Cris
Depois que terminamos de contar tudo o que dava para contar, e com Absol quase me atropelando de afeição depois de finalmente se ver livre, enquanto Lance e eu ainda contávamos tudo, optamos quase todos por jantar alguma coisa.
Luthien e Emiery acabaram tendo de ir para a enfermaria, pois a médica estava com dificuldades para encontrar o encantamento certo, e em seu local de trabalho, ela tinha mais recursos para continuar mantendo a Emiery tranquila enquanto continuava com a sua busca. Além de aproveitar para fazer um check-up completo na coitada.
O jantar foi... silencioso. Eru não participou da refeição, pois tinha pressa em resolver as coisas, com Võrgutav lhe ajudando no que dava. Lance até teve de interromper a comida para poder libertar o traste que acabou dormindo por causa do efeito restante da bebida. Ninguém ousava questionar o que fosse por ainda estarem em choque pelas revelações que consegui trazer à tona. E Absol não se atrevia a afastar-se de mim por nada.
Quando os ocorridos terminaram de se espalhar pelo palácio (e logo, logo, pelo reino), Nessa e suas irmãs me disseram para não retornar aos meus aposentos ainda, pois elas fariam uma senhora faxina ali para que não ficasse nem mesmo um traço da presença de Ondabrar no lugar. Acabei aguardando pelo esvaziar das fontes na biblioteca, onde tentei "informar" direito a Anya sobre o que estava acontecendo, e até ela acabou tendo um pouco de compaixão com a sua professora, se comprometendo a visita-la na enfermaria ainda nesse dia.
– Hoje foi sem dúvidas um dia complicado... – argumentava já entrando nas aguas para espairecer.
– Absol e eu que o digamos. Aceita uma massagem nos ombros? – Lance entrava comigo, sendo só nós dois e Absol sob o luar recaindo nas aguas.
– Eu em você ou você em mim?
– Pode ser o dois se quiser...
– _risinho_ Bobo! Parece... que Absol tomou um pouco de raiva das sombras. Não entrou em sombra alguma desde que conseguiu sair. – observava Absol que estava deitado, mas atento, próximo às margens.
– Se eu tivesse ficado preso naquela Sala, com você correndo perigo, totalmente incapaz de ajuda-la como aconteceu com ele; eu também não iria querer retornar para lá tão cedo.
– Sério? Então teríamos de mudar o local da conversa se tivesse sido você, ao invés de Absol, aquele que não teria conseguido me ajudar?
– Pode ter a certeza que sim. _beijinho_ Eu ficaria com uma tremenda raiva de cada uma daquelas portas e não me submeteria à "proteção" delas por um bom tempo.
Acabei o abraçando com um sorriso no rosto. Tudo o que eu queria era relaxar um pouco e aproveitar a melodia noturna que deixava o lugar agradavelmente reconfortante.
– Quando que iremos questionar o Ezarel? Sobre a mensligo...
– Vamos deixar isso para amanhã, Gelinho. Assim eu posso usar o meu tempinho na biblioteca, como parte da desculpa que darei para questiona-lo sem levantar suspeitas.
– Ok. Como você é bem curiosa, vai ser difícil ele estranhar alguma coisa. É melhor mesmo que você se encarregue de questioná-lo. Se eu o questionar, é possível que ele pense que estou tentando controla-la ou coisa assim.
– Você não me controla! Auxiliar talvez, mas não controlar.
– Não acho que eles pensariam assim de boa. _suspiro_ Não era exatamente assim que eu desejava ficar com você aqui dentro...
– Deixe-me adivinhar: você tinha ideias um pouco mais... a-tre-vi-das. – falei quase rindo e brincando em seu peito em cada sílaba de "atrevidas".
                                      
                                  
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Eldarya - Uma Aventura Inesperada
FantasyTodo fã de fantasia já teve ter sonhado ao menos uma vez viajar para um mundo mágico. Viver aventuras, descobrir poderes e realizar atos que fariam grande diferença naquele mundo... Mas, e quando isso acontece? Que tipos de sorrisos e lágrimas seria...
