Capítulo XCV

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OLÁ! tudo bem com vocês?

Já tem muitos meses que não apareço por aqui e foi por muitos motivos, desde de perdas de pessoas da minha família até o sentimento de não conseguir lidar muito com o luto. Foi e até o atual momento tá sendo muito difícil para mim, mas estou tentando seguir e enxergar esperança em dias melhores.

  Tudo isso junto mais alguns outros problemas formou uma bola de neve na minha mente e aí o bloqueio criativo arrombou a porta de uma única vez, ficando por muito tempo, indo, voltando e indo novamente.

Peço desculpas pelo sumiço repentino ( cheguei até mesmo comentar a alguns meses no meu mural que iria ficar um tempinho afastada ) e aqui estou eu, tentando fechar esse projeto que tanto aquece meu coração da melhor maneira possível.




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KIM JIEUN

Esfreguei os olhos no que a claridade do sol começou a levemente incomodar, despertando gradativamente de um sono revigorante que só foi possível pela ajuda do Jeon, que além de se mostrar muito confiante em cuidar do bebê durante minha ausência, também ajudava quando precisei amamentar nossa filha. Tudo agora parecia ter acontecido tão rápido que em um piscar de olhos estava Jungkook sentado uma pontrona que balançava para frente e para trás conforme seu impulso dos pés, contra um travesseiro de braço apropriado para a situação, Jiyun era sustentada por seu atencioso pai.
  Sem que fosse observada por ele, assistir sua dedicação para mantê-la tranquila, seguindo a passos instintivos de pai tudo o que aprendeu na fase do San. Podia sentir sua confiança, o que antes era um receio de segurar pra não cair passou a ser um ação básica do próprio corpo em proteger e segurar com a vida, sem chance de deixar cair. A paternidade sempre foi como a luva para Jungkook, ele tinha uma leveza, paciência e preocupação que ia se desenvolvendo e amadurecendo conforme suas experiências de primeira viagem, jamais se permitindo hesitar novamente quando era sobre seu filho, seu amor puro e envolvente que eu via em atitudes. Aprendi observando que muitos nessa vida serão pais, terão seus filhos, contudo, não sentiriam o sentimento genuíno de sentir de fato o que é ser pai.

— Senhorita Jeon, que bom que descansou — cumprimentou uma moça, batendo na porta antes e adentrando em seguida, trazendo em sua mão uma bandeja com alguns remédios.

Os olhos intensos como a noite veio em minha direção, o sorriso dele de canto a canto me fez retribuir sem pensar duas vezes. De pé, veio até mim e gentilmente deixou um beijo em minha testa.

— Bom dia meu bem — seus lábios sorriram novamente, desta vez sem o brilhante e alvo sorriso. — Acordou tem muito tempo?

— Não, Tem alguns minutinhos, porém não quis atrapalhar seu momento com a bebê — respondi e assentiu. Esticou os braços, me entregando Jiyun que dormia aconchegada entre a manta azul turquesa, aniando sobre meu colo ao sentir o calor do meu corpo contra o seu.

— Senhor Jeon? — a moça o chamou. Ele virou, dando atenção para ela. — deve descansar também, passou a noite em claro — revelou, pondo a bandeja sobre a pequena mesa ao lado da minha cama. Observando por esse lado, todas as vezes que forçava meu corpo a despertar, via ele ainda acordado.

— Queria saber se tudo estava bem com elas — disse, me encarando. — Minha esposa também estava cansada e fiquei tão ansioso que pedir o sono.

— Você precisa descansar amor — Anuir, sentindo seu carinho sobre minha palma.

— Concordo com a senhorita, de agora em diante os dois precisam equilibrar para manter o corpo e a mente descansados para cuidar da pequenina. — ele assentiu, ouvindo e aceitando tudo o que era dito. Discretamente, observando-o com mais cuidado e preocupação, pude notar o cansaço que acalentava seus ombros e pesava sobre seus olhos miúdos.

— É melhor você ir para casa, descansar e depois voltar, não? — sugerir. — estamos bem, a bebê tá bem, eu estou feliz com tudo e você precisa repor toda a energia — curvou o canto da boca, sonolento mas ainda me ouvindo perfeitamente.

— Eu vou voltar — afirmou. — não quero deixar vocês sozinhas, vou ligar pra nossas mães, contar que tudo está bem. — assim chegamos a um acordo que me deixava contente e despreocupada. A atenção e disposição dele desde do começo de tudo, da nossa história, sempre foi uma das coisas que mais me fascinava. Não era algo em excesso, muito menos algo que faltava, tudo constantemente sendo um equilíbrio entre nós, o pilar que construimos juntos, com nosso amor, amizade, compreensão e principalmente respeito.

Jungkook deixou a sala por alguns minutos para fazer ligação e nesse meio tempo, tive a ajuda da moça que ajudou a me banhar e também me deu apoio e direção ao cuidar da higiene da Jiyun. Vislumbrava minha filha como se fosse o ser mais lindo, perfeito e angelical do mundo e de fato era, os detalhes tão pequenos, os nariz, as mãozinhas, tudo nela era formoso. As marquinhas que se formavam nas laterais dos lábios no que ela sorria ao ouvir, me lembrava ele, não só isso, Jiyun parecia muito comigo quando era bebê.

Adiante, tomei um prato de sopa verde com verdura, ouvindo o conselho da mais velha que me recomendava priorizar alimentos mais saudáveis e ricos em vitamina para repor minhas energias e tudo o que precisava para manter minha bebê também saudável e forte.

Alguém bateu à porta, pedindo e posteriormente entrando.

— Todos estão ansiosos para ver vocês — Jungkook se achegou. — Mas vão respeitar seu momento de descanso, pelo menos nos próximos dias. Já me prometeram que farão uma visita.

— O San e a Jiyun tem bons tios — ele concordou. Não conseguia ignorar o fato como todos em volta dele agiam como família, mesmo não sendo de sangue, o que não importava, todos eram uma enorme família repleta de amor e apreço.

Depois de conversar uns cinco minutos, nos despedimos. Prometi manter contato e deixá-lo ciente, deixando-o aliviado para ter um bom descanso. Mais a frente, minha mãe veio me visitar, comentando o mesmo pensamento que tive. “ Ela parece com você quando era pequenina ” reforçando que não só eu tinha percebido isso, cuidando de toda a higiene exigida pelo hospital antes de ter contato com um paciente, pegando sua neta e chorando por longos minutos, me fazendo chorar também.

Ainda estava bastante sensível e não sei quando isso diminuiria ou se de fato era uma característica minha. Todavia, eu me sentia a pessoa mais feliz deste mundo, me sentia forte o suficiente para passar resiliência que reconheci em mim, adiante.

A babá dos meus sonhosWhere stories live. Discover now