Capítulo XXVI

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KIM JIEUN

No ato da porta ser fechada por Jungkook, me encostei na parede, deitando minhas mãos sobre meu peito, soltando o ar preso e respirando novamente, na sensação mais intensa e forte, sentindo meu peito bater muito mais rápido que o normal. Aquilo era absurdo, sentir toda aquela mistura de sensações dentro de si, como se o mundo ao lado dele fosse mais colorido, mais puro e mais lento. Fechei meus olhos; enxerguei ele na minha frente, seu sorriso, sentir a fragrância do seu perfume, sentir suas mãos acariciar meu rosto e em seguida apertar minha cintura. Será que tudo isso era sintoma de loucura?

Caminhei pela sala, saltitante, quase não reprimia meus sentimentos, tanto que não vi quando umas das empregadas que cuidava da casa se aproximou.

— Senhora Jeon? Tudo bem? — Perguntou ela, me assustando. Quase engasguei com a saliva, me ajeitando.

— C-Claro — Minha voz falhou, contudo, sorri para diminuir a sensação de vergonha. — Aliás… — me aproximei dela, gentilmente. — Jeon? E-Eu não tenho Jeon.

— A senhorita Choi pediu que a chamasse assim, se adequava perfeitamente a senhora.

— A-ah, sim — passei as mãos pelos cabelos. — Não precisa, pode me chamar de Jieun apenas — ela Assentiu.

— Tudo bem — concordamos. — Quer que eu esquente a mamadeira do Jeongsan?

— Ainda não, muito obrigada, ele ainda está dormindo.

— Tudo bem — por uma última vez naquele instante nos cumprimentamos, ela seguiu para a cozinha enquanto eu retomava para os meus afazeres, seguindo para o quarto organizar algumas roupas do bebê.

Após organizar e dobrar, fui até o quarto do San, colocando cuidadosamente e silenciosamente na cômoda, sair da mesma forma que entrei e na metade do caminho sentir meu celular tocar, quando olhei era minha mãe.

— Oi mãe? Bom dia!  — deitei o aparelho no meu ouvido.

— Oi querida, bom dia! — respondeu e sorri. Me questionei se poderia contar a novidade para ela, ou se poderia esperar um pouco. — Como tá? O Jeongsan está bem?

— Estou bem sim — Dentro do quarto, me sentei na cama, olhando para a parede enquanto pensava no que responder — Sim, com certeza, ele teve um pesadelo mas conseguir acalmar.

— Cantou aquela música que sempre cantava para você? — Assentir como se ela pudesse ver — É como mágica, você ficava calminha e conseguia voltar a dormir.

— Sim, ele ficou calminho, leve e voltou a dormir. Por um segundo fiquei preocupada com ele.

— Respire fundo e faça o que seu coração mandar — aconselhou. — E o seu chefe?

— O senhor Jeon? — engoli a seco — ele está bem, com certeza está — deslizei os dedos, não me sentia confortável para compartilhar a idéia, mesmo ela sendo minha mãe. Não que fosse um segredo, eu só precisaria de um pouquinho de tempo para dizer a ela.

— Fico feliz, esse trabalho é tudo o que você realmente precisava minha filha, fico tão contente — me levantei, por um segundo e ouvir o choro do San, andei alguns passos até a porta, constatando que ele já tinha acordado — Eu vou desligar querida, cuidar de criança é atenção em dobro.

— Com certeza mãe — sair e fui até o quarto que ficava ao lado onde eu tenho ficado. As vezes San vinha dormir comigo, as vezes ficava com o Jungkook, contudo, sempre tentei deixá-lo no seu quartinho, um espaço apropriado para ele.

— Até filha — Disse se despedindo.

— Mãe? — a chamei por uma última vez — Eu te amo — sussurrei, entretando foi o suficiente para ela escutar.

— Eu também filha, eu amo você — nos despedimos e desliguei o aparelho, guardando o celular no silencioso, adentrando o quarto e encontrando o pequeno na tentativa de sair do berço. — San, cuidado — Corri até o banheiro, lavando minhas mãos e ligeiramente as secando para pega-lo no colo. — Dormiu bem meu anjo? — Deslizei minhas mãos sobre seus cabelos, ele ainda estava um pouco sonolento, esfregava os olhos e aos pouquinho deitava sua cabeça em meu ombro.

— Mamãe — cochichou, envolvendo seus braços em meu pescoço. Meu coração sempre batia forte quando ele me chamava deste jeito, não era fácil para mim lidar com o fato de ser chamada de “ Mãe ”, uma palavra tão simples mas tão intensa que poderia significar o mundo, as estrelas e tudo em pequenas letras.

Não que eu não gostasse de ser chamada assim, eu amava, sentia-me mais melancólica, pronta para dá minha vida por ele caso fosse necessário.

— Sim San… — Retribuir o abraço e me retirei do quarto, caminhando com ele até a sala, especificamente até o sofá. — Estou aqui — me sentei, pondo-o deitado em meus braços.

Alguns minutos mais tarde, o banhei e alimentei o menor, deixando sentado no tapete junto com os milhares de presentes que tinha ganhado em comemoração a um ano do seu nascimento. Separei uma peça de roupa, Jungkook tinha acabado de enviar uma mensagem avisando que já estaria chegando, com muita insistência minha conseguir arrumar e aprontar o Jeon menor, colocando sentado na cama.

— O que acha de uma blusa de manga e calça jeans, San? — mostrei para ele. Sempre que tinha dúvida na escolha de alguma coisa pedia ajuda a ele, sua opinião era sincera e me ajudava bastante, mesmo as vezes tendo complicações para entende-lo. — Huh? Com esse calçado? — o mostrei e o mesmo apontou, concluía que aquilo era uma resposta boa. — Ótimo, vou vestir isso. Pelo menos é melhor do que aquele vestido — com sua expressão serena, mordendo o babador tinha a absolutamente certeza, não tanto, que ele achava o mesmo que eu.

Não passou cinco minutos e conseguir ouvir o barulho da porta ser fechada e trancada por dentro.

— San! — ele olhou e continuou amaciando suas gengivas. — Ele já chegou, o que vou fazer? — Seu olhar era claro “ Adiantar os passos ” — Obrigada — corri para me vestir, com a porta entreaberta para observar tudo o que acontecia do quarto.

A frase “ A pressa é inimiga da perfeição ” significou muito para mim nesse segundo, lutei para por a calça e a blusa o mais rápido possível tomando cuidado para não me amassar no decorrer da tentativa de me adiantar.

— Conseguir bebê — me retirei, organizando os botões da camisa — Você acha que ficou bom? — levantei o olhar, dando de frente com Jungkook deitado na cama, brincando com o filho e sorrindo com minha pergunta.

— Posso responder por ele? — Arqueou as sobrancelhas — Está linda, como sempre — Sentir um pouco de vergonha, mas nada que não pudesse ser disfarçado com um sorriso. — O San tem me falado que você é sempre indecisa e não entende que é linda de todas as formas — pôs-se em pé e veio em minha direção, pegando minha mão e acariciando — Vamos?

— Vamos sim — concordei, ainda constrangida com seu comentário.

Ele pegou o San e saímos do quarto, depois de avisar aos seus seguranças prosseguimos para o local que ele estava em mente, sempre sendo vigiados discretamente por seus guardas.

A babá dos meus sonhosWhere stories live. Discover now