Capítulo 58 -Nathan e Junior -A palavra é o domínio sobre o mundo.

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»NATHAN«

Benjamin seguiu por ruas estreitas e numeradas. As residências são pequenas e coloridas, pessoas e carros tomam juntos as vielas enquanto crianças assumem o papel de grandes exploradoras, conquistando cada laje, telha ou corrimão.

― A quanto tempo você está aqui?―Perguntei mesmo que tivesse prometido que ficaria em silêncio.
― Apenas durante os últimos seis dias ―Ele respondeu. — Assim como você.
— Nos seguiu?
— Eu sempre estarei onde minhas filhas estão.

Não digo mais nada. Cruzei os braços sobre o peito e esperei. Depois de mais alguns minutos, Benjamin chegou a um cruzamento. Ele virou em uma estrada deserta, dirigiu uma curta distância e parou seu carro na curva inclinada da estrada, em frente a uma espécie de mercearia.

— Me espere aqui.

Ele saiu do carro e entrou na venda. Eu fiquei ali, sentado no maldito banco de couro do carro dele embora tudo que eu quisesse era ir junto. Mas eu não podia arriscar perder o pouco de ajuda que eu tinha. Meu coração estava apertado, dolorido, culpado. Eu não conseguia desligar meu pensamento uma única vez.

Tudo que eu sabia era que havia algo muito errado.

Alguns minutos depois, Benjamin abriu a minha porta.
— Vamos andando.

Eu não questionei, sai do carro e segui ele por um caminho estreito e cheio de mato até que paramos em frente a uma casa espaçosa com uma bela varanda, onde eu pude identificar duas silhuetas encostadas a parede da casa.

— Que porra é essa?—Ouvi o rugido conhecido quando alcancei os degraus da varanda.

Exatamente naquele segundo, eu tive certeza de que o destino estava de sacanagem comigo.

— Eu sabia que esse filho da puta estava envolvido.

O homem tentou partir em minha direção, mas foi impedido por seu companheiro.

— Que merda, Junior. Use o seu controle. —Disse para o homem que mantinha os olhos brilhando com fogo, fixos nos meus.— Você quer encontrar Emilly ou não?

No mesmo instante o semblante furioso deu lugar a um preocupado.

— É cara, use a merda do seu controle. Caso contrário, será um prazer terminar o que comecei. — Digo  irritado, parando em frente a ele e aproveitando meus centímetros mais alto mais alto.
— Ei— Benjamin se colocou entre nós— Não estamos aqui para brigar, acredito que todos temos um assunto em comum.— Ele diz.

Eu respirei fundo buscando o pouco de lucidez que eu poderia conseguir no momento.

― Vou contar a vocês tudo que precisam saber para entender o motivo do sequestro. Mas vocês precisam me prometer que vamos conseguir trabalhar juntos. Posso confiar em vocês?

Concordei porque não havia muito mais que eu pudesse fazer além de concordar. Os outros caras ficaram calados e só depois do que pareceu tempo demais eles concordaram.

— Ótimo.

Benjamin entrou na casa e acendeu um cigarro. Deu uma tragada profunda e segurou a fumaça na boca por alguns instantes, soltando tudo de uma vez. A sala estava completamente silenciosa.

Destinos CruzadosWhere stories live. Discover now