Capítulo 25-Sophia e Junior- Mas no fim, você sabe que a gente se pertence.

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»SOPHIA«

Depois de um dia produtivo no escritório, caminho para fora do prédio. Estava alcançando o táxi que estava parado a poucos metros a frente quando deixei alguns papéis caírem. Abaixei para pegar e antes que eu pudesse me levantar, algo entrou debaixo de minhas pernas.

— Ei!—Reclamei encarando o pequeno filhote de cão encolhido entre minhas pernas.

Ele parecia ter pouco mais de três meses, o pêlo preto, a barriguinha gorda e as pernas finas.

― Peguem esse demônio!— Um homem vinha gritando revoltado.
― Acho que você deixou alguém bravo —Constatei encarando seus olhos negros.
— Este cachorro é o demônio!—O homem continuou.— Ele roubou o espetinho de meu filho! Eu vou chamar a carrocinha! Alguém precisa dar um jeito neste ladrão.

Encarei novamente o cachorro que me encarava de volta com aquele olhar triste e pidão que só os cães têm.

― Você já pensou que ele pode estar com fome?—Perguntei indignada pela atitude do homen — Não seja cruel.
— Ele roubou o espetinho do meu filho, sabe o tamanho do prejuízo? —O homem continuou praguejando e praguejando.— Esse vira lata sem vergonha! Está sujo e deve estar cheio de doenças! Isso é um perigo.

Respirei fundo, usando todo o meu altocontrole para não enfiar minha mão na cara desse filho da puta sem coração.
— Eu pago pelo maldito espetinho.

Encarei o cachorro que agora estava encolhido em meus braços.

— Você não terá nenhum tipo de prejuízo.—Eu disse retirando a carteira da bolsa.
― Ele nem é seu para você ficar toda nervosinha.

Encarei o pobre cão que continuava encolhido em meu braço, colado em mim o máximo que conseguia.
― Ele é seu?—Perguntei.
― Não!
— Você conhece o dono?
— Isso é um vira-lata de rua, moça —Resmungou
― Então agora ele é meu—Eu disse categórica.— Sendo assim, vou pagar pelo prejuízo que meu cachorro te deu, não se preocupe.
— Você só pode ser louca. Ele deve está infestado de pulga.
― Existe remédio para isso—Eu disse dando de ombros e retirando uma nota de vinte ― Faça bom aproveito e encha o rabo do seu filho de espetinho. —Recomendei entregando o dinheiro

Deixei o homem no meio da rua e segui meu caminho com o cachorro no meus braços. Parei em uma loja de animais e pedi que desse um tratamento no cachorro. Enquanto esperava, me certifiquei que o novo dono do animal estivesse em casa. Um momento depois, a funcionária do petshop retorna à sala com o filhote nas mãos. Ele está de banho tomado e ostenta uma gravata azul com bolinhas brancas.

— Floquinho, você está lindo. — Digo pegando ele.

Como resposta, ganho uma lambida na bochecha. Compro uma ração adequada e escolho um colchonete macio com desenho de ossinhos. Fora do estabelecimento, peço um táxi. E quando desci em frente ao apartamento de Junior, espero um tempo na entrada, pensando se aquilo realmente seria uma boa ideia.

Eu estava completamente fora de meu juízo.

Com uma respiração profunda, caminhei em direção a pavimentação de mármore. Havia um porteiro vestido de preto com ornamentação dourada, e duas pessoas atrás do balcão da recepção.

— Boa noite, estou visitando o Sr. Bennett.
— Boa noite. Tudo bem Senhorita Cooper.
Estávamos cientes de sua visita. —  A  mulher atras do balcão disse. — O Sr. Bennett à espera.
— Ok, obrigada.

Ela respondeu com um sorriso paciente e balançou a cabeça em direção aos elevadores. Eu atravessei as portas de correr de vidro e entrei no elevador. Ele se moveu tão rapidamente, que mal tive tempo de piscar antes de atingir o 18°
andar. Apertei a campanhia de Junior e, surpreendentemente, a porta não demorou a ser aberta. Eu achei que estaria preparada para ver Junior depois do que houve no restaurante. Na verdade, eu tinha certeza que estaria. Mas toda confiança caiu por terra quando vejo o que ele está vestindo. Um calção de treino e nada mais. Uma daquelas bermudas que jogadores de futebol usam e praticamente deixa a imaginação brincar com você.

Destinos CruzadosWhere stories live. Discover now