Capítulo 81-Sophia-Quem cai no rio não teme a chuva.

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— O que viemos fazer aqui? —Perguntei confusa, correndo os olhos pelo estabelecimento onde Emilly mandou fazer os vestidos para o casamento.
— Tirar novas medidas suas.—Emilly deu de ombros.
— E posso saber o porquê se eu já tirei?
— Eu não quero mais aquele modelo. — Ela respondeu e me empurrou para dentro de um quanto onde uma mulher estava a nossa espera com uma fita métrica e uma caixinha de alfinetes em mãos.
— Bom dia, senhoritas.
— Bom dia — Eu e Emilly respondemos.

Inclinei a cabeça e me atentei aos croquis espalhados. Muitos estavam inacabados e apenas três estava terminando, exibido projetos de vestidos magníficos.

— Qual o novo modelo? —Perguntei levantando os braços para que a mulher conseguisse tirar a medida de meu busto.
— Qual você acha mais bonito? —Ela pegou os três croquis.
— Ah, sei lá. Os três são exuberantes.
— Assim você não me ajuda.

Ela respirou fundo e deixou dois croquis caírem, ficando apenas com um na mão.

— Eu gosto muito desse, acho que vai ficar ótimo com o tecido musseline e algumas aplicações de renda. —Ela indicou os tecidos.— E combina muito com ambiente do campo.
— Depende da cor —Pontuei.
— Será branco — Disse e meus olhos quase saltaram.
— Como? —Eu estava surpresa — Mas o tradicional é apenas a noiva usar branco.
— Eu quero uma casamento diferente.— Ela mordeu o lábio inferior.
— Você vai conseguir. Nunca vi as madrinhas usarem branco.
— Pois eu já.
— Mas é incomum.
— Nossa Souf, eu pensei que você iria adorar minha ideia.
— Eu só estou surpresa, achei que você iria seguir todas as regras da sociedade.

Sorri.

— Mas eu amei sua ideia, gosto muito de quebrar tradições. Agora só falta você usar vermelho para ficar perfeito.
— Vermelho? —Ela riu balançando a cabeça. — Por quê vermelho?
— Não necessariamente vermelho, pode ser qualquer outra cor, contando que transmita a mensagem “ eu trepo com esse homem todo dia” em vez de “virgem”.
— Sophia! — Emilly deu um grito, fazendo a mulher derrubar a fita métrica das mãos—  Olha o que você está falando!

Ela riu, de nervoso.

— Não ligue, Mary. Minha irmã não tem filtro algum.
— Ué... mas é a verdade. Não é? Mary? Hoje em dia ninguém casa por trocar apenas beijos. Antes de chegar ao altar, pode ter certeza que o casal já praticou um bucado de coisa na cama.
— Deus, você não tem limites, Souf.— Ela suspirou e eu dei de ombros.—Mary, ignore esta mulher. Ela é louca.
— Mas eu estou certa, não estou? Vai me dizer que você nunca ultrapassou a linha tênue do que é considerado convencional no sexo? — Questionei só para ver o vermelho de sua bochecha aumentar. — Com certeza Nathan já conheceu sua porta de trás e deu umas boas palmadas em sua bunda.
— C-como? —Ela agora me olhava abismada.
— Sexo sujo, Emmy, com palavras safadas, puxões de cabelos, posições ousadas, você nunca praticou?
— Ahnnn... sim... mas ...
— Maaaaas?
—  Eu não consigo falar sobre essas coisas, Sophia— Ela estava corada e hiperventilando.
— Qual é, só tem mulher aqui, e acho que todas nós já ultrapassamos o sexo papai e mamãe.—Eu disse e olhei para Mary que tinha o rosto vermelho.— Mary...você está passando mal ou algo assim? Não vai me dizer que também é pudica?
— Na-não...eu estou bem, pode continuar.
— Certo. Como eu estava dizendo, acredito que todas nós somos mulheres de mentes abertas para o sexo. Não precisa ter vergonha, Emmy.
— Eu sei, mas eu sou tímida e somente me solto entre quatro paredes para poder acompanhar os aspectos mais arrojados de Nathan...
— Nathan é arrojado? — Perguntei curiosa.
— Bastante.— Ela respondeu envergonhada.
— Quem diria. Toda aquela imponência... seriedade, nunca imaginei que ali escondia um homem selvagem. — Eu digo e nós três rimos.

Destinos CruzadosWhere stories live. Discover now