Capítulo LXXIII

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KIM JIEUN

A sensação da claridade aquecendo meu rosto foi o que fez com que eu acordasse, percebendo que ainda me encontrava na sala, com jeongsan repousando em meu colo e a televisão ligada passando a programação local. Na noite anterior tinha ficado até tarde assistindo o show de jungkook, sem bater nem mesmo os olhos, aderindo que desta vez San ficasse acordado até tarde; para acompanhar nossa noite, fiz pipoca e brigadeiro, passando cada segundo ao lado do meu garoto, admirando meu amor pela tela, admirada e em certos segundos, emocionada, recebendo um forte abraço do menor que me mantinha resistente aos meus próprios sentimentos. Ainda na mesma noite, o Jeon me telefonou não podendo ficar muito tempo, mas o bastante para me desejar uma boa noite e dizer um eu te amo.

Com os dias percorrendo lentamente, minha comunicação com jungkook passou a ser menor e eu compreendia, já tinha vivenciado de perto anos atrás como seu conograma era extenso e sua atenção aumentava, dedicando-se de corpo, alma e sentimentos para dar o seu melhor. Eu o amava, o entendia e sabia que ele me entendia, nesse tempo em que estava sozinho eu também teria que me dedicar de corpo, alma e sentimentos para dar o meu melhor pelo San. Na ausência de jungkook e no mundo que vivia ainda era confuso para a criança e sabia que tinha um enorme trabalho, não queria que de maneira alguma ele se sentisse sozinho ou abandonado, piorou desamparado pelo pai, eu seria o dobro para o envolver em meu verdadeiro amor.

— Vamos visitar a vovó, mamãe? — perguntou, curioso e eu assentir. Desde que me lembre, San se sentia confortável em chamar minha mãe de vó e minha mãe o via como seu neto.

— Humrum — concordei, fechando sua jaqueta e virando para pegar as luvas, retornando para ele e estendendo minha mão para pegar a sua. — Já tem bastante tempo que a gente não ver ela, estou com saudades.

— Também estou com saudades da vovó — assim que que terminei, chequei se estava por completo aquecido.

— Então, vamos matar a saudades da vovó, tá bem? — balançou em seguida a cabeça, vindo até mim e depositando um beijo estalado em minha bochecha. Carreguei no colo até o carro, Koya vinha com a gente.

— Também tô com saudades do papai, ele vai voltar quando? — Pus o sinto em volta do quadril dele, carregando o cãozinho no colo e me sentando ao seu lado, fechando a porta do carro que havia chamado para nos levar.

— Em breve — Respondi — Prometo, tá bem? Ele já já volta, enquanto isso... — Sinalizei para o motorista gentilmente, entregando um papel com o endereço. — Vamos curtir esse momento juntos, eu, você e o koya, ok?

— ok! — Seu sorriso inócuo foi a confirmação que precisava.

  No decorrer do caminho, sempre tinhamos algum assunto para conversar, sendo um garoto bastante curioso, querendo saber um pouquinho de tudo em nossa volta, me sentindo confortável para ensinar o que eu não sabia e aprendendo com ele o que era desconhecido para mim.

[ ••• ]

Assim que chegamos, resolvi tudo com o motorista, me despedindo e posteriormente aproximando meus passos da antiga casa que por anos eu vivi.

— Vovó, vovó! — Na metade do caminho San já anunciava sua chegada, alertando a mais velha que de imediato surgiu na porta, vindo em nossa direção.

— San, meu menino — abriu os braços quando ele correu em sua direção, abraçando fortemente. — Quanto tempo não te vejo, você cresceu bastante.

— Mamãe falou que eu estou em fase de de-de... — tentava falar. Me acheguei, pondo Koya no chão.

— Fase de desenvolvimento — Respondi por ele.

— Isso — me olhou com os olhinhos miúdos e as bochechas vermelhas.

— Exatamente, daqui a pouco San já vai tá enorme.

— Maior que o meu pai — lembrou.

— Também, agora venham, vamos entrar — assentimos e entramos. De volta naquele local, observando os quadros espalhados pela sala e pelas paredes de toda a minha família me trazia uma sensação de nostalgia.

Cumprimentei e abracei meus irmãos mais novos, ambos estavam tão grandes com uma feição mais madura do que a última vez. Nem tinha tanto tempo mas o tempo em si tinha aproveitado para pesar para todos os lados, principalmente para o coração que fazia a saudade apertar e as lembranças voltarem.

— Como você está minha filha? — Me abraçou, ficando um bom período próxima, distanciando e acariciando meu rosto, arrumando meus cabelos e sorrindo.

— Estou bem mãe e a senhora?

— Estou bem, me sentindo melhor por saber que está aqui — suavemente aproveitou que estava em pé para me dar um beijo na testa. — Como todos vocês estão? Fiquei sabendo pela televisão que o meu genro estava de viagem a trabalho.

— Estamos todos bem — indaguei. — estou orgulhosa do jungkook mãe, muito feliz, ele é realmente incrível e bastante talentoso.

— Com certeza, estava assistindo a apresentação dele um dia desses, é um menino que de longe consigo ver que canta com o coração.

— realmente...

— Alguma novidade? — inquiriu.

— Não... Na verdade, tem um tempo que aconteceu uma coisa que me deixou um pouco triste, mas passou.

— O que? Sabe que como sua mãe, pode me contar tudo — dei uma leve arquiada na cabeça.

Respirei fundo e contei o que tinha acontecido e o que estava acontecendo, confiava na minha mãe e não queria que ela fosse a última a saber.

— Jieun minha filha... — Parou o que fazia, sentando ao meu lado. — Eu nem imagino como foi doloroso relembrar desse tempo e ainda bem que está melhor, está tratando, se cuidando…

— Estou me esforçando mãe.

— Eu estou aqui pra te ajudar, aliás, já que jungkook não está presente no momento, se quiser, eu posso te fazer companhia e ir com você.

— Não quero atrapalhar — sussurrei, abaixando o olhar, visando suas mãos envolvidas nas minhas.

— Atrapalhar? Você é minha filha, jamais atrapalha, eu quero ficar com você e ajudar você, é o mínimo que posso fazer — levantou meu rosto. — Eu faria de tudo pra que você não tivesse passado por isso Jieun, tenha certeza que se eu tivesse uma opção de tirar essa dor de você e colocar em mim, eu faria sem pensar duas vezes.

— mãe… — antes que pudesse proferir alguma palavra a mais ela me calou, puxando gentilmente minha face para deitar sobre seu ombro, fazendo carinho em meu cabelos.

O silêncio e o conforto da minha mãe foi o melhor remédio e com as horas passamos, nos reunimos para jantar em família. Pelo o que me foi passado, meu pai tinha saído de casa, estava morando em um pequena residência onde trabalhava, na fazenda de um dos seus chefes e de vez em quando vinha visitar meus irmãos; não queria que isso ocorresse, me doía saber que tudo chegou a esse ponto e de um certo modo, por minha culpa. A anos meus pais estavam juntos, desde de quando eu era um bebê e agora estavam praticamente separados.

A babá dos meus sonhosWhere stories live. Discover now