Cris
Abri meus olhos e reconheci as escadas da passagem da cerejeira (Sob as raízes do eterno florir...) a única coisa que tinha de diferente, era que alguns dos túneis estavam iluminados dessa vez e pude notar que havia três percursos de onde estávamos.
– Vamos logo, antes que alguém nos veja. – disse Lance me puxando para uma das direções (à nordeste do apoio...).
O caminho era uma subida até acharmos um cruzamento em que, um caminho continuava subindo, outro parecia descer, e um terceiro parecia plano. Seguimos pelo que descia (caindo, se deve seguir...). Depois, encontramos uma bifurcação que, à direita pude notar uma pedra desenhando um coração, fomos pela esquerda (no caminho indicado pelo coração...).
Chegamos no que parecia ser algumas estalagmites em uma passagem sem saída, eu vi Lance dobrar uma delas, destravando alguma coisa (selada pela falsa lança que guarda...) e permitindo que a pedra pudesse ser movida com força bruta. Entramos e ele recolocou a pedra no lugar para depois acender a lamparina (e eis a Morada do Dragão). Corri até a mesa, puxando a cadeira, para transcrever tudo o que eu fiquei repetindo sem parar na cabeça.
– O quê está fazendo?
– Anotando o caminho para se chegar até aqui... Pronto! Agora se eu quiser voltar, sei como.
– Deixe-me ver. – entreguei o papel a ele.
Tenho certeza que a intenção dele era destruí-lo assim que terminasse de ler, porém, ele se mostrou confuso ao terminar de ler – Você não disse que escreveu o caminho até aqui? Isso mais parece uma poesia!
– Eu sei. Assim não vai ser qualquer um que descobrirá este lugar por meio dele. – acho que consegui surpreender ele, e ele começou a analisar os meus versos.
– O "eterno florir" está na cara que se refere à Cerejeira Centenária, mas o que é este "apoio"?
– As escadas ué, ou vai me dizer que havia alguma outra coisa para se apoiar naquela passagem? – ele continuou a análise.
– No cruzamento descemos... Como assim "caminho indicado pelo coração"?
– Na bifurcação, havia uma pedra que tinha a forma de um coração à direita.
– Mas nós seguimos pela esquerda!
– A anatomia humana e a anatomia faery são parecidas? Pois até onde sei, o coração costuma ficar mais para o lado esquerdo!
Ele sorriu – Uma cilada de interpretação... gostei. – acabei por sorrir – A "falsa lança" deve ser a alavanca escondida entre as estalagmites e... Você nomeou este lugar como "Morada do Dragão"?
– É o que este lugar é. Não é? A morada secreta de um dragão?
Ele me sorriu aquele sorriso que geralmente me deixa louca de raiva, mas eu só revirei os olhos dessa vez, com ele me entregando o papel para eu guardar.
– Com todos esses truques, você devia estar na Sombra ao invés da Obsidiana.
– E estar ainda mais perto do Nevra!? Deus me livre e guarde! – ele começou a rir e depois começou a mexer nas caixas dele – Procurando por algo em particular?
– Apenas mais ingredientes para produzir aquela pomada muscular.
– Hum... – comecei a analisar o quarto como na primeira vez.
Tudo parecia igual, até a planta que ornamentava a mesa. A cama era meio estreita para duas pessoas dormirem, mas como o quarto era de Lance, também era dele a prioridade sobre a cama e como ele está há dias dormindo em uma poltrona... Peguei a coberta trazida e comecei a estendê-la sobre o chão ao lado da cama.
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Eldarya - Uma Aventura Inesperada
FantasyTodo fã de fantasia já teve ter sonhado ao menos uma vez viajar para um mundo mágico. Viver aventuras, descobrir poderes e realizar atos que fariam grande diferença naquele mundo... Mas, e quando isso acontece? Que tipos de sorrisos e lágrimas seria...
