•☆.•*'¨'*••♥ Cap.161 ♥••*'¨'*•.☆•

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Alessa

A primeira coisa que reparei quando me juntei ao grupo, é que todos eram maiores de idade e não havia ninguém que precisasse de cuidados especiais, como deficientes ou idosos, o que facilitava a lidarmos uns com os outros. No nosso percurso, teríamos que atravessar uma ponte que, quando estávamos na metade dela, estava quebrada.

De início, todo mundo estava achando que aquilo tinha sido um acidente infeliz, mas os responsáveis pela segurança do grupo não pareciam pensar assim. Estávamos nos preparando para dar meia volta quando aconteceu. Um grupo de combatentes armados apareceu do nada, de todos os lados e nos cercaram. Fomos capturados, amarrados e vendados (será que era sobre isso que a minha mãe estava tão preocupada??)

Quem tentou resistir acabou inconsciente. E quem tentou conversar com eles acabou amordaçado. Ninguém tinha escolha a não ser obedecer em silencio. Tivemos todas as nossas coisas tomadas, menos a minha cruz (talvez por sarcasmo ou sadismo?) e viajamos por várias horas até chegarmos em algum lugar que mais parecia algum tipo de prisão medieval. Lá, não éramos maltratados. Na verdade, eles até que se preocupavam com a nossa condição de saúde e nossa aparência. Só consegui chegar a uma conclusão com essas observações: seríamos vendidos como escravos.

Assim, o problema nem era bem ser feita de escrava. Minha preocupação era saber o tipo de escravidão que nos aguardava. Se fosse à moda africana, todos nós teríamos uma chance de liberdade, pois já houve até casos de escravos que conseguiram se tornar reis mais tarde, e todos nós teríamos a chance de comprar nossa liberdade se trabalhássemos o suficiente.

Agora. Se fosse à moda romana de escravidão... Senhor, tenha misericórdia de nós!! A escravidão romana trata as pessoas como meros objetos de posse, e não como seres vivos como ocorre na escravidão africana. Isso quando o "senhor" tinha algum senso de humanidade no peito, dando um mínimo de zelo pelos seus vassalos e assim aumentar a "durabilidade" de seus "pertences".

Uma pequena janela, perto do teto alto da cela em que éramos mantidos, nos ajudava a compreender o passar do tempo. Por causa da cruz que eles não me tomaram, eu sempre me recordava do conselho de minha mãe quando a recebi, até nos sonhos eu a ouvia me dizendo para não perder a minha fé. E por isso, tudo o que eu fazia era rezar. Com todos os outros rezando junto de mim.

No terceiro dia, se não me engano, fomos todos reunidos e levados até um grande salão redondo e vazio que não me agradava em nada. Três homens que usavam mantos de capuz escuros estavam reunidos no centro, cantarolando alguma coisa que não conseguia entender nada. O surgir de uma luz, que se tornava uma espécie de massa luminosa que se expandia até formar um... Sei lá! Um portal, talvez? Me fez questionar a minha sanidade. E quanto maior aquilo ficava, mais distante eu me desejava daquele lugar.

Mas ninguém teve escolha... Assim que, o "portal" se abriu, todos nós fomos empurrados para o outro lado daquilo. E foi uma sensação indescritivelmente estranha. Não achei ruim, fisicamente falando, mas também não me senti bem, emocionalmente.

Reparando no outro lado, acho que estávamos dentro de uma caverna. As pessoas dali eram extremamente pálidas e todas usavam trajes desérticos, além de falarem em árabe. Acho que eram os nossos "senhores", pois ao mesmo tempo que nós éramos entregues àquela gente, eles entregavam caixas cheias de coisas estranhas para os homens que nos capturou.

Com a troca concluída, o portal desaparecido completamente, e nenhuma ideia de como qualquer um de nós poderia voltar para casa, começamos outra vez a sermos guiados para algum lugar.

Observando os nossos "senhores", ficava imaginando que tipo de "trabalho" eles poderiam vir a exigir de nós, até que paramos diante de uma grande porta de aço para onde éramos direcionados. Ao entrar naquele lugar, senti o desespero querer me dominar. O lugar era enorme, cheio de correntes com algemas nas paredes, e itens que serviriam tanto para um torturador quanto para um açougueiro sobre uma mesa. Vários frascos vazios ocupavam as prateleiras dali, insetos rodeavam os fundos e o inconfundível cheiro de sangue seco enchia o lugar.

Eldarya - Uma Aventura InesperadaWo Geschichten leben. Entdecke jetzt