Capítulo 6-Sophia- Se você não pode mudar seu destino, mude sua atitude.

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— Mas. Que. Merda. —Três palavras separadas compõem a única resposta que eu sou capaz de dizer ao observar o quarto onde dormirei pela primeira vez.

Regina bufa atrás de mim, e o som da risada da governanta é tudo que eu posso ouvir enquanto eu assimilo a visão na minha frente. Não há palavras. Bem, na verdade, existem três palavras muito indicadas.

Mas. que. merda.

Rosa. Está em toda parte. Um urso de pelúcia rosa. Um edredom rosa com coroas rosa escura cobrindo sua superfície. Um pôster rosa de uma bailarina colado na parede grita por toda a atenção, bugigangas rosas forram as prateleiras pregadas nas paredes, e um cetro rosa combinando com uma tiara forrada de cristais transparentes ao longo de sua borda é ostentado em cima da mesa de centro onde também há um abajur com pedestal de prata com detalhes de algumas princesas da disney e algumas flores.

— Você mesma quem decorou. — Regina pousa a palma da mão em meu ombro e me pressiona suavemente para frente, tentando forçar a minha entrada no quarto.

Meus pés, no entanto, estão em sintonia total com o meu cérebro e se recusam a dar mais um passo para esta atrocidade.

— Eu mesmo não— Eu resmungo.

Enquanto eu permaneço enraizada no chão, minha mão sai do meu bolso e atravessa o meu corpo até meus dedos
encontrarem a pele do meu antebraço.

Rosa. Rosa. Rosa.

Cada vez que meus olhos caem sobre algo novo, meu cérebro é atacado.

— Você pode não se lembrar, mas foi você— Regina diz.
—  Parece que alguém vomitou algodão doce aqui.

Depois de sacudir a minha cabeça, eu finalmente consigo me forçar para dentro do quarto. No centro dele, tinha um quadro de cortiça pendurado acima de uma mesa branca simples. Fixado nele estava algumas fotos. Eu andava pelo quarto lentamente, correndo a mão sobre as paredes ligeiramente texturizadas, o tecido brilhante das almofadas sob a pequena janela, e, finalmente, sobre as próprias fotos, que eram em sua maioria minhas com Regina e Noah. No centro do quadro uma delas me chamou a atenção, era uma selfie, nós três em um parque que devemos ter ido várias vezes porque há várias versões diferentes da mesma imagem. Estávamos todos sorrindo.

Nós parecíamos felizes.

— Essa foi a última foto que você colou aí— Regina falou a partir da porta. — Foi tirada por você algumas semanas antes do acidente.

Eu senti os olhos dela em mim enquanto eu caminhava ao redor do quarto, querendo que algo familiar pulasse para fora.

— Eu sei como isso tudo está sendo duro para você. — Disse ela.
— Sim, e por razões mais do que você pensa— Arrancando uma foto mal tirada do quadro, fui até a janela e o ergui.

A imagem da foto combinou perfeitamente; a direita para baixo da moldura da janela e os botões nas almofadas, bem como o amplo gramado e árvores de carvalho espalhados, incluindo a janela obstruída parcialmente.

— Foi sua primeira foto com a câmara que seu pai te deu de presente— Regina entrou no quarto e se sentou no canto da cama. — Você tinha apenas cinco anos.

Eu fiquei de costas para ela e continuei comparando a foto com a versão real.

— Desde pequena você foi o sol da casa. Um sorriso preso nos lábios a todo momento. — Eu me virei e peguei o final do triste sorriso de Regina.— Você sempre soube superar as dificuldades filha, tenho certeza que você vai conseguir superar essa.

Pousei a foto sobre a mesa.
— Honestamente? Eu não tenho tanta certeza.
— Sabe Emilly, para mim também está difícil, especialmente por você não lembrar de mim, mas você sempre teve uma boa cabeça em seus ombros. E isso me dá esperanças de você recuperar a memória em breve.

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