Capítulo XX

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KIM JIEUN

Eu corria como se dependesse daquilo para sobreviver. Meu peito latejava e pedia por fôlego, mas não tinha tempo para isso, um alguém que não conhecia e encapuzado disparava em minha direção em alta velocidade segurando uma faca e eu tentava me afastar o mais rápido possível, quando conseguir parar foi para me esconder atrás de um murro, via tal pessoa passar diante dos meus olhos e seguir a frente sem perceber que eu tinha conseguido fugir, quando me virei e respirei fundo vi a pessoa de antes na minha frente, segurando o objeto afiado e lançando em minha direção, nesse exato segundo meus olhos se abriram e eu jurei sentir meu peito bater ligeiramente contra a minha pele.

Atordoada e confusa, visei o que tinha ao meu redor e sob mim. estava em um quarto totalmente branco, algumas luzes que atravessava as cortinas era o única coisa que iluminava o espaço.

— Ainda bem que foi apenas um sonho — virei o rosto para a esquerda, avistando Jungkook deitado na poltrona, bem ao meu lado, com a cabeça encostada no acolchoamento e os seus fechados. Parecia que ele estava dormindo ali a um bom tempo, mesmo com o pouco espaço seu corpo tentava se aconchegar com o que tinha. Mais ao lado, quase fora do meu espaço visual, conseguir ver o violão dele e na mesinha, um bloco de papel.

Firmei minhas mãos a em cada lado do meu corpo, me dando a apoio para uma possível tentativa de me levantar que Infelizmente fracassou. Na esperança de poder me mover sentir uma dor aguda um pouco a abaixo, foi aí que realmente me recordei do que tinha acontecido. Desistir de levantar e me descobrir um pouco, observando a proteção em volta do meu corpo/quadril.

— Aí — Reclamei sentindo uma fiscada forte do tecido contra minha pele.

— uhu? — Mirei para o lado. Ele se espreguiçadava lindamente, bagunçando seus cabelos, mordendo os lábios e fazendo uma careta, avistando-me em seguida e se pondo de pé — Jieun — sorriu enquanto proferia meu nome — Que bom que a dorminhoca acordou.

— Dorminhoca? Eu não dormir tanto assim — olhei para sua mão sobre a minha.

— o suficiente para você ser transferida para o hospital de Seul, foi uma viagem longa.

— Sério? — se perguntava o motivo de dormir tanto — m-mas e o San, cadê ele? — olhei em volta novamente, buscando-o. — Ele deve ter ficado tão assustado — deitei minha mão sobre o peito, sentia falta dele mesmo com poucas horas que o vi.

— Ele está bem, com a Choi, pedir que ela ficasse com ele um pouquinho até eu voltar — assentiu — Ele fica sim, mas dei meu melhor para acalmá-lo.

— Ah — respirei aliviada — Que bom, você é a melhor pessoa para acalmá-lo.

— Somos…você quis dizer, não é? — Arqueou suas sobrancelhas.

— Humrum — elevei minhas bochechas, contraindo os músculos da face. — E como eu estou? Vou ficar aqui muito tempo? Foi grave?

— Calma — Segurou minha mão e suavemente a apertou — Nesse momento você está bem e vai ficar aqui pelo menos por essa noite, depois pode ir para casa e ficar de repouso — ouvindo aquilo, me sentir melhor — ainda bem que não foi grave, estão buscando a pessoa que cometeu isso.

— Estão? — abaixei o olhar, recordando minimamente do rosto — E-Eu fiquei com tanto medo naquele momento, eu pensei que algo poderia acontecer e… — pausei — Não entendo o motivo disso, eu não fiz nada, eu nem conhecia a pessoa.

— Não precisa pensar nisso agora, tudo bem? — concordei amaviosamente com ele — E-Eu… — Riu, aparentemente de nervoso, se achegando e envolvendo seus braços ao redor dos meus ombros, deitando a palma da mão sobre minha cabeça e acariciando minhas mechas. — Fico feliz que esteja bem Jieun, foi assustador para mim imagino para você que passou.

