Capítulo 73-Emilly+Bônus-Saber o que é correto e não o fazer é falta de coragem

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— É uma menina!— O médico informou a Bia.
— Uma menina —Ela repetiu, sua voz num tom rouco, carreganda de emoções.— Meu bebê é uma princesinha.

Abriu um sorriso largo ao me encarar. Sentada ao lado da cama branca em que ela estava deitada, eu imitei o seu gesto, sentindo que a qualquer momento minhas bochechas teriam uma câimbra de tanto que eu sorria.

— Parabéns, eu fico tão feliz por você, Bia — Eu disse sentindo minhas próprias emoções chegarem à superfície.
— Eu não posso acreditar.— Uma lágrima escorreu por sua bochecha— Minha menininha. O meu presente.

Bia estava extasiada e eu não esperava outra reação. A gravidez é um misto de sensações e com certeza descobri o sexo do bebê é o primeiro êxtase entre outros tantos.

— Você já tem nomes em mente?— O médico perguntou ainda trabalhando o aparelho sobre a barriga de Bia.

Ela balançou a cabeça em negativa.

—Nathan terá um surto quando descobrir ser uma menina. — Eu disse sorrindo.
— Sim, vai — Concordou— Me arrependo de não ter apostado à dinheiro com ele. Estaria hoje alguns reais mais rica.— Ela brincou e o médico riu
— Típico dos futuros papais querer um menino. — Ele disse
— Nathan é meu irmão. Meu bebê não tem pai — Bia disse e o sorriso do médico diminuiu um pouco, não muito, mas o suficiente para se imaginar o que se passava em sua cabeça.

Bia era mais uma adolescente grávida e sem o pai do bebê ao seu lado. Uma coitada aos olhos dele. Na verdade, ela era uma coitada aos olhos de muita gente na cidade, desde que descobriram sua gravidez. De toda forma, ela pouco se importava para o que pensavam dela. Estava feliz o suficiente para dar atenção à opinião alheia.

— Ao que tudo indica, ela vai ser uma menina bastante saudável — O médico informou ao final da consulta.

Ele exigiu que Bia permanecesse com os cuidados sobre a gestação, entre outras recomendações rotineiras e lhe entregou o exame de ultrassom.
— Obrigado.— Ela segurou as imagens como se estivesse segurando um tesouro e saímos do consultório alguns minutos depois.
— Então? — Nathan se levantou assim que nos viu.

A ansiedade estava escrita em letras garrafais em sua testa.
— Eu estava certa. Você está destinado a viver rodeado por mulheres, meu irmão.
— Uma menina? — Ele perguntou e Bia assentiu.— Tenha certeza como o inferno que estou muito feliz por não ter colocado dinheiro nisso. Eu ficaria te devendo até minha bunda.— Ele brincou tentando disfaçar a emoção por trás das palavra.
— Já eu me arrependo por não ter apostado. — Bia deu alguns passos na direção de Nathan.

Ela parecia está em uma luta contra as lágrimas, mas quando Nathan abriu os braços e enrolou seu corpo pequeno, ela se quebrou em soluços histéricos, tão fortes que seu corpo e o de Nathan tremiam juntos.

— Eu vou me esforçar ao máximo para que a vida dela seja perfeita e cheia de amor.— Nathan disse, apertando o corpo trêmulo de Bia.
— Eu não tenho dúvidas quanto à isso.— Bia se recuperou rapidamente e arrastou o braço livre sobre os olhos molhados.

Quando eles se afastaram, pensei ter visto por um segundo uma lágrima no olho de Nathan, mas rapidamente dissipei esse pensamento.

Nada fazia Nathan chorar.

— Você é o melhor pai, melhor irmão, e será com toda certeza o melhor tio desse mundo. — Bia disse e a mão de Nathan correu em torno da cintura de sua para descansar ternamente na sua barriga.
— Vou protegê-la de todo o tipo de perigo e estar ao seu lado sempre que precisar. — Ele disse e agora foi a minha vez de lutar contra as lágrimas.

Destinos CruzadosWhere stories live. Discover now