Capítulo 67-Sophia -Cada um sabe a falta que o outro faz.

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Três meses depois...

» SOPHIA«

Devagar, a vida foi voltando aos eixos.
Todos os envolvidos no caso deram seu depoimento formal na delegacia, devidamente acompanhada por um advogado. E eu estava confiante na defesa dele em nosso caso. Era bem fundamentada e concisa.

Ele era um excelente profissional.

Legítima defesa e legítima defesa de terceiros era o melhor caminho que ele podia seguir, já que a minha vida e a de Emilly estava em perigo. Além de que, o juiz que havia ficado com o caso era um conhecido de Benjamin, e ele estava empenhado em fazer o que fosse possível para que pudéssemos encerrar o caso o mais breve possível.

E agora era apenas esperar.

— Emilly.

Já passava das seis da tarde, quando batidas em minha porta me fizeram pular na cadeira.

―Ainda vai demorar ?— Suzanne perguntou parada sobre o batente da minha porta.— Desculpe, Sophia.— Ela se corrigiu ao perceber o seu deslize.
— Não tem problema. —Sorri para ela. — Sei que ainda é confuso.
— Sim...muito confuso. —Ela concordou baixinho, ainda envergonhada. ― Bom, já são mais de seis horas, precisamos ir.
— Você tem razão.

Fechei a tela do meu notebook.

— Eu já não estou rendendo o suficiente mesmo. Preciso de descanso para poder acordar disposta amanhã. Ainda há muito a se resolver. — Eu me levantei da cadeira e comecei a juntar minhas coisas quando a campainha da entrada tocou.
— Quem será a essa hora?— Suzanne resmungou, fazendo bico.
— Você pode ir, eu me entendo com quem quer que seja. — Eu disse colocando tudo na bolsa.
― Ok. Até amanhã, Sophia. — Se despediu saindo da sala.

Depois de arrumar minha mesa, coloquei a bolsa no ombro e abracei minha pasta de documentos. Assim que atravessei o corredor, não pude deixar de sorrir.

― Pedro.
― Nós marcamos um jantar hoje, lembra? — Ele perguntou andando até mim.

Segurou meu queixo contra seus dedos e tocou seus lábios na minha bochecha.

― Eu me esqueci completamente, me desculpe.
— Sem problemas. Imagino como as coisas estão corrida por aqui.

Os dedos de Pedro roçaram a pele fina da minha mão.
— Oh, nem me diga. Com  Emilly indo embora de vez para Montes Claros, eu prometi a ela que iria segurar as pontas até ela decidir quem irá deixar tomando conta do escritório.

Ele franziu a testa.

— Você  não vai ficar?
— Eu ainda estou pensando sobre isso. Não é uma decisão fácil de tomar. Eu quero muito estar perto dos meus pais.

Dei de ombros, tentando fazer minhas palavras entrarem em minha própria cabeça. Por mais que estivesse mantendo essa pose de confiante, eu sentia pouco a pouco o muro que criara ao meu redor ser abalado. A verdade é que eu não estava nem um pouco animada para voltar para Montes Claros. Existia um duelo entre o desejo de ficar e o orgulho dentro de mim. Ambos estavam em uma guerra sem fim e o orgulho ganhava a batalha em uma vantagem enorme.

— Eu posso entender—Ele disse.— Mas enquanto você ainda está aqui, eu gostaria de aproveitar sua companhia. Vamos?
— Claro.

Eu sorri, permitindo que ele colocasse a mão na parte baixa das minhas costas, firme, enquanto saíamos para a rua. Ele destravou a porta do seu carro e nós entramos, então seguimos pelas ruas de São Paulo em meio ao trânsito caótico. E um passeio de carro que deveria durar quinze
minutos já durava quase meia hora. Mas eu gostei do passeio, Pedro era uma companhia muito agradável.

Destinos CruzadosWhere stories live. Discover now