Capítulo III

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JEON JUNGKOOK
전정국

   Jungkook já estava acostumado às mudanças, no momento em que sua carreira evoluiu para o que é hoje, ele se adaptava às variações de acontecimentos, todavia, como a que estava acontecendo era inédito, assustador e não sabia o que fazer. A perda da esposa era como ter um pesadelo que não podia acordar, deixando-o totalmente sem saber o que faria depois, ou como lidaria de maneira mais madura possível. Mesmo com o apoio da família que morava longe e da família da sua esposa, ainda assim, sabia o que faria, como seguiria sua vida ou como sua versão pai sairia disso.
  Ele ainda tentava se acostumar com essa nova responsabilidade, disponibilidade e atenção, tudo ao mesmo momento. Não ter a esposa por perto para aconselhá-lo e instruí-lo, poderia ser a maior das suas dificuldades. Mesmo sendo ' o menino de ouro ' — apelidado por alguns amigos por ser bom em tudo o que ele fazia—, ele se via em algo que demoria  tempo o suficiente até ele realmente pegar o jeito.

— Tudo bem, tudo bem — ninava a criança. Mesmo tão pequeno e indefeso, Jeongsan transparecia sentir que algo estava faltando. Que sua mãe não estava ali. O choro do bebê ecoava pela casa, mas Jungkook ainda não sabia o que significava. Poderia ser dor? Fome? Cólica? Buscou por todos os meios, havia cuidado, feito o que tinha aprendido meses antes, mas mesmo assim nada fazia o bebê se acalmar. — Eu sei, eu também sinto falta dela, mas…mas estou aqui. — Deslizou o dedo pelo rosto avermelhado, olhando diretamente para ele, pensando o que poderia fazer.  — Eu ainda não sei o que vou fazer, mas precisamos ser fortes, agora é apenas você e eu, temos um ao outro. — Costumava ouvir que conversar com o bebê ajudava a acalmar, fazia isso com ele ainda na barriga, cantando, sentindo mexer todas as vezes que ouvia sua voz.

Aparentemente, isso havia dado certo. Jeongsan se acalmou, inspirando e olhando de volta para o pai.

— Acho que você gosta da minha voz, não é? — Um sorriso brotou no canto. Os olhos castanhos escuros focavam apenas nele. — O que você quer ouvir? Quer que eu fale sobre sua mãe? — perguntou. Uma parte sua achava, que de algum modo, o bebê poderia responder. — Ela era uma pessoa incrível, desde a primeira vez que eu a vi no ensino fundamental, ela estava defendendo a amiga. — seus pensamentos foram longe. — O jeito como ela agiu me deixou muito feliz e me inspirou a proteger os mais novos também. Eu amava… amo, sua mãe e acho que ela me amava também, me entendia, mesmo que depois do casamento minha vida profissional acabou tomando todo o meu tempo, mas ela entendia e me apoiava.

Deu um riso frouxo, recordando das vezes que Ji-yonsan disse que estaria ao lado dele, não importava o que acontecesse. Acreditando nele antes mesmo dele aprender a acreditar em si mesmo.

— Sabia que ela gostava de cozinhar e dançar? — caminhou de um lado para o outro. — Ela gostava de arrumar as coisas com o som no volume máximo e dançar também, ela dançava muito. Era engraçado chegar de madrugada e encontrar ela na cozinha dançando enquanto faziakimchi  — um sorriso brotou em seu rosto. Era tão bom falar dela, lembrar dela, era como se ela ouvisse tudo o que ele dizia.  — a gente quase não brigava, e quando brigávamos não conseguiamos ficar muito tempo sem falar um com o outro, até parecia dois adolescentes apaixonados e loucos de amor pelo outro e isso fez temos você .— aproximou o rosto dos fios de cabelo, sentindo o cheiro tão suave de bebê.

Tinha muitas coisas para contar e compartilhar com o filho, passou os próximos minutos cantarolando uma cantiga que a esposa sempre cantava, observando Jeongsan adormecer em seus braços. No quarto decorado com nuvens brancas e um céu azul, descansou o corpo do bebê no berço, repousando o corpo sobre o apoio e observando a criança dormir tranquilamente.

— Conseguir colocá-lo para dormir — encostou a porta e caminhou até a sala, onde sua amiga estava esperando. Choi sempre foi bem próxima de Jungkook, sendo a única amiga que ele conseguiu levar para a vida adulta e a única que ele confiava de verdade. — Foi minutos mais assustadores da minha vida, ele não parava de chorar e eu não sabia o que fazer. Mas acho que descobri algo que me ajudou e o acalmou. Por que demorou? Aconteceu alguma coisa?

A babá dos meus sonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora