Capítulo 61-Junior-A coragem não é ausência do medo.

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Entrei em uma das baias e coloquei a mão calmante sobre a égua. Eu pude ver seis homens, mas isso não queria dizer que fossem apenas esses. A porta se abriu lentamente com um rangido, e eu vi duas silhuetas entrando. Os cavalos começaram a relinchar quando os homens se aproximaram, e alguns começaram a bater em suas portas. Podia-se sentir a tensão no ar.

Abaixei e apertei a porta da baia onde a égua me encarava com os olhos selvagens.
— Cada porra de baia tem um cavalo. O que devemos fazer com isso? Procurar em cada uma?—Resmungou o cara mais próximo de mim.
— Não sei —Respondeu o companheiro. — Eu acho que sim. Léo e Gus vão verificar lá em cima. Eles estão esperando por nosso sinal de que aqui está limpo.

Os homens ligaram as lanternas e iluminaram as baias. Estavam
fazendo um trabalho rápido, sem se importar em entrar. Eu observei
enquanto eles continuavam vindo, verificando as baias ao meu lado, e
apontando suas luzes para os cavalos. Quando eles iluminaram a égua o animal recuou ao ser cegado, fazendo eu segurar a respiração. Naquele segundo, ela era mais perigosa para mim do que os homens.

Eles passaram suas lanternas pelos cantos traseiros da cabine e a égua moveu-se para eles, e para mim, mas eles giraram suas lanternas para o feno atrás deles.

— Está limpo. —Um deles gritou e já estava caminhando para a saída quando a égua relinchou— Espere...

Escorreguei pela porta da baia e caí no chão. Eu vim por trás deles e coloquei a arma em punho. Os dois homens estavam quase no meio da fileira de baias. Eu escorreguei atrás de um e dei-lhe uma coronhada no lado da sua cabeça, fazendo com que seu corpo caísse desfalecido no chão em questão de segundos, e antes que seu companheiro pudesse reagir eu agarrei seu ombro e fiz o mesmo com ele.

— Ei! Tom? Carl? Vocês estão bem?—Uma voz chamou do outro extremo do celeiro.

Agarrei suas lanternas e as segurei.

— Estamos bem— Eu gritei de volta, fazendo minha voz mais profunda para corresponder ao que eu tinha ouvido antes. — Um dos cavalos nos assustou.

Houve silêncio por um segundo,então o sujeito gritou novamente.

— Sim, ok. Vamos verificar as baias de cima.

Outras duas lanternas estavam vindo em minha direção. Eu tinha que ficar atrás deles, tirá-los da mesma maneira, pois sabia que os
dois últimos entrariam pelas portas laterais a qualquer momento. Até agora as portas ainda estavam fechadas.

Desligando as lanternas, bloqueei ambas as portas, saindo de um
lado para o outro.
— Ei!

Os outros dois homens vieram correndo. Eu me estiquei contra uma das baias e esperei. Eles correram e se
separaram, indo para as portas. O mais próximo empurrou a porta.

— Porra! Ele foi por este caminho?

Eu me movi rapidamente, e meu pé direito voou, acertando-o no braço.
Ele caiu urrando, e um soco no nariz e um tiro foram o suficiente. O outro cara girou e sua lanterna me cegou.

— Fique aí, seu filho da puta!

Eu me movi, e a escada ficou entre nós.

— Eu disse PARE!— Ele berrou.

Eu parei agora e olhei para seus pés, memorizando onde ele estava até que eu o ouvi gritar ao redor. Então me
lancei para ele. Ele tinha duas arma apontada para mim, mas por incrível que pudesse parecer, não senti medo. A adrenalina corria solta dentro de mim e certa frieza substituiu a fúria, preparando-me para o que desse e viesse.

Se fosse morrer, seria lutando.

As armas voam longe e ele pousa um soco em toda a minha mandíbula que momentaneamente me deixa tonto. Minha arma ainda está em meu aperto, então eu tento empurrá-la contra a sua caixa torácica, mas ele rola no momento em que eu aperto o gatilho. Uma janela estilhaça quando o tiro acerta-a em seu lugar. As portas estavam tremulando agora. Os outros homens empurravam contra elas, tentando entrar. O cara lutando contra mim era mais forte do que eu pensava, então eu subi em cima dele. Sentado sobre o seu peito, ajoelhando em seus braços. A investida foi rápida e furiosa. Meu braço trabalhou todo o caminho uma, duas, três vezes. Um soco depois do outro eu segui, até que ele me acertou, fazendo meu cérebro chacoalhar.

Destinos CruzadosWhere stories live. Discover now