Gradativamente, sem jeito com o ato, retribuir o abraço, segurando seu corpo praticamente com minhas mãos.

— F-Filha? — me afastei quando ouvir a porta abrir no mesmo tempo que a voz indagava. O Jeon fez o mesmo.

— Mãe? — meus olhos lacrimejaram instantaneamente, observando ela se aproximar e me abraçar fortemente. O cheirinho dela ainda era o mesmo.

— Fiquei tão preocupada quando seu chefe me ligou — se distanciou, deixando sua pequena bolsa na cama e acariciando meu rosto, sempre sorrindo — Conseguir chegar mais rápido possível, ainda bem que você está bem, não está? — deu mais um passo para trás, me olhando por completo, voltando a se aproximar.

— Sim, estou mãe — disse sorrindo bobo. Estava tão contente em vê-la que tinha esquecido da dor que sentia.

— Vou pegar um café e conversar com o médico — comentou Jungkook, sorrindo sem expor seus dentes. Deu alguns passos até a porta e olhou para trás por uma última vez, sorrindo diretamente para mim e saindo.

— Ele é uma gracinha — Minha mãe disse — Fico feliz que você achou um emprego que gosta e um chefe tão bom como ele — continuou.

— Realmente — concordei mais uma vez, desta vez mentalmente. — Me conte mãe, como estão todos em casa? — ela me olhou pensativa e seria, porém não demorou muito para sorrir.

— Estão todos com saudade de você Jieun, não imagina como faz falta — novamente me abraçou. Ficamos conversando por longos minutos, ela se sentou na cama e me apoiei em seu braço, escutando falar sobre tudo que tinha acontecido, sobre o momento que ela tinha se tocado que precisávamos voltar a nos falar.

Quando anoiteceu, Jungkook se ofereceu para levar minha mãe para casa enquanto o médico fazia os procedimentos essenciais. Quando voltou, perguntei como tinha sido e o mesmo explicou que em todo o percurso ela foi contando as diversas coisas engraçadas que tinha feito na vida; Não conseguia acreditar que ela tinha dito isso ao meu chefe. Ao mesmo tempo que me sentia envergonhada, ria do que ela tinha contado.

Posteriormente Choi batia na porta, no seu colo estava Jeongsan, que ao me ver ergueu os bracinhos para mim. O sentei do meu lado abraçando-o com cuidado, passando um bom tempo com ele.

— Estava com saudades de você san — afaguei seus cabelos relaxando um pouco mais. — Tá com sono? — perguntei a ele. Jungkook e a amiga tinham saído para saber da informações a respeito da pessoa que tinha me atacado e eu insistir para deixar o San aqui comigo. Amava a presença dele comigo. — Vou cantar um pouquinho e vamos tentar dormir, tudo bem? — após uma rápida conversa com o pequeno, deitei sua cabeça no meu braço e fechei os olhos, cantarolando uma das músicas que minha mãe sempre cantava quando ainda era uma criança.

[ ••• ]

No dia seguinte, fiz mais exames e troquei a faixa que envolvia meu corpo. Esperei mais alguns minutos até o médico entrar no quarto com uma boa notícia, comunicando que já estava de alta.

— Senhorita Kim, peço que fique de repouso por pelo menos uma semana e quando os pontos secarem poderá voltar para que eu retire-os — avisou e me entregou os documentos.

— Obrigado doutor — Jungkook cumprimentou o médico e saímos do quarto, em direção ao elevador. — Qual é a sensação de poder finalmente sair?

— Libertação — sorri, deixando um riso escapar — Eu não tenho boas lembranças de hospital e isso faz com que eu tenha que fazer um esforço nessas casos e também quando o San precisa.

— Digo o mesmo — aplicou um passo, ficando mais perto.

Assim que a porta do elevador abriu, fomos discretos, entrando no automóvel e indo em direção ao nosso destino.

A babá dos meus sonhosWhere stories live. Discover now