Capítulo 68-Emilly e Nathan-Um dia a gente cansa de esconder o nosso lado triste

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» EMILLY «

Meu pai uma vez me disse que ele soube que queria se casar com a minha mãe Regina um mês depois de eles começarem a namorar. Ele disse que um homem simplesmente sabe, e se você está namorando há mais de um ano e ele não mencionou interesse em casamento, então, saia da relação.

E rápido.

Ele dizia que sempre é preciso namorar com intenção de casar, mesmo que por problemas pessoais no futuro isso não venha a acontecer.
Eu pensei que ele estava louco, mas aqui estávamos Nathan e eu, três meses depois de toda aquela confusão, noivos, faltando poucos dias para casar. Eu não poderia estar mais feliz. Tendo em conta estes últimos dias e todas as situações ameaçadoras de vida, eu não mudaria nada. Nathan tinha entrado na minha vida no momento certo, como se tudo estivesse predestinado a acontecer.

E eu agradeço por isso.

Olhei para o anel que Nathan tinha me dado nem mesmo um mês atrás, enquanto as palavras do meu pai ecoavam pela minha cabeça. Eu estava de costas para o fluxo de água quente correndo, admirando meu novo anel enquanto a luz do entardecer que vinha pela janela do banheiro refletia o brilhante corte de princesa de dois quilates e meio, envolvendo o ambiente em pequenos halos de diamantes redondos ao longo de todo box.

Era absolutamente lindo!

Depois de alguns minutos, eu percebi que ainda estava sozinha no chuveiro. Nathan não havia retornado de ver quem estava na porta e isso me deixou nervosa. Eu rapidamente enxaguei o sabonete do meu corpo e comecei a desligar a água quando a porta do box abriu e Nathan deslizou dentro. Seu corpo esculpido duro se
aproximou de mim e nós dois ficamos sob o jato de água quente.

— Ei, por que você demorou tanto?—Eu perguntei, deslizando os braços em
volta de seu pescoço.
— Beatriz, teve mais um de seus desejos.
— Isso é normal.—Sorri tentando imaginar o que Bia havia pedido.

Ela tinha os melhores desejos.

— Não. Não é. Isso são apenas caprichos.

As mãos de Nathan deslizaram pelas minhas costas para descansar na minha bunda quando ele deu um pequeno puxão para me trazer mais para perto dele.

— E você e Nina são duas pequenas aproveitadoras.
— Não posso fazer nada se os desejos de Bia são deliciosos. —Eu disse, mordendo meu lábio inferior e dando a ele o meu sorriso mais inocente. — E você também aproveita.
—Claro, afinal tudo sai de meu bolso.—Disse ele, inclinando a cabeça para baixo para colocar um beijo suave no meu pescoço.
— Não seja economista, Nathan. Você é bilionário.
— Tenho que ser para que, quando nossos bacuris resolveram vim ao mundo, tenham o mundo aos seus pés. — Ele brincou e colocou a mão sobre a minha barriga.—E eu espero que o primeiro já esteja aí. Nina já está grandinha, é hora de arrumar um irmãozinho para ela.
— Nem brinque com isso.

Dei um tapa no braço sentindo algo se agitar em minha barriga. De alguma forma, eu me perdi no fundo de meus pensamentos, o que acontece muito ultimamente. O que exatamente eu estou pensando é claro porque é um amontoado de confusão.

Meu próprio mundo.

Meu passado.

As memórias.

Toda a dor e sofrimento.

​Havia coisas demais dentro de mim que nem eu mesma sabia lidar. Eu sentia vergonha de mim. Vergonha do que havia feito. Não havia nada que eu pudesse fazer para mudar o passado.

Minha dor.

Minhas lágrimas.

Minha culpa.

Destinos CruzadosWhere stories live. Discover now