Capítulo 31-Sophia- Parecia inofensiva, mas te dominou.

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Encarei a figura no espelho por mais alguns minutos. Meu vestido era um longo vermelho, tecido leve, com uma frente única exibindo um generoso decote. Meus cabelos foram arrumados em um elegante penteado puxado para o lado e uma maquiagem singela completava o visual.

Estava puramente sensual, mas sem perder a elegância.

Satisfeita com minha aparência, peguei uma bolsinha e a apoiei no ombro. Me virei para sair do quarto e encontrei Junior lá, com toda a sua classe e magnitude. Terno escuro, camisa clara e gravata listrada. Mãos cruzada sobre o peito, postado em frente a porta do quarto. A combinação de sombra de barba e os cabelos rebeldes que caem sobre a testa dão-lhe um olhar perverso, que faz com que eu sinta ele em meus ossos, sinto a umidade em minha calcinha e os meus seios de repente estão pesados e formigando. Júnior me fazia pensar naquela série em que Lúcifer é um belo anjo de terno preto. Encantador e desafiador em tamanha intensidade, que somos incapazes de resistir.

— Eu disse para me esperar lá em baixo— Eu digo.

E então, lentamente ele sorri, largo e gigante, covinhas e tudo. Meu peito aperta com a emoção inesperada. E o meu próprio sorriso vem espontaneamente fácil, porque eu não posso negar o quão bom tudo é.

— E desde quando ouvimos um ao outro?

Ele entra no quarto, parando alguns metros à minha frente, nossos olhares consumindo um ao outro. E á medida que o momento se estende, um broto de nervosismo floresce no meu estômago, e parece que minha garganta esta seca. Ele espreme os lábios e me observa de um jeito diferente.

— O que?
— Eu não disse nada.— Ele balança a cabeça.
— Eu sei. Por que você está olhando assim para mim?
— De que jeito eu estou olhando para você? —Ele devolve a pergunta, seu cenho franzido e uma ruga entre as sobrancelhas.
— Nada, esquece. — Dou de ombros.

Ele estende a mão para mim.

— Então, me permite, Emilly Cooper?

Apertei os olhos em um sorriso falso, mas me mantive em silêncio enquanto minha mão deslizava facilmente para dentro da sua. Caminhei até a limosine apoiada no braço dele, afastando meu corpo o suficiente para que ficasse bem claro que ele não podia me dominar. Mesmo que meu coração estivesse saltando pela boca como o de uma colegial imbecil, eu não daria a ele a impressão de que me dobraria fácil.

Não mesmo.

Quando chegamos ao local onde seria realizado o evento ofertado pela Cooper, Junior me conduz através de um hall de entrada em estilo cavernoso. Caminhamos por um corredor, através das portas abertas do salão de festas. Uma musica suave tocava, e a sala está lotada com grupos de pessoas bonitas e vestidas elegantemente, conversando, rindo e bebendo.

— Perla!

Pedro caminhou até nós e me puxou para ele em um abraço.

― Você está ainda mais bonita, se é que isso é possível!
― Você também está muito bonito, Sr. Cooper!— Eu disse escorregando a mão por seu peito.

Seus olhos permaneceram nos meus por um instante e então ele encarou Junior.

― É bom te ver, Bennett.
— Cooper.

Eles apertaram as mãos em comprimentos rápidos, os lábios em um sorriso cortês. Não demorou muito e um grupo se juntou a nós. E feitas as apresentações gerais, acompanhei o bate papo sobre as joias lindíssimas que seriam lançadas. Uma hora mais tarde, estou com uma taça de champanhe na mão e completamente entediada com o assunto. Me sinto como uma estrangeira cercada por marcianos que suam dinheiro e cagam ouro. Mais cinco minutos se passam e meu estômago se transforma em algo sinuoso e azedo.

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