Capítulo XCIX

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KIM JIEUN

CINCO ANOS DEPOIS 

Nem conseguia acreditar que estava prestes a entrar na primeira sessão de autógrafo do meu primeiro de muitos livros que eu estava decidida a escrever e a revelar ao mundo. Tantas coisas aconteceram nesses anos que se me mostrassem em um telão eu jamais acreditaria: Nos primeiros meses quando minha Jiyun ainda era um bebê recém-nascida, nos tempos livres e nas madrugadas que perdia noites e noites, comecei a escrever os rascunhos do livro, escrever tudo o que eu queria por, mas tive que parar um bom tempo pra dá atenção aos meus filhos que tanto amo. Quando retornei para finalizar o roteiro foi quando decidir e me encantei a cada momento que ia pesquisar, ler e anotar detalhe por detalhe e isso deu gatilho para que eu fizesse faculdade de jornalismo e foi o que de fato fiz.

  No início foi difícil, praticamente impossível manter focada em tantas coisas e por pouco me esqueci que tinha meu amado ao meu lado. Quando Jungkook não estava em turnês que duravam meses, ele me apoiava e me ajudava com tudo. Seu amor me dava forças, seu toque me aquecia e seus beijos eram como correntes elétricas me dando mais um impulso pra ir e viver.
Tive que novamente parar por um tempo pra focar no estudo, eram muitas coisas e uma fase nova que decidir arriscar de cara, e quando voltei a escrever meu livro foi de vez. Em menos de cinco meses eu tinha conseguido um bom material, todavia, ainda faltava o título. Por certo período isso tomou minha mente por completo. Tinha planejado a história, escrito e nem sabia o título.

Até que em uma tarde de verão na fazenda dos meus sogros, observando jeongsan correr e jiyun correr atrás sentir um vento pousar minha fase. Jungkook relaxava a cabeça em minha perna com o sol beijando seu rosto, um lindo sorriso exalava em sua face orbitando em mim até que uma borboleta esverdeada parou sobre o ombro nu do Jeon. Uma das suas asas estava partida, ela estava machucada e foi aquilo que fez um estalo dentro da minha cabeça.

A borboleta sem asas. Perfeito, esse era o título do meu livro e dizia tanto sobre ele sem expor de cara que chegava a ser fascinante dentro da minha cabeça. 

— Senhora Jieun? — minha assessora adentrou a sala. Me olhava no espelho trajada com um smoking preto que me dava segurança para me mover com mais facilidade. Os cabelos loiros caídos sobre os ombros em um corte chanel clássico, curto e com simetria elegante.

De longe, não aparentava nervosismo mas eu estava muito, até demais. Nos primeiros meses de lançamento do meu livro fiquei com medo, com um pé atrás, mesmo ouvindo elogios de todos próximos a mim, principalmente de Jungkook que emoldurou meu livro autógrafado e colocou na sala para que todos que chegassem pudesse ver. Foi estranho quando meu rosto se tornou público, todos agora tinham noção visual de quem eu era e entre elogios e comentários construtivos, existia aqueles que chegavam a ser assustadores, mas eu aprendi a me blindar com ajuda da Choi que estava disposta a caçar um por um e provar que internet não era terra de ninguém. 

— Já estou indo — me virei, sorridente, assentindo e caminhando até ela. Partimos por um corredor longo e cheio de eco, ouvindo algumas vozes até chegarmos em uma área onde só uma cortina me separava do público.

— Pronta? — sua pergunta me deixou ainda mais nervosa. Eu não estava pronta o que me obrigadou e perguntar: quando eu estaria pronta?

— Sempre — trocamos sorrisos singelos e ela abriu a cortina. Pessoas de todas as idades ocupavam as cadeiras. Um enorme banner com uma foto minha com meu livro deixava estampado e era eu.

Me aproximei do microfone. Agradeci a presença de todos e iniciei o que tinha que fazer. De começo, ia falar um pouco sobre meu livro, contar as experiências destacadas e também minhas inspirações, como foi desenvolver um texto que contava a história de uma borboleta em meio a mundo de vespas assassinas e que sugavam a beleza de outros.
  Essas borboletas nada eram como mulheres, como eu. No início, eu sentia que seria difícil contar mas eu estava disposta a demostrar por meio de algumas alusões a nossa realidade. Tanto para mãe solteiras, como para mulheres que passaram por situações similares a minha ou que tinha a empatia de perceber que a realidade era aquela.

A babá dos meus sonhosWhere stories live. Discover now