nenhum de nós dois disse nada.

No fim do áudio, me devolveu o celular e se virou.

— Eu vou fazer algo contra isso, não ficará assim — Indagou. — Isso passou do limite antes mesmo de começar e pra não ficar pior, eu vou fazer algo.

— Vou precisar do áudio e passarei para os nossos advogados, tentar rastrear, fazer reconhecimento de voz, não sei… — se pôs de pé — Porém não ficará assim e Jieun — olhou diretamente para mim — terá que trocar de chip e de celular, darei um jeito nisso pra evitar que essa pessoa retorne.

— Sem problemas — aceitei. Do jeito que estava, qualquer coisa que fizesse pra ficar longe daquela pessoa, eu estava aceitando.

Mais alguns minutos e a CEO se despediu, me tranquilizando. Tentei me manter calma e seguir a noite, Jungkook depois de se despedir se trancou em uma pequena sala, ficando lá por horas.

— Durma bem san, sonhe com seus amiguinhos anjos — cobrir seu corpinho, desligando o abajur e desferindo um beijo em sua testa.

— Oi? — me redirecionei para trás, olhando a sombra do Jeon e posteriormente, seus passos se aproximando. — Como foi o dia com ele?

— Foi ótimo — desviei o olhar dele, mirando no berço — ele aceitou boa parte do que ofereci hoje, pelo menos ele gostou da maioria. Brincou também e aprendeu a dá língua — ele riu. E por algum motivo aquela risada suave acelerou meus batimentos cardíacos.

— Acho que já tá na hora de ter uma conversa com ele — pude ver, pelo canto dos olhos, quando olhou para mim.— Pode vim comigo até a sala? Precisamos conversar.

— Sim senhor — virei de frente, concordando. Saímos do quarto e antes de me afastar, encostei a porta, indo até ele.

A babá dos meus sonhosWhere stories live. Discover now