Capítulo 27-Sophia e Junior - O Amor é simples, pessoas é que são complicadas!

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» SOPHIA «

Eu acordei ao movimento na cama. O quarto estava escuro, e quando meus olhos começaram a se concentrar, eu vi a silhueta masculina. Junior estava se debatendo e resmungando algo em seu sono, e eu não tinha certeza se eu deveria deixar ele dormir ou não. Mas era difícil vê-lo sofrer, e ele estava tão inquieto e parecia tão atormentado, que não consegui me conter. Decidi tentar cutucá-lo um pouco. Talvez apenas o suficiente para tirá-lo do que quer que estivesse acontecendo em sua cabeça.

— Junior?

Toquei seu ombro gentilmente, e quase pulei da cama quando ele abruptamente deu um salto. Ele parecia confuso no início.

— Mãe? Elisa? O que?— Ele estava respirando, com o peito arfando pesado.

Com a minha mão ainda segurando o meu coração batendo rapidamente, eu disse: — Sou eu, Júnior...
— Emilly.

Seu rosto estava molhado de suor, e ele enxugou a testa com as costas da sua mão.

— Você está bem?
— Sim, estou bem. Eu acho que você estava tendo um pesadelo.
— Eu sinto muito. Você tem certeza que está bem?
— Absoluta.

Se acalmando, ele soltou um suspiro profundo e escorregou da cama, dirigindo-se para o banheiro. Ele ficou lá muito tempo antes que a porta se
abrisse novamente. A cama afundou quando ele voltou, mas ele não se deitou imediatamente. Em vez disso, ele se sentou na borda do colchão com os cotovelos sobre os joelhos, cabeça baixa, e de costas para mim.

Eu estendi a mão e toquei-lhe a pele nua.

— Você quer falar sobre isso?

Junior passou os dedos pelo cabelo.

— Na verdade não. Eu apenas comecei a tê-los novamente. Não tinha tido um em alguns meses antes disso.
— Eles são... sobre sua mãe?

Ele assentiu.
— Me desculpe ter acordado você.
— Não há nada para se desculpar.Eu também passei por isso após o acidente. E eu não quero empurrar, mas... mas talvez vai ajudar se você falar sobre isso.

Junior ficou em silêncio por um longo momento.

— Está tudo bem, não se preocupe. Eu sei lidar com minha bagagem.
— Você tem certeza? Não há qualquer coisa que eu posso fazer?

Ele sorriu, embora não fosse nada verdadeiro.

— Você poderia tirar a roupa, e finalmente me agradecer pelas rosas.

Eu revirei os olhos e apontei o óbvio.

— Humm... você já está bem.

Junior apenas me observa por um minuto, e há algo em seu rosto que eu não consigo identificar. Mas antes que eu possa me debruçar sobre isso, ele rasteja na cama até que ele esteja em cima de mim, me trancando entre seus braços.

— Acho que vou começar a cobrar. — Eu resmunguei quando ele entrelaçou nossas pernas como as gavinhas de um carvalho de 100 anos.
— Então eu seria um falido muito feliz. —Ele beija a ponta do meu nariz.

E tudo o que posso fazer é olhar para ele, para seus olhos que me entorpecem intensamente. Estamos respirando o mesmo ar, nossos lábios a poucos centímetros de distância. Algo doentio estava acontecendo no meu coração. Estar perto dele estava causando uma arritmia terrível que poderia eventualmente me matar.

— O que você está pensando agora?— Perguntei.

Eu tremia e ardia, com as mãos e as extremidades dormentes, sentindo como se algo dominasse meu corpo e ele não pertencesse mais a mim.

Destinos CruzadosWhere stories live. Discover now