•☆.•*'¨'*••♥ Cap.54 ♥••*'¨'*•.☆•

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Cris

Outro pesadelo. Se toda vez que eu ouvir falar de Apókries eu ter noites assim, o que será de mim quando eu "visitar" aquelas terras? Não tive vontade de me arriscar a voltar a dormir pra correr o risco de continuar o sonho, como costumo fazer sempre com os mais intensos, então me sentei à beira da cama, ignorando o frio que fazia (eu estava dormindo com 4 cobertas mais o lençol!). Acho que ainda faltava uma meia hora pro sol mostrar a cara.

– Teve sonhos ruins? – virei para Lance que me observava da poltrona – Ficou se revirando quase a noite toda.

– Decidiu vigiar o meu sono agora? – não estava com muito humor para lidar com ele...

– Tive insônia esta noite, só isso. – _suspiro_ acabei por abraçar meu corpo.

– Sim, tive pesadelos... Com muito sangue, cadáveres, vandrak e... – (será que eu devia mesmo terminar?).

– E...? – ele me olhava de forma inquisidora (ele realmente está adquirindo interesse em mim ao invés de na minha maana? Não, sem chance).

– Com você. – acabei por dizer – Vestindo sua armadura e coberto de sangue.

– E eu poderia saber como ou porque eu apareci desse jeito em seu sonho? – ele me dava seu sorriso mais irritante.

Esfreguei o rosto com as mãos para esconder qualquer possível rubor e para me acalmar (ele não só me "protegeu" nele como também... me beijou) – Prefiro não responder isso, ainda mais depois do que aconteceu ontem à noite.

Ele deu de ombros como resposta, erguendo em direção ao banheiro em completo silêncio. O frio me apertou e resolvi colocar algo mais quente (só espero que essa noite ruim não afete o meu dia).


Nevra

Ontem foi estranho. Como se não bastasse aquele aviso que a Branca nos deu e a chegada daquela mulher trazendo o marido contaminado com ela, querendo levar a Cris de Eel justo quando somos ordenados a não permitir isso; Absol me impediu de me aproximar da porta para vigiar um pouco das ações daqueles dois, ficando diante dela, claramente impaciente pelo bater da cauda no chão e me rosnando sempre que eu tentava me aproximar.

Aproveitei para tentar conversar com Absol, pedir-lhe para que não deixasse a Cris sair de dentro de Eel, à pedido da nova Oráculo. Ao mesmo tempo em que ele parecia me ouvir, ele parecia me ignorar. Do nada ele ergueu a cabeça em direção da porta (mas o que é que está acontecendo lá dentro?) e entrou através das sombras no quarto uns cinco minutos depois.

Me posicionei finalmente para poder observar aqueles dois e realmente alguma coisa pareceu ter acontecido. O quê, eu só saberia de verdade quando aquela bendita poção ficasse pronta. Seja lá o que for que aconteceu entre eles, os dois tiveram uma noite inquieta. Estava quase cochilando finalmente depois de tantos dias sem dormir quando a Cris resolveu se levantar, me atentei a breve conversa deles (o que será que a fez sonhar com o Gelinho - é eu gostei desse apelido - naquele estado que ela descreveu?). Depois disso, eles não conversaram mais nada, ficaram no mais absoluto silêncio.

Se eu perguntar, ela me falará ao menos desse sonho?


Cris 2

Assim que deixei o banheiro (em que entrei no mesmo instante em que Lance o liberou), fui direto para a Sala do Cristal. Como ainda estava bem cedo, não encontrei ninguém até o momento. Rezei algumas poucas orações diante do Cristal, transferindo-lhe os fragmentos recolhidos ontem, e segui para a cozinha, onde Karuto já me aguardava com o meu leite e um prato de torradas com mel, geleia e requeijão. Coloquei algumas das torradas na vasilha para Absol entregar ao Lance (não quero retornar ao quarto hoje) e ele não me demorou em trazer a vasilha vazia de volta. Continuei meu caminho até a cerejeira, que estava vazia, encontrando no máximo umas cinco pessoas no percurso. Absol havia sumido (deve ter ido buscar os amigos que me "ajudarão" com o treino) e eu resolvi me sentar às raízes da cerejeira para tentar organizar minha mente. Fiquei escorada no tronco com os olhos fechados.

Eldarya - Uma Aventura InesperadaWhere stories live. Discover now