Capítulo 62 - Sophia-E embora ela seja pequena, ela é feroz

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Esta minha pequena luz. — Uma voz grossa canta— Eu vou deixar brilhar... — Sua voz entra e sai, assim como minha consciência.

Minha mente parece ter se partido no
meio. Tudo está ficando muito difícil.

Eu estou fraca.

Com sede.

Esgotada.

Eu movimento meu pescoço e forço minhas pálpebras pesadas para
abrir. Leva um par de tentativas, mas elas abrem e queimam. Minha
visão é borrada enquanto minhas retinas se ajustam à luz. As últimas memórias correm para frente da minha mente.

O sequestro.

Irmã gêmea.

Herança.

A invasão a casa principal.

Os gritos enquanto me levavam por um caminho muito estreito.

A pancada para me manter calada.

Eu rapidamente olho em volta, tentando descobrir onde estou. O ambiente é pequeno, com alguns móveis para quarto e eu posso dizer isso costumava ser usado por algum caseiro. Através da única janela eu posso ver galhos de árvores entrando no ambiente, o que me diz talvez estejamos longe da casa principal, onde os matos eram bem cortados.

Esta minha pequena luz...

Eu vejo Vitor caminhar até uma mesa e pegar uma arma. Quando ele retorna para mim, ele arranca a fita que cobre a minha boca, e meus olhos picam com lágrimas por causa da ardência.

— Não sei como, mas alguns homens nos encontrou e estão tentando resgatá-las.— Dedos frios cutuca meu rosto e empurro minha cabeça para longe da mão de Vitor.— Você sabe quem são e o que vai acontecer com eles, certo? Junior Bennett vai morrer por sua culpa.

Medo gira e infecta cada veia dentro de mim. Corroendo, calafrios raspam minha pele como lâminas de barbear. Um som que me recuso a deixar sair queima o meu peito.

— Eu vou matá-lo na sua frente. — Ele diz.

Eu balanço a minha cabeça.

— Sim, querida. Eu vou matar cada pessoa que você ama porque você é uma criança teimosa.

Eu encaro ele em silêncio, seu rosto está pálido e seu cabelo bagunçado, como se ele tivesse passado as mãos por ele ansiosamente. É difícil não expressar o terror absoluto por ainda estar nesse jogo fodido, e que me aterroriza além da crença a possibilidade de ser morta, mas ver agora que todo aquele controle que estava na mão do bastardo se foi, me dá ânimo para continuar a fingir ser forte. Como se não me importasse com a realidade dessa situação onde fui sequestrada e eu não tenho a menor ideia se vou sair dessa com vida.

— Você deveria me matar enquanto tem a oportunidade, — Eu finalmente digo, minha voz saindo fracamente.—  Porque os fatos estão me dizendo que você está na merda.

Vitor ri com irritação.

— Eu tenho controle da situação.
— Tem? — Eu questiono em zombaria. — Diga-me uma coisa, então, porque eu estou em um quarto aparentemente longe da casa principal, onde homens invadiram e só há três capangas seus aqui? E  Emilly? Onde está Emilly, Vitor?

Destinos CruzadosWhere stories live. Discover now