— Você pode se sentar, Sophia —Eu digo, e sei que minha voz está saindo fria para caramba, mas eu não posso evitar.
Eu ainda estou puto que ela tenha voltado sua amizade com o Rodriguez.
— Obrigada. —Ela pega seu lugar e descansa seus antebraços na mesa, sentando ereta na sua cadeira.
— Sophia, esse é o meu sócio, Carlos Duarte— Apresento apontando para o homem sentado do outro lado da minha mesa.Carlos era muito mais que meu vice, havíamos divido coisas demais nesses vinte anos de amizade. Haviam sido noites e dias de conquistas e decepções, todas partilhadas com ele.
Éramos muito mais que amigos, éramos como irmãos.
— Fico feliz em te ver bem Sophia —Ele diz amavelmente.
— Obrigada.—Ela sorriu para ele e depois seu olhar retorna para mim.
— Bem, vamos direto ao assunto.— Minha voz é quase tão plana como uma panqueca. — O advogado da empresa está de licença, e gostaria que você me ajudasse com um problema.
— Estou ouvindo. — Ela se disse, os olhos nunca deixando os meus.
— Trata-se de uma rescisão de contrato. Estávamos finalizando a compra de um imóvel, mas o vendedor desistiu.— Carlos explicou. — E já investimos muito no lugar. Não queremos perder.
— Compreendo —Ela piscou algumas vezes antes de se ajeitar na cadeira — Vocês podem me mostrar o contrato?
— Aqui estão. — Eu pego as duas pastas preparadas anteriormente pelo departamento de recursos humanos e as manejo pela mesa.Ela pega os documentos e Carlos e eu ficamos em silêncio, atento nela que estava com os olhos focados nos papéis, sua expressão impossível de ser decifrada. Vez ou outra ajeitava os cabelos atrás das orelhas.
— Ele pode desistir?— Perguntei assim que ela deixou os documentos sobre a mesa.
— Não existe tempo previsto para a desistência expresso no contrato, então ele pode sim.—Ela disse e senti a resposta latejar bem no centro de minha cabeça.
— Quer dizer que perdemos todo os investimentos ? —Carlos começou a andar de um lado para o outro.
— Não, a lei garante a devolução de 70% a 80% do valor pago, que no caso de vocês é o total investido.
— Ao menos isso.Pude sentir o alívio correr por meu corpo embora a cabeça ainda me castigasse.
— Vocês já tentaram negociar com ele?— Ela perguntou.
— A qualquer momento ele estará aqui para tentar um acordo.— Carlos olha para baixo, para o seu relógio.
— E vocês estão dispostos a entrar em algum?
— De forma alguma. O que nos interessa é apenas o imóvel. Se ele não quer nos dar isso, o negócio tá rompido.
— Hmm — Sophia mastigou seu lábio inferior, considerando minha resposta.— Eu acho que se souber conversar, ele vai ver que para o seu próprio bem, é obrigado a prosseguir com o negócio. Porque não é nada bom para ele romper. As consequências financeiras serão devastadora.
— Você certamente iria conseguir fazê-lo mudar de ideia. — Eu constatei. — Me diga Sophia, se não for abusar muito, você pode participar da reunião com os sócios hoje?Sua cabeça se levanta e ela olha para mim avidamente.
— Sério? Eu quero dizer, vocês nem sabe que tipo de advogada eu sou.
— É verdade.— Eu concordo com a sua avaliação porque eu sei pouquíssima coisa sobre ela. — Mas eu confio em você, sei que sabe lidar com situações difíceis.Ela me atira um grande sorriso, seus olhos se iluminando, e santo inferno, a expressão dela puxa as cordas do meu coração, e eu juro, isso não tem nada a ver com o fato que 90% do tempo, apenas de estar perto dela tem sugando meu ar.
— Obrigada, Nathan...eu prometo dar o meu melhor.
Nesse momento Karol informa que a sala conferência está pronta e o vendedor e seu advogado já está lá. Com Sophia ao meu lado eu sigo para fora da minha sala e Carlos vai para sua. E assim que passamos pela recepção, esbarramos com Lucas.
— Até que fim—Ele exclama, pura alegria irradiando de seus olhos.
Lucas passa por mim, intencionalmente batendo no meu ombro, eu tenho certeza, e vai até ela. Minha pressão sanguínea sobe quando eu a vejo sorrindo para ele calorosamente, o mesmo prazer que mostra em seus olhos. Eles parecem duas pessoas que têm a porra de uma queda um pelo outro ou algo assim.
— Vamos? — Ele chama e o sorriso dela diminui um pouco.
— Eu vou a uma reunião com Nathan.
— Oh, não tem problema. Eu espero por você. Nada mais justo eu te levar em casa já que eu te tirei de lá.Filho da puta, filho da puta!
Vou fodidamente socá-lo na sujeira.
— Não, Rodriguez, ela não precisa que você a espere. — Eu digo, atraindo a atenção de ambos. — Caso você tenha esquecido, ela tem um noivo, e ele é capaz de cuidar dela.
Quando eu chego a eles, eu tomo a cintura de Sophia em um aperto firme.
— Agora se você nos der licença, precisamos ir.
Sem esperar por uma resposta dele ou o consentimento de Sophia, eu a puxo através do corredor até o elevador. Eu não sou tão gentil com o meu aperto, a raiva retornando em mim como um furacão. E quando as portas se fecham, ela sai do meu aperto, girando para mim com irritação.
— Qual é o seu problema? Puxando-me para longe de Lucas e me empurrando para o elevador como se você fosse meu dono?
— Que porra você e Lucas tem que ele fica te cercando a todo momento?Sophia respira fundo e solta o ar lentamente. Eu quase posso visualizá-la fazendo a contagem regressiva de dez para se acalmar.
— Nós somos amigos, Nathan. Amigos. E você ouviu o que Lucas disse mais cedo. Ele está me ajudando com a perda de memória.
— Você acredita mesmo nessa merda ?— Eu zombo dela violentamente. — Aquele canalha está se aproveitando do seu acidente para tentar te reconquistar.
— Você está completamente equivocado.
— Ah, eu estou ou você que não quer assumir o óbvio porque ainda gosta daquele maldito?
— O que você está querendo insinuar?— Ela pergunta em voz baixa.
— Por enquanto, nada. Mas espero que você preste muita atenção no que está fazendo.Eu não consigo aguentar. Estou em modo idiota completo. Eu sei que é uma porra de merda o que estou prestes a dizer, mas outra vez…ainda estou puto que ela parece gostar do Lucas maldito Rodriguez.
— Porque se você me trair, eu não vou pensar duas vezes antes de acabar o acordo com seu pai.
Silêncio.
Sophia entreabriu os lábios e depois os apertou juntos, sem palavras. Eu queria que ela se calasse, e ela realmente se calou, mas no momento em que seus olhos me encararam com frieza e seu lábio inferior tremeu, eu percebi que havia sido duro demais.
— Eu subestimei você Nathan, não sabia que era tão baixo— Ela diz parecendo enjoada.
O rosto de Sophia está vermelho, e ela não espera por uma resposta minha, aproveita que as portas do elevador se abriram para dar passos para longe de mim sem olhar para trás.
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Destinos Cruzados
रोमांसSeparadas ainda na infância, as gêmeas univitelinas, Emilly e Sophia não imaginavam quão grande o poder do destino. Donas de personalidades totalmente contrárias, elas não estavam preparadas para jogar o jogo da sina. Emilly cresceu rodeada de mord...