Capítulo LXXV

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KIM JIEUN

Observei o ponteiro em meu relógio de pulso. Os minutos passavam ligeiramente que mal conseguia perceber, principalmente por tentar sempre me ocupar seja com minhas ideias ou com o San. A saída do Jeon logo pela manhã foi rápida, ele ainda tinha alguns assuntos referente a sua promoção na coreia, participando de quadros específicos de televisão á entrevistas que o trazia para mais perto do que as pessoas achavam ao seu respeito.

Pela manhã minha mãe fez companhia a minha consulta, persistia em ir comigo sempre que conseguia. Assim que me permitir, fui avisada que precisaria ter calma e bastante paciência com meus próprios pensamentos e aos poucos isso foi se tornando uma veracidade. Meu processo vinha sendo lento, dando indícios aos poucos, também com a ajuda de todas as pessoas que me cercavam. Com o fim da tarde, finalizei os últimos documentos que confirmavam a matrícula de jeongsan em uma escolinha ali perto mesmo. Estava mais ansiosa que Jungkook e san juntos, o receio do meu pequenino finalmente enfrentando novas experiências me deixava com um pé atrás, não sabia como ele lidaria com outras pessoas, mesmo que fossem da mesma idade. Minha sorte que alguns dias atrás entrei em contato com a esposa de um dos amigos de jungkook, o jimin, e ela me aconselhou muito, passando a confiança que ele ficaria bem e também que estaria com crianças que já conhecia, as gêmeas e jonghyun que sem sombra de dúvidas faria companhia nas brincadeiras que futuramente teriam. Com isso, tanto eu como o maior ficamos mais contentes, visto que San estava feliz com essa sua nova fase.

No decorrer do dia nos ocupamos investindo em um belo bolo para o lanche da tarde e como todas as vezes o menor ficava encarregado de enfeitar de cima a baixo enquanto eu o observava se divertir e se sujar por completo com o glacê, ajudando-o sem atrapalhar o desempenho da sua criatividade. Também conversamos muito sobre o dia seguinte e como as coisas seriam dali em diante, ele estava animado e ao mesmo tempo com temor do que poderia vir, com isso me vi no papel de confortá-lo contando um pouco sobre minha experiência no meio tempo e as milhares de aventuras que eu tive. Sem duvidar seria uma das suas melhores fases da vida e eu queria que ele aproveitasse bastante.

Horas se passaram e tomamos banho para assistir mais um programa que jungkook marcaria presença. Em certo período notei o suave peso em meu braço e olhando de ladinho conseguia notar e inclinação do menor sobre mim, se acomodando no sofá ainda com os olhinhos abertos, insistindo para ficar até o final, no entanto deixando claro seu sonolência que ganhava lugar aos poucos e em um ato automático o trouxe para uma posição mais agradável, massageando seus cabelos carinhosamente, trazendo boa parte para trás e dando um beijo em sua testa.

[ ••• ]

No quarto, em sua cama com certeza ele estava mais confortável e assim que pude o trouxe, permanecendo por alguns minutos olhando-o dormir, fazendo o simples gesto sobre o rostinho dele, contando mais uma das histórias que ele gostava e ainda gosta de ouvir, mesmo que estivesse dormindo, sonhando com algo mágico e fora da nossa realidade.

Nunca havia parado para pensar como jeongsan me trazia a sensação de que ele fazia parte de mim, como se tivesse saindo de mim, sendo um segundo coração que batia fora bem vívido, forte, intenso e pronto para tudo e todos. Meu filho sempre foi ele e pela primeira vez eu compreendia que perder é ganhar, que na verdade eu nunca tinha perdido, apenas ganhei um tesouro que em uma escolha diferente eu não saberia se teria, se conseguiria conquistar. Mais que amar, só por ser amada por ele já fazia tudo ter um sentido e de fato, recordando das frases que os mais velhos diziam para mim “ o amor não se compra, se conquista apenas uma vez ” tinha todo o sentido no contexto atual.

Mal percebi, mas encostada na parede o sono tinha chegado discretamente, me abraçando e ajudando a acomodar meu corpo ali mesmo. No balanço melancólico, sentir como se tivesse sendo sustentada por algo em movimento que tinha o zelo a cada passo, evitando que eu saísse da inércia que me encontrava e por fim, com os olhos abertos já me via em minha cama, sendo devidamente reclinada por jungkook que se esforçava o máximo para não me acordar com seu jeito carinhoso, repousando meus pés sobre a cama, pegando o edredom do lado e abrindo sobre mim. Posteriormente veio a se deitar, afagando meus cabelos da mesma maneira cuidadosa que eu fazia com o san.

Era como um ciclo, não repetitivo e sim automático, dar atenção aos mínimos detalhes, de manisfestar algo sem necessariamente dizer, do jeito não verbal sobre os próprios sentimentos pelo outro.

A babá dos meus sonhosWhere stories live. Discover now