•☆.•*'¨'*••♥ Cap.8 ♥••*'¨'*•.☆•

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Agora já eram 30 dias depois do começo daquela confusão. Ezarel estava insuportável de tanto mal humor. Saídas para a floresta só mediante autorização direta da Miiko. Os ex-contaminados já somavam 20. Todos já estavam incomodados com aquela situação com a floresta perigosa como nunca, sem falar de um ladrão de comida noturno. Mas foi a chegada de um purreko acompanhado do 21º ex-contaminado que acabou trazendo alguma luz (e uma nova sombra) para aquele lugar.


***


Tá legal, agora já é um mês que estou aqui. Já consigo manejar melhor a espada (mesmo depois de Absol me fazer a sacanagem de me vendar os olhos para treinar agora e de ainda me trocar a espada por outra de maior peso), já coleciono 12 ovos (quase morri quando vi uma espécie de ursa polar semi coberta de gelo com três filhotes entrando) e Absol parece ter encontrado um meio de achar comida da Terra (ou acho que era apesar de não entender a língua usada nas embalagens).

O dia estava nublado e por isso meio escuro, como parecia que ia chover a qualquer momento, vesti uma capa com capuz. Estava a caminho de mais um dia de treino ao lado de Absol quando senti a presença de uma sombra (mais uma? Quantas são no total?), mas foi o berro de um gato que me fez ir correndo atrás dela.

Deparei-me com uma sombra que tinha uma mulher dentro dela e ela estava prestes a matar... um gato sobre duas patas?? O Cristal Vivo se ativou quase que imediatamente e no momento que sua luz começou a brilhar a sombra parou. Comecei o meu cantarolar que não tinha ideia do estava cantando (mas rezava pra que tudo terminasse bem como nas outras vezes) e aos poucos fui me aproximando dela que parecia querer ir embora sem conseguir se mexer direito. A abracei como nas outras vezes e aos poucos a sombra foi absorvida pela corrente, que logo se tornou aquela pedra medonha, que liberou aquela fumaça negra tornando-se branca e fundindo com o Cristal Vivo.

Acabado tudo e vendo que a mulher fada (por conta das orelhas pontudas) parecia bem, acabei voltando o olhar para o gato. Ele era preto com rajadas de marrom e cinza, vestia (sério? É que nem o Gato de Botas?) uma capa preta com capuz e o que parecia ser um bracelete com um pingente de ouro em cada pata dianteira.

- Tudo bem com você bichano? - acabei perguntando.

- Q-quem é você?

O gato falou. É, é realmente como o Gato de Botas. O primeiro ser que encontro desde que cheguei a este mundo capaz de falar comigo tinha quer ser um gato? - Acho que o mais importante é saber se você está bem ou não. - acabei por dizer.

- E-e-eu estou bem! O-o - ele engoliu seco - o quê você fez com ela? Miau, salvou minha vida! - disse ele se acalmando e aproximando da mulher em meus braços.

- Hum... acho que sou uma viajante. Hoje completa 30 dias que cheguei aqui... que não sei exatamente onde é aqui. Quanto a ela, só a libertei da sombra que a estava aprisionando. Algo mais?

- Viajante? - ele me farejou de longe - Você é humana?!

- Sim, sou humana. Poderia me dizer que mundo é esse? Você é o primeiro que encontro capaz de falar, senhor gato.

- S, me chame de S. E você está em Eldarya, mais especificamente em Eel.

- Eldarya... nunca ouvi falar... - mas pelo menos agora sabia onde estava.

- Há o-outro humano com você? - perguntou S meio receoso.

Neguei com a cabeça. - Minhas únicas companhias até hoje é a de Absol, uma enorme quantia de aranhas brancas imensas e algumas criaturas que acredito serem amigas de Absol. - acabei respondendo.

- Absol? - e Absol se aproximou com cautela - Aaaa! Um black-dog!!!!!

- Black-dog? - olhei para Absol que deitou atrás de mim e depois para S de novo. - É isso o que Absol é?

- Vo-vo-você controla u-u-u-um black-do-do-dog? E-e-e-ele é seu mas-mas-mascote?

- Eu não controlo Absol. - comecei a explicar - Eu o conheci em meu primeiro dia em Eldarya, e é graças a ele que estou viva até agora. Eu o vejo como um guardião, não um mascote.

S ficou boquiaberto, não parecia acreditar no que ouvia. - Há algum problema? - perguntei.

Ele apenas sacudiu a cabeça e começou a me olhar desconfiado pra finalmente me perguntar. - Você está sabendo de algum exército?

- Exército?? - não to gostando da historia - Que exército??

- Humano. - disse ele de modo seco.

Eu disse que não estava gostando, até Absol estava ficando interessado - Nãão, e... sei que não vou gostar da resposta. Mas o que esse exército humano deseja?

- Atacar os faerys, os seres de Eldarya. - respondeu ele de braços cruzados me observando com cautela.

- Aaai. Temia essa resposta. - disse massageando minha testa - Porque a maioria dos humanos são tão covardes e burros, procurando a destruição do que teme ao invés de procurar compreender, caramba. - Terminei por falar, indignada.

Acho que ele pensou que eu fazia parte deles no começo, pois depois de minhas palavras ele arregalou os olhos. - Você gosta de faerys? - ele perguntou.

- Se com faerys você se refere às fadas, dragões e outros seres místicos, sim. Principalmente os dragões. - respondi a ele. - Agora... tem como você ajudar essa mulher pra mim? - perguntei olhando-lhe nos olhos.

- Mas é claro! - respondeu ele dando um assobio com os "dedos" logo em seguida. Uma daquelas galinhas-avestruz se aproximou para receber carinho de S. S percebeu que eu olhava com atenção para criatura e falou - Essa é Kaniia, miau, minha Shau'kobow.

- Sua o quê?

- Shau'kobow, ela é minha mascote.

- Ah. Quer ajuda para colocar essa...

- Elfa.

- Isso. Quer ajuda para colocar essa elfa sobre Kaniia?

- Aceito sim. Afinal, purrekos são bem pequenos se comparados aos elfos. - disse ele com um sorriso e ronronando. Eu apenas sorri de volta. Depois de finalmente terminarmos de colocar a elfa deitada sobre a cela de Kaniia, ele subiu nela dizendo - Vou levá-la até o QG de Eel e alertá-los sobre o exército humano que está a caminho daqui. É bom você tomar cuidado.

- Pode deixar que eu tomarei. E boa sorte pra você S.

Ele apenas me acenou dando um tchau e foi embora. - Acho que vou precisar treinar muito mais agora, não é Absol. - Absol concordou com a cabeça e ergueu-se. Seguimos para o meu treino do dia onde dei tudo de mim.

Eldarya - Uma Aventura InesperadaWhere stories live. Discover now