Capítulo 24-Emilly e Nathan - Não há que ter vergonha de preferir a felicidade.

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» EMILLY «

Era uma bela manhã. Eu sentia meu coração aquecido como o sol. Meus ombros estavam descobertos e o cabelo preso, então eu podia sentir o sol fraco na minha pele.

Quente e confortável.

A manhã já havia passado, e ainda estávamos no zoológico. Nina está ligada como um flash, e Nathan e eu tentamos acompanhar os passos ligeiros dela. Os seus olhos são tão largos quanto cascos de tartaruga, enquanto entramos na área com os felinos selvagens. Eu tenho que dizer, até eu estou bem impressionada. Há algo sobre a juba majestosa do leão que é tão humilhante.

— Muito bonito, né?
— Sim, ele é tão lindinho— Nina diz, seus olhos não perdem nenhum movimento do rei da selva.

Um dos funcionários do zoológico entra na jaula com o leão e Nina se aproxima para ver mais de perto. Ela bate as mãos, o olhar no seu rosto é adorável, o suficiente para fazer meus ovários formigarem. A funcionária está alimentando o animal e nem parece assustada. É impressionante, sua paciência com eles. E assim como Nina, eu estava tão absorta na cena que não percebi aproximação alguma, mas, quando senti o leve toque da boca de Nathan em minha orelha, estremeci, sentindo o corpo todo responder de imediato.

— Obrigado por isso — Sussurrou tão baixo que quase pensei ser fruto da minha imaginação.

Virei-me para encarar, envergonhada, os seus olhos afiados. Ele está tão perto de mim que se ele se aproximasse mais, nossos corpos seriam um só. Posso sinto o seu aroma quente e picante e sua respiração contra minha bochecha.

— Eu.... — Um obrigado era a última coisa que eu esperava dele. — … Não fiz nada.
— Sim, você fez. Você me lembrou que eu tenho mais responsabilidades do que apenas trabalhar. E ver a felicidade da minha filha definitivamente me faz um bem enorme.
— Realmente não foi nada. As crianças são divertidas de se estar por perto. E ver Nina feliz também me aquece.
— É muito bom saber disso.

Eu mordo de volta um sorriso com isso, sem desviar os olhos dos seus. Eu
não tinha notado antes, mas eles não eram apenas verdes. Ele tinha pequenas manchas de douradas em torno de suas íris, aquecendo as profundidades verdes água. Havia tantas camadas nesse homem. Camadas complexas e compassivas sob aquele exterior espinhoso. Ele é tão rápido para perder a paciência, tão rápido para gerar sentimentos feridos.

Talvez ele tivesse que crescer aquela pele espinhosa para proteger um coração terno?

Talvez a morte da esposa que o mudou?

Ou talvez eu tivesse uma imaginação vívida.

De qualquer maneira, seu cheiro delicioso estava provocando meu nariz, e por Deus, eu não cansava do cheiro desse homem. Se esse era seu perfume natural, ele poderia ganhar mais alguns bilhões engarrafando-o e vendendo-o para homens com menos
esplêndidos.

— Eu já disse alguma coisa para te ofender de novo?

Eu pisquei.

— Não. Por quê?

Seu olhar caiu para minhas bochechas.
— Porque seu rosto fica vermelho quando você está com raiva.
— Ou envergonhada— Eu corrigi.

Nathan deixou essa admissão bizarra ficar entre nós por um momento, observando o rubor se espalhar pelo meu rosto e pelo meu pescoço. Então, em voz baixa, ele perguntou: — Por que você ficaria envergonhada por eu ter dito que é muito bom ouvir você dizer que a felicidade da minha filha te aquece?

Ele continuou olhando para mim daquele jeito estranho que ele fazia, o jeito que fazia meu coração bombear mais rápido e as palmas das mãos suavam. Eu tinha que me afastar, rápido, para que eu pudesse pensar sobre o que estava acontecendo comigo, porque eu tinha certeza que não era o tempo quente que tinha meus mamilos endurecendo. E em vez de dizer qualquer um dos pensamentos insanos que passavam por minha cabeça, eu simplesmente peguei a garrafa de água que estava na sua mão e abri. Joguei minha cabeça para trás e bebi o líquido.

Destinos CruzadosWhere stories live. Discover now