Epílogo-Aceitar um fim é aceitar um novo começo.

2.1K 241 62
                                    

Cinco anos depois...

» EMILLY «

— Isso só pode estar com defeito. — Eu resmunguei logo após ver a segunda linha aparecer na fita do teste grávidez.
— Você já fez cinco, Emilly, e todos deram o mesmo resultado.  E só para constar, a chinesa da farmácia me garantiu que eram as melhores marcas— Sophia sorriu enquanto eu tentava controlar minha respiração. — Mas se quiser, ainda temos cinco. — Ela ergue os testes.

Baixei minha cabeça e esperei até que conseguisse respirar novamente. Assim que voltei ao normal ergui a cabeça e encarei os olhos da minha irmã.

— Eu... ― Comecei sem saber como continuar, as lágrimas tomando espaço em meus olhos.
― Você só vai ter mais um bebê, sua boba! —Ela disse me abraçando.— Um bebê que será muito amado e cuidado pois você é uma ótima mãe.

Respirei fundo, sentindo as lágrimas escorrendo por minhas bochechas.

Mais um bebê! Mais um bebê!

Eu senti um misto de felicidade e medo me inundar. Meu coração batia acelerado no peito e uma frieza começava a se espalhar por todo meu corpo.

Eu estava tão feliz que morria de medo.

— Emilly? — Minha mãe chamou na porta ― Está tudo bem querida? Posso entrar?
― Claro! Estamos bem sim ― Respondi,limpado as lágrimas.
― Estamos todos esperando por vocês. ― Ela continuou abrindo a porta, mas estacou assim que viu o teste na minha mão.

Demorou meio segundo para que ela processasse tudo em sua mente, tapando a boca com a mão no instante seguinte.

― Oh meu Deus você está grávida! — Ela gritou mais alto do que eu esperava.
— Eu escutei certo? Teremos mais um bebê? —Cármen entrou no quarto com um sorriso enorme.
— Bebê? De quem? —Maria vinha logo atrás.
— De Emilly. — Sophia respondeu, se divertindo com meu estado desnorteado.
— Não é certeza absoluta. —Eu apontei, embora soubesse que era um argumento fraco.
— Ah claro. É uma mera coincidência que cinco teste deem positivo. —Sophia revirou os olhos.
— Sim, pode ser apenas uma coincidência. — Insisti apenas para contráriar ela.
— É o que vamos ver. —Ela pega um teste e entra no banheiro.

Alguns minutos depois,  a porta  se abre e Sophia sai com o teste nas mãos, branca como um fantasma.

— O que deu? — Pergunto.
—  A chinesa me enganou. Essa porra está mesmo com defeito. — Ela estende seu teste e observo as duas listrinhas.
— Oh meu Deus! Minha menina tá prenha! — Cármen exclama.
— Não estou não.— Ela pega o restante dos testes, abre e mergulha as fitas no pontinho com sua urina.

E assim que o material absorveu o liquido, a segunda linha começou a se formar em cada uma das fitas.

― Aaaaaaah! —Gritei— Você está grávida! Super grávida! Gravidíssima.
— Acho que vou desmaiar.—Sophia sentou-se na cama e fechou os olhos.
― Calma, minha menina ! É um bebê e não uma bomba nuclear.— Cármen começou a alisar seus cabelos, os cantos dos lábios apertados, como se ela estivesse lutando para não rir.
— Então, minha amada irmã, o que acha de ir comigo comprar fraldas?— Provoquei e ela me fuzilou com os olhos.

Acabei rindo, mas o riso não durou tempo suficiente para que Sophia não me desse uma levantada de sobrancelha.

— Agora a madame aceitou que está grávida? — Provocou e eu dei de ombros.
— Foram cinco testes, e das melhores marcas, não é mesmo? Impossível ser coincidência. — Voltei a rir e ela me mostrou seu dedo médio.

Destinos CruzadosWhere stories live. Discover now