Capítulo XXXII

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KIM JIEUN

Aos bocadinhos regressava de uma longa noite de sono, sentindo a claridade do sol iluminar a única parte de todo meu corpo que estava descoberta, movendo minhas pupilas entre um lapso e outro do sonho que até então eram imagens confusas e aleatórias. Finalmente desatei a escuridão que me impedia de ver o mundo, espreguiçando meus nervos, questionando-me onde estava, visando ao redor e notando que não era o local habitual que constantemente dormia e sim o quarto do Jeon. Devido ao sono leve que San tinha, dormia em meu quarto, podendo facilmente ir até ele. Contudo, o dia anterior tinha sido diferente, o bebê passou a noite inteira em seu cômodo, sem tentativas para que dormisse, sonhara como um verdadeiro anjo que era. Visualizei o que tinha por debaixo da coberta que envolvia minhas curvas, relembrando e deixando um sorriso escapar dos meus lábios, permanecendo sentada na cama, ainda no efeito do “ preciso de pelo menos, quinze minutos para acordar definitivamente ”, tempo suficiente para que pudesse absorver tudo o que era necessário e assim iniciar o meu dia.

De pé, me vestir, arrumando a cama do jeito que estava antes de ficar completamente bagunçada, saindo do quarto e cambaleando entre um pé e outro até o quarto do San. Apoiei minhas mãos na porta, observando de onde estava que o menor não se encontrava na cama, antes mesmo que me desesperasse o escutei, a voz vinha da sala seguido de mais duas vozes. Respirei calmamente e fui em direção ao banheiro fazer minha higiene regular, recordando que tinha algumas obrigações femininas para fazer ainda naquele mês, contando mentalmente os dias. Depois da gravidez as coisas relacionadas ao meu corpo tinham ficado mais confuso e desregulado, por isso assim que voltei a ter " uma vida ativa ", meus cuidados aumentaram, apesar de ter todo o tipo de proteção acessível.

Renovada e cem porcento acordada, redirecionei meus passos até a sala, escutando a voz do Jeon.

— Eu preciso ver isso antes de dizer a ela — me aproximei, no exato momento Jungkook proferia algo, obtendo de imediato seus olhos seguido de um sorriso — Jieun — me chamou e fui até ele, abraçando seu corpo, sentindo seus braços se envolverem em volta do meu corpo e seus lábios depositarem um ósculo em minha testa.

— Estávamos conversando sobre você agora mesmo — Choi disse e aquilo me deixou um tanto curiosa para saber.

— É? — Observei o olhar estranho do Jeon para a amiga, seguido de um sorriso em minha direção. — É, eu estava comentando com a Choi que você amou minha receita de ontem e que eu melhorei muito.

— É difícil de acreditar que ele não tenha feito a comida grudar no prato — cruzou os braços e sorriu, balançando as sobrancelhas enquanto me encarava, tentei não rir. Não poderia negar que ele tinha feito algo incrível na noite passada, mesmo não conseguindo entender como foi possível fazer o que tinha feito.

— Eu acho que ele melhorou bastante na cozinha.

— Nasci pra ser Masterchef — Comentou, se afastando um pouco — quase me esqueci — busquei San pela sala, vendo ele sentado assistindo seu desenho favorito. — preciso comparecer a uma entrevista ainda hoje e depois para resolver alguns detalhes da participação especial — nos afastamos. Me aproximei do menor, pegando um dos brinquedos que estava ali e interagindo com o que ele estava na mão.

— Depois se você quiser, veja as notícias, estão elogiando a misteriosa namorada do Jungkook que agora não é tão misteriosa — Choi disse, enquanto Jungkook se apressava.

— Será que devo? — perguntei e ela se sentou no sofá.

— Só se for coisas boas, as ruins você pode ignorar — concordei, sorrimos juntas e ele surgiu novamente na sala com um sobretudo nude.

— Eu vou, mas eu volto — veio até mim, agachando e pondo seus joelhos contra o chão, afagando os cabelos do filho.

— Mas o papai já vai sair? — San questionou, cruzando os braços, emburrado.

— Eu volto filho, é rápido — selou um beijo na testa do menor, mirando para mim — Eu volto, tudo bem? — Assentir em silêncio, encarando seus olhos cor de ameixa que refletiam a mim mesma. Eu conseguia me ver de um jeito que só ficava quando estava com ele.

Desde o segundo que comecei a entender a vida do Jeon e separar o Jungkook pai e namorado, do Jungkook cantor e artista, tudo passou a ficar mais fácil de entender. Sua vida era agitada e eu sabia disso, ele vivia uma guerra pra ter um momento para passar comigo ou, e principalmente, com o bebê san, muitas das vezes em plena madrugada, observava sair de fininho e ir para seu cantinho, adiantando o que ele poderia fazer em dois dias, contudo, se esforçava para fazer apenas em um, desta forma tendo mais tempo para a família. Encostava meu corpo na parede, escondendo para que ele não me percebesse, admirando a outra versão dele que também me encantava, sentia que era sortuda por todas as noites ouvir a voz dele, seja cantando ou sussurrando meu nome. A realidade deveria ser dita, não era apenas a namorada dele, a babá mais sortuda do mundo que eu acreditava ser, mas também uma grande fã, talvez a fã número um.

— Tudo bem — Acheguei e beijei sua bochecha, voltando a encara-lo.

— Isso não vale — Fez biquinho. Além de convencido, ele também tinha momento manhosos, que só fazia com que eu ficasse mais boba em sua presença. — um beijinho aqui — fechou os olhos, apontando para o biquinho.

— Se tivesse falado antes — novamente me levei até ele, encostando nossos lábios por longos segundos. — melhor? — perguntei e de olhos ainda fechados, concordou, lambendo os lábios e finalmente me encarando.

— Melhor? Excepcional! — colocou-se de pé — te mantenho informada de qualquer coisa, ok?

— ok, vou te manter informado também — nos despedimos, san ao ver o pai sair começou a chorar e nesse instante eu tinha que agir, não conseguiria vê-lo daquele jeito. — San? — Sentei no sofá, pondo-o em meu colo, enxugando seu rostinho molhado. — Ele vai voltar, não se preocupe.

— Eu não queria que ele saísse — fungou contra a roupa.

— Eu também não, mas ele precisa ir, certo? — moveu a cabeça em confirmação. — o que acha da gente ir lá embaixo e fazer um piquenique? — afaguei seus cabelos, abraçando-o.

— Piquenique? — Automaticamente sua expressão ficou mais viva, mais alegre — eu quero.

— Então vamos ter que montar uma cesta bem bonita e colorida — levantei com ele ainda em meu colo.

— Posso levar o tata? — Apontou para o ursinho.

— Pode, ele também pode ajudar a montar a cesta — o coloquei no chão — o que acha de ir pegá-lo? — demonstrou sua felicidade em um único sorriso, correndo até o local onde estava o urso, pegando e trazendo para juntos montarmos a cesta.

A babá dos meus sonhosTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang